FILHOS DO MORRO (GDDM 2)

CAPÍTULO VINTE E DOIS

Alice.

Dias depois...

Tudo ficou tão ruim de repente.

Pra começar, Leon. Fiquei bastante triste quando soube o que aconteceu, ele é uma pessoa muito importante para mim e para todos ao nosso redor. Ele ainda estar no hospital, na cirurgia ocorreu tudo bem, Nicole foi ver ele e bom, Leon continuava muito fraco. George não pode ir, impediram que ele fosse por conta de estar muito abalado com tudo isso. Porém, depois de um tempo, tio Leon não acordou. O médico disse que ele entrou em coma, não explicou muito bem ao meu ver, ele foi muito superficial com tudo, disse que Leon estava com uma hemorragia ao chegar no hospital, logo, perdeu muito sangue. O sangue compatível com o dele era o de George, mas como ele não pode ir ao hospital eles tiveram que arranja em outras instituições.

George está muito pra baixo com tudo isso, o tempo todo se culpa pelo o que aconteceu. Vi que ele não é o mesmo, está fechado, calado, cansado, percebo que sempre estar com os olhos vermelhos e o rosto meio inchado por conta de chorar a todo tempo. Eu estou sempre do seu lado para lhe confortar e tentar deixá-lo bem. Não tento ajudar só a ele, tia Nicole também. George ficou muito frio depois do que ocorreu. Não o culpo, sei que ele está passando por um momento difícil, não só ele. Toda a nossa família que sempre foi unida e sempre se ajudou está mal.

Meu pai está completamente destruído emocionalmente, ele e Leon são amigos/irmãos desde sempre, ele sempre me contou sobre sua amizade com meu tio. Se consideram irmãos desde pequenos, sempre um ajudando o outro com apoio e atitudes. Meu pai nem se quer consegue dormir direito, ele sempre quando tem tempo vai visitar o meu tio. Sempre volta de lá com raiva por conta dele não estar acordado. Igão do Vidigal chora quando estar sozinho, por falta do meu tio, por medo de algo pior acontecer, por culpa. Meu pai tem muito medo do meu tio morrer, sempre falaram que os dois sempre iria andar juntos não importa o que acontecer, e hoje que Leon estar em um hospital, meu pai não consegue entender como ele estar seguindo sem o apoio do meu tio.

Nossa família estar muito triste, Pedro e Vitoria estar sempre presente com nós. Pedro se desmanchou quando soube o que aconteceu, ele nem se quer acreditou, mas minha tia Vitoria teve que conversar com ele e dizer que tudo era verdade. Vanessa e Pablo... os dois da mesma forma do pai, não acreditaram. Pablo logo foi na casa de George pra ficar com ele, pra conversar e tudo mais. Flavinho sempre é o zen. Triste ele ficou e muito, porém sempre diz que tudo tem um porquê. Flavinho mesmo falou que ele vai ficar bem e que tudo isso vai se passar rápido. Diz que sua intuição é fatal, ele nunca falha. Flavinho sempre conversa com George já que ele se culpa a cada minuto.

Pra falar a verdade, estou preocupada com ele...

Termino de me vestir e vou para o andar de baixo, coloquei minha mochila no sofá e fui caminhando devagar até a cozinha para comer. Todos já estavam sentados. Meu pai sentado mexendo no celular, Lorenzo brincando com a comida e minha mãe em pé com uma xícara de café nas mãos. Observei o local e percebi que não estava da mesma forma, bom, nem eu estava da mesma forma.

— Bom dia... – falei ao me sentar.

— Bom dia. – responderam.

— Bom, eu quero dizer uma coisa a vocês. – minha mãe diz.

— Ah não, Lua, se for sobre esse assun... – meu pai é cortado por minha mãe.

— Não é sobre esse assunto. – diz séria. – Eu posso continuar?

— Pode, mãe. – falei.

— Beleza, continua. – meu pai coloca o celular na mesa e a olha.