São Paulo. 5 de abril de 2016. Regina Mills.
Entre o certo e o errado, eu seguida não pensando em nada desde o momento em que aceitei o convite para ir até o seu apartamento... Digo, acabei sendo guiada por aqueles lábios capaz de roubar toda a minha lucidez – que já é pouca. O beijo que antes começou calmo, agora se tornara urgente. Eu degustei da sua dor, dos seus medos e da sua esperança. Senti o impacto de suas palavras mas não tive tempo para abraça-la e dizer alguma falsa mentira do tipo "Tudo ficará bem"... E isso não era o que ela queria, era nítido em seu olhar embaçado pelas lágrimas. Regina Mills é só uma estranha para Emma Swan... uma estranha que vêm cedendo facilmente aos seus toques.
As coisas pareciam inúmeras luzes piscando na minha mente. Os fatos, as suas marcas e as suas angústias deveriam ser considerados apenas suas particularidades. Eu não deveria me importar e sentir o meu coração ficar pequenino e bater fraco em meu peito. - Droga. Não seja burra, Regina! - me repreendi em pensamentos por não ser assim. - Quer saber, foda-se o que ela quer!
Quebrei mais um contato. O seu olhar confuso pairou sobre mim. Emma tentou dar início a mais um beijo, mas consegui tirar forças do além para não ceder. Desta vez não tinha a pressa da primeira... Foi exatamente este detalhe que me favoreceu.
(Ele é um pouco de mentiras inteiras vazias, mas quando ditas se transformam em poesias.)
- Eu fiz algo errado? - perguntou-me confusa. Me ajeitei no sofá, se afastando. A loira repetiu o gesto, só que um pouco desajeitada.
- Emma, eu não sei porquê caralhos, mas não consigo. Tu me disseste as suas dores, eu as senti, me padeci de cada palavra. Não quero terminar o seu desabafo na sua cama. - eu disse, sem saber ao certo o que aquilo significava. Em outro momento, nada me impediria de foder alguém que viesse a me despertar desejos, ainda mais se esse alguém fosse Emma. - Eu não vou negar que você me tira do eixo, mas hoje eu só quero te abraçar. - as palavras saltavam dos meus lábios sem que eu pudesse ter controle.
- Primeiro: eu não preciso da sua piedade. Segundo: eu não te dei espaço para um contato mais íntimo. Terceiro: eu estou bêbada e com vontade de foder alguém. Se você não pode me ajudar, pode se retirar! - eu não saberia dizer se o seu tom denotava decepção ou raiva, mas não me importei. Senti o meu sangue ferver, os meus olhos arderem querendo derramar algumas lágrimas e as minhas mãos ficarem frias. Esqueci o meu lado afetivo – nós não temos direito a isso, continuamos sendo duas desconhecidas.
Sentei-me em seu colo, passando as minhas mãos pelo seu pescoço. Não deixei tempo para raciocínios. Busquei os seus lábios, tentando negar os meus desejos mais frágeis, procurando exalar luxúria. Não tive tempo para aprofundar o contato.
(Como quem vai e vem, porquê eu não sou de quem me pega e solta, me acaba por dentro, depois me derrota e volta)
- Okay. Você tem razão. Hoje eu só preciso do seu abraço. - Creio que agora a loira compreendeu que não se tratava mais de tesão. Ou sim. Nós continuamos não nos conhecendo.
Sai de seu colo, sentando ao seu lado, puxando-a para os meus braços. Hoje, pelo menos hoje, eu a protegeria de todo o mal. A loira se acomodou com a cabeça encostada em meu peito. Aproveitei que o controle da televisão estava ao meu alcance e com um mínimo de esforço, o peguei. Ela arqueou uma sobrancelha e aquele jeito desconfiada a deixava fofa. Logo ela compreendeu quando procurei um filme em canais específicos.
As horas passavam rapidamente, por mais que eu ansiasse para que demorassem por toda uma eternidade. Era por volta das nove quando a loira pediu para que eu esperasse enquanto ela tomava um banho. Por conta do tédio, resolvi me aventurar na cozinha. Não resisti ao encontrar a massa, o presunto, o queijo e o molho. Os minutos favorecuam-me, divagando lentamente.
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A namorada do meu primo
FanfictionRegina Mills é uma jovem meiga e ousada, que vive se metendo em encrencas, sendo salva o tempo todo por Zelena, sua madrinha poucos anos mais velha e tão louca quanto ela. A última coisa que aprontou "sem querer", foi transar com a ex-noiva (que n...