A namorada do meu primo

Memórias

Os olhos de Robin estavam vermelhos. A raiva era nítida em sua expressão. O homem engoliu em seco, talvez, planejando qual seria a melhor atitude a ser tomada. Às suas mãos estavam por cima do seu órgão genital, como se tentasse aliviar a sua dor. 

- Você vai pagar bem caro por esta humilhação, Emma Swan. - ele disse entre dentes, mordendo os lábios, típico de quando estava furioso, retomando a sua postura hereta. Robin pareceu exitar a ordem da morena que apenas com um gesto lhe indicou a saída. - Eu não vou sair do restaurante do meu tio. - por fim, proferiu alguma palavra.

- Ah, mais é claro que vai. Você tem duas opções, priminho. - a morena disse tranquilamente. - Sair com as suas próprias pernas ou sendo carregado pelos seguranças. - ela debochou. - Da última vez eu abaixei a cabeça, sei lá porquê. Creio que ainda estava com sono e com preguiça de lhe responder da maneira correta. Mas hoje... hoje eu estou de muito bom humor e nada vai estragar isto.  Talvez seja válido lembrar que eu sou a gerente e a herdeira do restaurante, então, pouco me importa os desejos do sobrinho do meu pai. - a morena falava com firmeza, enquanto discretamente fez um gesto para que os seguranças o retirasse dali. Robin se debateu ao sentir as mãos firmes dos dois homens vestidos elegantemente com um terno preto que realçava os seus músculos. - Está tudo bem. Desculpem. - ela se desculpou com os clientes até então, intrigados com a cena.

Regina passou as mãos em seus fios negros, jogando-os para trás. Achei engraçado a forma como ela riu em descrença. Até então, o seu olhar não tinha se encontrado com o meu. Quando isso aconteceu uma sensação diferente percorreu cada célula do meu corpo. Culpa do álcool esse friozinho 'passeando' pelas minhas veias. Eu acho. Mas nada disso tem importância. Prefiro fingir indiferença a esta intensidade presente em suas iris castanhas.

Desviei-me, tentando prestar atenção a qualquer outra coisa. Os detalhes do local seria uma ótima fuga. A decoração mais escura. Os móveis feitos das melhores madeiras. Os lustres de cristais. Às bandejas reluzente, sendo carregadas pelos garçons. As cortinas vermelhas, quase na cor vinho.

- Está tudo bem, Emma? - a sua voz doce, aveludada, tirou-me da minha dispersão, obrigando-me a voltar a olha-la. 

- Ah, claro. Sim, sim. - eu disse, me embaralhando nas palavras. - Aceita uma bebida? - eu perguntei com uma certa vergonha. - Ah, me desculpe, você está em horário de trabalho.

- Não mais. - ela disse, dando de ombros. - Que tal um vinho? - estendeu a sua destra. Não pensei duas vezes para segura-la e lhe acompanhar até o balcão. Nos acomodamos em silêncio. Ela conversou com um dos metris da casa e não tardou para que fossemos servidas. 

Observei cada pequeno detalhe. Desde a taça de cristal, o doce aroma, até a testura. O líquido molhou os meus lábios, fazendo-me desgustar suavemente o delicioso sabor. Era diferente do forte uísque que eu bebi mais cedo. Parece uma comparação tola. Mas não me refiro apenas a bebida. A companhia era outra. Com Lili eu podia desabar facilmente, mas com ela, tal necessidade me parece quase nula.

- Um beijo pelos seus pensamentos. - ela disse, ganhando a minha atenção. Beberiquei mais um pouco do vinho, pensando em qual seria a melhor resposta. - Pense bem. Não é todo dia que você recebe uma proposta maravilhosa como está! - Regina conseguiu arrancar-me uma gargalhada sutil. Por seguinte, um sorriso sincero formou-se em meus  lábios. - Bom, pelo menos eu consegui colocar um sorriso nessa sua boca maravilhosamente linda.