Efeitos colaterais do álcool?

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São Paulo. 5 de Abril de 2016. Regina Mills. Orfanato Esperança. 9:00 a.m.

Uma tarde ensolarada. Um céu azul, quase transparente. Às nuvens brancas, semelhantes a um algodão. Um sol mesclado entre o amarelo e o laranja. E uma ruiva sorrindo largamente ao ver um certo garotinho vindo correndo em nossa direção, pedindo por colo. Não tive tempo de sentir ciúmes, logo duas mãozinhas puxaram a minha camiseta, clamando por atenção.

O seu olhar perdeu-se no meu, presenteando-me com um lindo brilho em suas iris esverdeadas. As lindas covinhas formaram-se em suas bochechas. Não resisti. Peguei-a em meu colo, sabendo que ela não sairia mais dali. Os seus braços envolveram-me, como se eu fosse o seu porto seguro. Um afago preencheu o meu coração, transbordando-o de alegria. 

Eu senti a sua falta, minha princesa. - eu disse serenamente, deixando um beijo casto em seus fios loiros, bagunçando-os, logo em seguida. A garotinha remexeu-se em meus braços, eufórica. A madre se aproximou, observando-nos. A pequena Alice apontou para a direção do jardim, pedindo por uma flor. - Uma rosa para você, meu anjo. - entreguei-lhe, vendo-a sorrir, deixando um beijo molhado em minhas bochechas. 

Ela ficou perguntando da "ti". Ela dizia "cadê a 'ti'?".a mulher mais velha comentou, causando-me um certo estranhamento. A gente havia passado apenas uma tarde juntas e pela pouca idade da menina, acreditei que ela nem se recordaria de mim. Naquele dia, a pequena Alice passou a chamar-me de "ti" – uma abreviação de 'tia'. - E antes que me pergunte, não, ela não é assim com todo mundo. Pelo contrário, isso só ocorreu duas vezes, e foi com você.ela disse, concluindo a sua lógica, referindo-se ao meu olhar duvidoso.

Eu acredito. - eu disse em um fio de voz, voltando a minha total atenção para a menina agarrada em meu colo. 

Madre, tem aquele café da tarde especial para as suas visitantes preferidas?a voz de Zelena tirou-me dos meus devaneios (nem começados). A mulher balançou a cabeça 'negativamente', sorrindo, como se já esperasse por tal comentário. - Diz que sim, por favor... O seu bolo de cenoura com cobertura de chocolate é o meu preferido! - a ruiva fazia a sua melhor expressão pidona.

- Ah Zel, como resistir aos seus encantos? Não se preocupe, irei pedir para prepararem. - a madre sorriu ao ver a minha madrinha comemorando como se acabasse de conquistar a vitória do século. - Vocês são duas eternas crianças. - ela disse divertida.

- "Ti, floi!" - a minha atenção foi inteiramente cedida para ela. As suas mãozinhas esticadas ofereciam-me a flor que havia sido colhida em alguns minutos atrás. Surpresa. – Esta palavra me definia. Felicidade – foi o que eu senti. Alice agitou-se, deixando nítido a sua alegria por partilhar comigo o 'objeto' de sua adoração

Parece que alguém não vai resistir por muito tempo. - a minha madrinha disse divertida, apontando para os meus lábios, alegando que aquele fora o sorriso mais largo e sincero que eu dei em toda a minha vida. 

Eu não sei do que você está falando, 't.i.a'. - eu disse, dando ênfase na última palavra, recebendo da ruiva a mostra do dedo médio direito. A madre tapou os olhos do pequeno Gabriel que também não desgrudaria de Zelena. 

Que tal irmos para a cozinha, resolver a questão 'bolo?'a madre interrompeu-nos. Apenas acentimos e seguimos para dentro do lugar. 

***

Decidimos fazer uma sessão pipoca. Depois de uma longa discussão com a minha madrinha, acabamos por entrar em um acordo e assistir a: A pequena sereia. Às crianças adoraram a escolha. Até às mais velhas. 

A namorada do meu primoOnde histórias criam vida. Descubra agora