Pov Zelena.
Caminhar até o parque me pareceu uma boa ideia. Ar fresco, sombra e um bom piquenique com Ruby poderia vir a ser a minha calmaria. Algo simples, porém, encantador. Sinto-me com a áurea mais tranquila. Sinto-me menos culpada. Eu sei que pode parecer monstruoso, mas ver Regina feliz me faz crer que a decisão tomada fora a correta.
O tempo nublado pareceu-me um presente dos céus – nem quente, nem frio. Me encanta a diversidade natural das coisas. Assim como me encanta os pássaros, as árvores; as crianças correndo... assim como me encanta a vida.
Deixo o meu ser distraído, perdido, avoado. Óbvio que Ruby percebe, mas talvez tenha a mesma convicção do meu ser de que é melhor agir de tal maneira. Evitar pensar faz com que as coisas enfraqueçam, não? Deve funcionar neste caso. Há tantas boas memórias; tantas coisas boas as quais já fiz – não devo me ater a uma decisão cruel a qual tive que tomar, certo?
Deito-me na grama verde. A morena de mechas vermelhas se deita em meu peito. Automaticamente me pego lhe fazendo cafuné. Eu gosto da sensação que ela me permite sentir. Eu gosto de estar ao seu lado, seja para degustar um drinque e afogar as dores como ocorreu no dia em que o destino nos colocou frente a frente; seja para eu bater em sua porta tarde da noite; ou, seja para estar sobre a grama verde admirando uma imensidão azul...
A minha respiração normalizada é a prova de que estou voltando a ser eu. Falta um pouco para sorrir sem motivo algum, mas não falta nada para sorrir por "n" motivos importantes.
- No que tanto pensa, ruiva? - Ruby pergunta-me docemente, enquanto brinca com os seus dedos passeando por minha barriga.
- Por que a gente se martiriza tanto e se prende em um único erro, ao invés de sentir-se feliz por todas as vezes em que acertamos? - era uma pergunta sem cabimento, ou até mesmo uma retórica.
- Porque estamos acostumados a sermos julgados ao invés de sermos elogiados quando fazemos algo esplêndido. - a morena diz naturalmente. É, ela tem razão... Infelizmente estamos acostumados a recebermos pedradas enquanto estamos caídos, e a não recebermos nada quando estamos de pé.
Ficamos a som ambiente, ouvindo apenas os barulhos de outrem. Por instinto de defesa para combater a minha mente se "automutilando", decido mergulhar em boas lembranças; Regina está presente em todas elas, desde os momentos de rebeldia, até os de tranquilidade quando íamos ao orfanato. Ao pensar na palavra orfanato, automaticamente o meu coração se aperta em saudades do pequeno Gabriel. Sinto os meus olhos marejarem. Incentivei tanto a minha afilhada a se jogar no quesito "Alice" e no fundo tive medo de me jogar no quesito "Gabriel".
Sinto um nó na garganta ao notar que ainda tenho traumas referentes a ser mãe. Regina diz que sou uma ótima madrinha, tanto dela, quanto de sua filha... Mas eu não sei se conseguiria ser uma ótima mãe; se conseguiria olhar para uma criança e chamar de minha, sem remoer a dor que fora perder uma de dentro do meu próprio ventre.
- Zel, você está bem? - Ruby pergunta assustada, se levantando para me olhar; só então percebo que estava chorando.
- Ruby, eu estou com saudades de uma pessoa. - digo e a vejo com a expressão confusa. - De um garoto o qual eu visitava no orfanato esperança.
- Ah, sim. - a morena tem a expressão pensativa. - Então porque não vamos até lá e a senhorita ruiva mata essa saudade?
- Porque eu amo ele demais.
- Isso é bom, não?
Respiro fundo e penso na melhor maneira de explicar a confusão que está aqui dentro do meu coração.
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A namorada do meu primo
FanficRegina Mills é uma jovem meiga e ousada, que vive se metendo em encrencas, sendo salva o tempo todo por Zelena, sua madrinha poucos anos mais velha e tão louca quanto ela. A última coisa que aprontou "sem querer", foi transar com a ex-noiva (que n...