18/07/18 10pm
Tens de parar de fazer promessas se não tens capacidades de as cumprir e começar a ser mais verdadeira, não apenas com os outros mas contigo mesma também.
Tens de parar de voltar atrás no caminho, segue em frente.
Avanças um passo, recuas dois. Porque é que ele te prende tanto?
Insiste numa história que já à muito devia estar terminada - aliás, terminada está ela, só que tu queres continuar a escrever sequelas mas não percebes que o conteúdo acaba por tornar-se chato, irritante, exaustivo e saturante para aqueles que a lêem. Para aqueles que se encontram contigo. Para aqueles que ainda precisam de ti.Lançaste-me ao mundo, sem qualquer tipo de formação ou proteção, e sejamos sinceras, se tivesse tido mais atenção, talvez - mas só talvez - não te culpasse tanto pela minha falta de sucesso na vida.
Deixaste-me entregue ao vida e tive de crescer, sendo que ainda me sinto pequena, e tive de começar a desenrascar-me com o pouco que tínhamos e tu nunca, mas nunca foste capaz de olhar para os olhos da tua menina e perceber que era cedo.
Era cedo para crescer, era cedo para ajudar, era cedo para cuidar de mim mesma.
Não percebes mãe? São as tuas decisões mal tomadas que estão agora a prejudicar-me a todos os níveis possíveis e imaginários.Volta para ele. Volta para ele como fazes sempre. Como vais fazer sempre. Mas não leves o teu bebé atrás. Não deixes que mais uma alma seja atormentada pelas mudanças bruscas, pela falta de estabilidade, pela ausência de um lugar onde devia ser nosso, e tornar-se a nossa zona de conforto durante anos.
Não queiras que mais uma pessoa que trouxeste a este mundo, tenha raiva de todos os passos mal dados que dás, de todas as discussões que crias, de todos os vidros partidos no chão da sala.Prometeste que ias cuidar dele, fazer pelo nosso menino aquilo que não fizeste por nós, mesmo sendo pouco os auxílios. Tu prometeste. Mas estás a mentir, mais uma vez. Porque é isso que tu fazes. Crias uma falta ilusão da felicidade e depois deixas-nos desamparados num pedaço de terra, cheio de ódio e terror e tudo o que nos resta é aprender a sobreviver. Sozinhos, porque tu não queres saber.
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as cartas que nunca leste
Non-Fictionescrever atenua a dor na alma portanto talvez assim a minha fique mais leve