FILHOS DO MORRO (GDDM 2)

CAPÍTULO QUARENTA E QUATRO

Alice.

Já estamos a um dia na casa da minha mãe. Gosto de vim aqui, é calmo demais e nunca tem aperto de mente. Eu não fui para o colégio, e o George me encheu de perguntas, me ligou várias vezes. Eu sinceramente só respondia as mensagens, não conseguia conversar com ele e mesmo assim ele ficou irritado.

Minha mãe está muito cansada e triste, eu sei que ela se culpa por tudo isso e eu não consigo me sentir bem em saber que estamos aqui. Porque tudo o que está acontecendo, tudo de ruim é culpa minha. Meu pai até me ligou, mas também não atendi. Até porque minha mãe não me deixou atender. Já que ela falou que a mesma que tem que falar primeiro com ele, e isso não me deixa confortável.

— Mamãe, quando vamos pra casa? – Lorenzo deitou-se no sofá.

— Não sei, amor. – minha mãe alisou o seu cabelo.

— Eu quero ver o papai, a gente ia jogar bola no quintal de novo.

— Lorenzo, eu não sei. Não quer jogar bola no quintal daqui?

— Mas e o papai?

— O papai está trabalhando. – ela pegou o celular. – Eu tenho que ligar para o Pedro.

Lorenzo veio para o meu lado deitando-se ao meu colo.

— Ali, quero ir para casa.

— Eu sei que você quer ir, logo, logo vamos. Tudo bem? – beijei sua cabeça.

— Não... – fez uma cara de choro. – Eu quero ver o papai.

Lorenzo correu subindo a escada, revirei os meus olhos e novamente peguei o celular para responder o George.

Geo: Quando você vai voltar, Alice? Porra, teu pai tá cheio de ódio aqui descontando em geral.

Geo: Ainda não achamos o pau no cu do Jean, mas eu te juro que vamos achar ele e dar uma que nunca mais vai esquecer.

Geo: Alice, me responde. Luna tá bem? Você tá bem, gatinha? Cadê o Lorenzo?

Eu: George, não quero falar sobre o Jean. Eu só quero esquecer tudo isso.

Eu: Estamos todos bem.

Eu: Cadê o meu pai?

Geo: Teu pai saiu do morro, foi procurar o Jean com Pedro. Leon tá no comando.

Geo: Vou voltar o trabalho, tô com o Costela. Beijo!

Eu: Cuidado, beijo.

Me levantei e fui até o quintal da casa, a piscina estava fechada e minha mãe estava sentada em um cadeira para tomar banho de sol. Com o celular em seu ouvido.

— Pedro, significa que vocês não vai achar?... Eu não quero falar com ele... Tudo bem, obrigada, Pedro! Você é um grande amigo meu, obrigada... Até mais. – desligou e me viu. Ela sorrir e bate a mão ao seu lado para eu sentar. – Vem aqui.

Né aproximei e me sentei ao seu lado, ela suspirou pesadamente e beijou minha cabeça.

— Seu pai e o Pedro estão atrás do... Jean... Eu só espero que esse monstro seja encontrado logo.

Assenti.

Eu não quero falar sobre esse cara ou qualquer outro monstro. Só quero esquecer um pouco toda essa situação ruim da minha vida, tentar me encontrar com o que sou e refazer tudo para ser melhor.

— Mãe... – ela me encarou. – E-eu e George conversamos.

Luna sorrir.

— Jura? E aí, o que aconteceu? Me conta.