27/02/19 12amReflete sobre esse teu cigarro
que seguras entre os dedos,
mantendo-o preso.
Acendes-o e brincas com ele
passando o pobre coitado
de mão em mão
e pelos teus lábios suaves.
A chama que crias num segundo
apagasse assim que o acendes,
assim que o tens como queres.
Aceso, para ti. Aceso, por ti.
Ele queima e tu deixas-o queimar...
Fuma esse cigarro.
Para aliviar a dor, para esquecer,
para te fazer mal ou até mesmo
para tapar um buraco
que deixaram nesse coração.
Fuma outro cigarro.
Deposita nele aquilo que depositaste em mim.
Acende-o, fuma-o, deita-o fora, tira mais um do bolso e repete a história.
Só não a voltes a repetir comigo.
Eu não quero voltar a ser o teu cigarro.
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as cartas que nunca leste
Non-Fictionescrever atenua a dor na alma portanto talvez assim a minha fique mais leve