Pov Regina Mills
Tomar decisões é algo mais impulsivo do que racional, porém, temos que arcar com o veredito final... É como se a realidade estivesse lhe dando um tapa na cara. Ninguém gosta das perdas, dos corações partidos, e, às vezes nós também não gostamos de algumas chegadas. Há momentos em que nós só devemos dançar e dançar como se não houvesse um amanhã... Dançar e dançar até os pés não serem capazes de nos sustentar. Dançar e dançar como se a música fosse uma fulga.
Eu não sei até onde as minhas palavras fazem jus ao que sou. Dizer foi fácil, mas agora tudo parece impossível. Abrir mão de quem amamos não é simples e não é sinônimo de força. Isso aqui não é um livro de romance, Regina Mills! - me culpo por ter feito o que creia ser o certo. Sinto um caos se espalhar em meu corpo; em minh'alma. É como se o chão se abrisse... Ou melhor, é como se eu estivesse prestes a saltar de um penhasco e me esquecesse que sem o paraquedas eu não conseguiria sentir qual é a sensação de aproveitar a paisagem.
Pânico. Está palavra é a escolhida para me definir neste exato momento.
Se isso aqui fosse um filme estaríamos naquela parte onde o clichê drástico acontece e todos seguram as lágrimas minutos antes de gritar palavras impensadas. É a famosa hora da verdade em que todos os seres humanos temem. Sim, eu disse todos, pois até mesmo aqueles que não escondem nada, tem medo do que escondeu até dele mesmo.
- Mamã! - Alice dizia com uma certa felicidade. Por mais que me agrade ouví-la me chamar assim terei que me acostumar com a sua ausência. Ela aprenderá a me esquecer da mesma forma que esqueceu a sua verdadeira mãe.
Os segundos se passavam e eu me negava a voltar ao agora. Eu não queria soltar a pequena, eu queria ter Alice em meus braços como se esse momento fosse uma eternidade, pois está poderá ser a última vez em que poderei chamá-la e tratá-la como minha filha.
- Regina, essa é a Alice? A m-minha Alice? - Demorou mas Emma se pronunciou diante da situação. Eu não segurei o choro, não fiz questão de disfarçar o meu desespero enquanto caminhava para perto dela para deixá-la pegar a sua própria filha. - R-regina, por favor, não brinque comigo! - ela dizia, mas não era de uma forma rude. - E-eu não sei... E-eu não sei o que fazer, o que sentir! - ela disse. - Oh meu deus, você é tão linda minha princesa! - ela disse para Alice. Foi triste ver a pequena rejeitar o seu colo e se agarrar em mim, mas não tinha muito o que se fazer naquele momento.
- Kill, leva a Alice para o jardim, fazendo um favor! - eu disse. Foi a única coisa que consegui pensar. Não adiantava forçar a barra com uma criança de dois anos. - Emma, aceita um café? - eu disse sem jeito, enquanto secava as lágrimas que insistiam em cair.
***
Emma se sentou no sofá e eu fui buscar o café. A loira estava mais pálida do que o normal e mexia com as mãos de forma inquieta. A vida não é um conto de fadas onde a verdade parece ser a melhor coisa que pode nos acontecer... Talvez seja mesmo, mas antes dos sorrisos tem a dor. A vida é feita de altos e baixos, mas quando estamos prestes a cair parece que nunca vivemos o ápice da felicidade... Eu sei que essa sensação dura apenas alguns segundos mas parte os nossos corações e causa tanto estrago.
Sirvo o café.
- Como você soube? Como você a encontrou? Por quê mudou de ideia e resolveu me dizer onde ela estava?
- Eu confesso que só me dei conta do que havia feito ao me deparar com você na minha frente, Emma. Eu posso estar sendo egoísta, mas o meu primeiro pensamento foi em fechar a porta novamente, pois só então eu havia dado conta de que estava prestes a entregar o maior tesouro da minha vida. - eu disse.
- Eu nunca te perdoaria por isso!
- E então estaríamos quites, eu também nunca vou te perdoar por ter partido o meu coração e ter sido a causa de algumas ressacas. - eu disse. - Mas isso não vem ao caso, da mesma forma que há quanto tempo e como eu descobri também não importa. - eu suspirei. - Eu só peço que pense bem antes de tomar qualquer decisão e que não guarde a reação da minha filha ao te ver como um fato imutável. Ela é apenas uma criança e da mesma forma que não se lembra de você, em breve ela aprenderá a me esquecer. - eu disse e desviei o olhar para o chão. Emma colocou as xícaras de café na mesa de centro e se aproximou para me fazer olhá-la.
- Regina eu não vou tirá-la de você. Eu amo a minha filha e só Deus sabe o quanto eu desejei viver esse momento. Eu não sei dizer o que estou sentindo, mas eu sei como eu não quero que você se sinta. Eu esperei um bom tempo para encontrar a Alice, o que é esperar mais um pouco até ela aprender a me amar?
- Isso não será difícil! - eu disse tentando disfarçar a voz de choro. - Emma, eu não sabia que ela era a sua filha e a adotei. É como se ela tivesse me escolhido para protegê-la e cuidá-la.
- É como se o destino tivesse te escolhido para estar em nossas vidas! - ela disse.
Nós estávamos tão próximas que se forçasse um pouco mais poderíamos escutar as batidas dos nossos corações.
Eu ainda não sei dizer tudo o que sinto e não sei tudo o que se passa na minha cabeça, mas de uma coisa eu tenho certeza... Emma conseguiu me ter por completo a ponto de a minha alma estar sussurrando; "eu estava morrendo de saudades", mesmo sabendo que não é hora de desejar beijá-la.
- Ela ainda ama flores? - Emma perguntou e endireitou a postura.
- Sim! O jardim é o seu lugar preferido! Você quer ir até lá?
- Acho melhor não, ela pode se assustar ainda mais.
- Emma ela só não gosta de ir em colo de pessoas as quais ela não convive, mas isso vai mudar. - eu disse e segurei em sua destra com o intuito de lhe dar o apoio o qual eu também preciso. - Vamos? - eu me levanto e Emma me acompanha.
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A namorada do meu primo
FanfictionRegina Mills é uma jovem meiga e ousada, que vive se metendo em encrencas, sendo salva o tempo todo por Zelena, sua madrinha poucos anos mais velha e tão louca quanto ela. A última coisa que aprontou "sem querer", foi transar com a ex-noiva (que n...