A namorada do meu primo

Sabe...

São Paulo. 15 de abril de 2016. Emma Swan. 

Era por volta das nove horas da manhã. Não muita tarde, não muito cedo. Agradeci ao céus por Tinker der insistido em comprar a cortina escura, caso contrário, eu teria despertado antes do desejado. Consequentemente o meu humor não seria um dos melhores... Ou talvez sim, creio que hoje nada será capaz de mudar o meu humor. 

Não passou pela minha cabeça a possibilidade de Regina mudar de ideia e sumir no meio da noite. Tudo parecia tão perfeito que não havia a possibilidade de findar-se antes do nascer do sol... Na verdade, nem o astro rei teria força o suficiente para tirar-me essa paz que a morena me passa. 

Sorri sem perceber ao sentir o seu corpo junto ao meu, os seus braços envolvendo a minha cintura, a sua respiração tranquila próxima ao meu pescoço. Sorri por ter tido a certeza de que ela estava ali. Sorri por me sentir "menos vazia". 

Não posso negar que há um bom tempo, nada conseguia fazer o meu coração sentir-se um pouco em paz... O que Regina tem que acalenta até o lado mais triste do meu ser? Não sei, mas não é preciso saber, só sentir. E com ela estou sentindo tanto que chega a me assustar. 

(Quando o tempo passa rápido quando está ao lado dessa pessoa. Quando da vontade de ficar nos braços dela e nunca mais sair...)

 A morena se mexeu e apertou-me um pouco mais, acabando com a pouca distância que existia entre os nossos corpos nus. Não ousei fazer movimentos bruscos. Fechei os meus olhos e me entreguei para aquele momento simples, porém, de um encantamento surreal...

O sono já havia ido embora, mas eu não queria "despertar" por completo. Eu nunca gostei de muito contato "pós sexo". Nem com Daniel, nem com Robin, nem com ninguém... Mas estranhamente, eu queria aquilo com ela. A todo segundos a minha mente ficava lembrando-me de tal fato. Lembrando-me de que Regina faz tudo ser diferente... Desde o sexo casual, um momento de discussão, uma simples conversa no jardim, uma dança em minha sala, um amanhecer... O pouco tempo que nos conhecemos fora o suficiente para levar-me a essas reflexões. 

Esse pouco tempo me desperta o desejo de sempre estar procurando prolonga-lo...

Uma música surgiu em meus pensamentos enquanto eu recordava da noite passada. Essa música era tão aleatória que não há uma especifidade... Talvez seja justo classifica-la como uma trilha sonora para as minhas lembranças recentes. Me soa mais bonito pensar na vida vivida a base de canções... E no meu caso, posso dizer que são poucas as coisas que realmente venho vivendo.

- Eu morri e estou no céu?  - a sua voz rouca chamou-me a atenção. Um arrepio percorreu a minha espinha, mas foi algo positivo... Uma reação muito positiva. - Ou Deus deixou um anjo loiro escapar?  - soltei uma risada sincera com a sua fala divertida. Virei-me para olha-la, acariciando o seu rosto. Tão lindo ao acordar. Talvez o meu olhar esteja brilhando mais que o necessário. 

- Você é tão linda. Realmente, muito linda, morena! - eu disse sinceramente, não parando com as carícias.

- Ah, não elogia muito não que eu fico sem reação. Mas saiba que linda és tu. E que adorei ter o prazer de acordar podendo admirar essa deusa que tu és... - selei os nossos lábios, dando-lhe um casto selinho. Antes de qualquer outra coisa que pudéssemos vir a fazer ou dizer, um barulho nos assustou. - O que é isso?  - a morena arregalou os olhos. Acabei achando fofo o jeito amedrontado que até então eu não conhecia. 

- Só pode ser a Tinker tentando preparar um café da manhã "comivel". - era divertida a minha fala. Imaginar a bagunça que aquela baixinha estava fazendo na minha cozinha era algo hilário. As suas tentativas sempre estavam fadadas ao fracasso.