CAPÍTULO DOIS

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George. 

Odeio a escola, por que ir? Só me faz cansar e pegar ódio da cara de gente patética. A aula até que foi de boa, fiquei uns dias sem ir por causa da vaca da professora, mas suave, nada demais. Dei uns pegas na Sabrina também e logo passei mais tempo com a Alice.

Alice é uma mina firmeza, tá ligado? Conheço desde pequena, somos inseparáveis desde então. Se eu já vi maldade nela? Todo dia. Já tentei algo? Nunca. Se eu já quis pegar ela? Sempre. O barril é o pai dela saber disso e também sei que Alice é toda tímida pra essas coisas. Diz ela que nunca ficou com ninguém, eu até acredito um pouco, tá ligado? O que não falta é marmanjo querendo comer a mina, mas ela é toda quieta, manda os caras vazar e pronto. Gosto disso nela.

Estamos voltando da escola, subi o morro e buzinei pra Pablo e Vanessa que passaram indo pra casa deles, parei na porta da minha casa e abrir o portão automático, entrei com a moto e descemos.

— Aí, tô cansadão. – falei tirando o capacete.

— Cansado de quê? Você não fez nada. – ela coloca o capacete em cima da moto.

— Qual foi, novinha. Escola e pilotar moto cansa, sabia?

— Você é preguiçoso.

Entramos em casa e ela se sentou no sofá enquanto coloca a mochila no chão, me deitei e coloquei a cabeça em seu colo.

— Sou o cara do corre mais cansado desse morro.

— Aham, sei.

Alice coloca sua mão em meu cabelo fazendo carinho e eu ligo a TV procurando algum programa pra assistir. Sempre é assim, depois da escola nos cola aqui em casa, assistimos e depois almoçamos aqui ou na sua casa. Estamos sozinhos aqui, minha mãe tá trabalhando e meu pai tá cuidando do morro como sempre, na casa da Alice é a mesma coisa, tia Luna trabalhando, – ela trabalha junto com minha mãe, as duas abriram uma loja. – tio Igor cuidando do morro e o pequeno Lorenzo na escolinha dele.

— Aí, tô cheião de fome. – falei olhando para ela.

— Vai comer, cara, eu preciso avisar minha mãe que cheguei. – ela tira o celular do bolso e digita. – Também estou com fome.

— Coloca lá pra nós, gatinha.

— Não sou sua empregada.

— Da última vez foi eu, agora é tu.

— Da última vez você perdeu no par ou impa.

— Mas tu roubou, eu levo ponto nisso.

— Vai logo colocar nosso almoço e para de reclamar.

Ela se inclinou para pegar sua mochila e seus peitos ficaram colados com meu rosto, dei um sorriso e abrir a boca mordendo de leve, ela diz um aí e bate no meu braço.

— Qual foi, pensei que tava oferecendo ao papai aqui. – falei rindo.

— Você é idiota, sabe que tenho vergonha e faz esse tipo de coisa.

— Foi mal, quer que eu dê um beijo? – levantei a mão para tocar, mas ela bateu na mesma. – Qual foi. – rir.

— Deixa que eu coloco o almoço. – ela guarda o celular na mochila.

— Aê, capricha no meu, bebê.

Alice revira os olhos e vai para a cozinha, pego o meu celular e vejo que tinha mensagens.

Sabrina: Você prefere ficar com ela do que ficar aqui só eu e você?

Sabe aquelas minas que só porque tu pegou já acha que tu é algo dela? Sabrina é assim. Fico com ela às vezes, não só com ela, pego algumas minas aqui do morro, mas nem tanto. Sou do tipo sossegado, mas na hora de pegar algumas minas, eu não deixo escapar.

FILHOS DO MORRO (GDDM 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora