•| Capítulo 7 - És um infeliz.

321 26 5
                                    

James Pov ON


Dormi bastante bem. Essencialmente por ter dormido com a minha pequena. Ela é tão linda… Não se pode deixar levar pelo Luke. Ele não sabe do que fala.

Olhei para o outro lado da cama mas a Maddy não estava. «Será que ele a levou? Será que já a convenceu a ficar do lado dele? Não pode ser. Ela é pura. Não se deixará levar assim tão facilmente por ele.» Aqueles pensamentos estavam a dar comigo em doido. Levantei-me e fui até ao quarto de banho. Vesti a roupa que trazia da noite anterior e fui até à sala, mas não a vi. Suspiro preocupado, quando ouço barulho vindo da cozinha. Vou até lá e lá estava a minha pequena. Estava de costas para mim por isso cheguei-me perto dela sem fazer barulho e agarrei-a pela cintura gritando de leve um «Buh!» ao seu ouvido, o que a fez saltar com o susto e arrepiar-se com o facto de lhe dar um beijo perto do ouvido.


– Parvo, ia morrendo por causa de ti agora! - deu-me um leve murro no braço rindo e eu ri com ela.

– Por causa de mim? Não tenho culpa que sejas tão assustadiça… - ria, brincando com ela.

– Sou nada, tu é que és mesmo parvo. Estava a preparar o nosso pequeno-almoço com tanto amor e carinho, e tu…

– Amor e carinho? - interrompi-a.

– Sim, eu faço sempre tudo com amor e carinho mesmo que não mereças.

– Ai eu não mereço?

– Hm… Não.

– Ai é? Então já não vou a casa ver de roupa para passar a semana contigo. Se não mereço carinho tu também não mereces. - fiz cara de sério mas brincando com ela.

– Então vai que eu digo ao Luke para passar a semana comigo. - ripostou fintando-me.

– Preferes ficar com ele? - perguntei falando muito mais sério do que falara antes, olhando os seus olhos azuis claros.

– E se preferir?

– Diz-me e eu vou embora. Quem manda és tu… - baixei a cabeça pois não estava a gostar nada da conversa.

– James… - senti-a aproximar-se de mim, colocou as minhas mãos no seu rosto e fez-me olhar para ela - Se eu o preferisse a ele não te tinha pedido a ti para dormires aqui comigo. - ela sorria ao dizer aquilo.

– Maddy, tenho medo. - baixo o meu olhar de novo.

– De quê? - fez-me olhar de novo para ela.

– Queres saber o que mais receio neste momento? - olho-a seriamente.

– Sim…

– Tu.

– Eu? - perguntou-me confusa, o seu rosto não enganava ninguém, quanto mais o seu olhar.

– Sim. Tu. Só tu me poderás trocar por ele. Tenho medo que troques as nossas noites a observar as estrelas por ele.

– Falas como se o tivéssemos feito muitas vezes. Falas como se nos conhecesse-mos à muito tempo, mas não. Nós mal nos conhecemos.

– Tu mal me conheces. Mas eu conheço-te.

– Tu e o Luke nisso são iguais, coisa que me irrita. Não entendo como me conhecem se nunca estiveram comigo.

– Mas observamos-te.

– Andaram-me a espiar? - sinto medo no seu lindo rosto.

– Não. Maddy não faças mais perguntas. Eu disse-te que quando fosse o momento certo que te contaria tudo.


Com a minha resposta ela suspirou o que me deixou destroçado, mas eu não posso contar-lhe. Não agora. Vai achar que sou um maluco, um tarado. E eu não sou. Sou apenas a pessoa que mais a quer proteger. Ok, talvez pessoa não seja o termo certo. Sou quem mais lhe quer bem, para além da sua família. Digo apenas família, porque apenas conheço os pais biológicos dela e um pouco dos adotivos porque os observava enquanto a observava a ela. Os seus amigos, não sei. Ela apenas tem confiança numa rapariga com o nome de Selena que parece ser boa rapariga apesar de muita gente falar muito mal dela, e num rapaz com o nome de Justin que apesar de ser um grande cristão, faz muitas asneiras. Ele liga muito a Deus mas sinto que lhe corre o diabo pelas veias apesar de ele próprio não o saber.

Não sei o que lhe corre no seu pensamento, mas não gosto que ele seja um amigo tão próximo da Maddy, mas não o vou impedir de continuar a ser. Não sou capaz de fazer isso. Estes pensamentos até me deixam irritado. «Oh não!» ecoou dentro da minha cabeça. Eu apenas me irrito com o mal por perto. Será o palerma do Luke ou o coitado do Justin quer ser uma coisa mas já é outra?


– James? James?

– Desculpa pequena… - digo serrando os dentes.

– Que se passa James? - sinto que ela estava com algum medo, talvez com receio de fazer tal pergunta.

– Sinto que o Luke está por perto.

– Como?

– Não sei explicar, apenas sinto.

– Não sabes ou não podes?

 

Ouvimos alguém bater à porta. Aquele som ecoou por toda a casa, por isso descemos os dois até chegarmos a porta de entrada. Nem pensar deixar a Maddy sozinha. Mas quem será?

– Tu és um infeliz. Só te sabes aproveitar dos outros! - parecia descontrolado.

– Justin? Que estás para aí a dizer?

– Esse patife. Ele só te quer fazer mal.

– Que se passa contigo?

– Estou a avisar-te para o teu próprio bem.

– Não pareces tu a falar… O que aconteceu à tua voz? De onde conheces o James?

 

Ela podia não entender mas foi coisa que eu entendi logo. Só alguém que não quisesse entender é que não entenderia. Era o Luke. Só podia. O Justin não me conhece. É impossível ser ele a dizer aquelas palavras.

O Justin paralisou a olhar para a parede atrás de nós. Pouco depois abanou a cabeça e olhou-nos estranhamente confuso e espantado.


– Maddy?

– Sim?

– Como é que eu já aqui estou?

– James… - ela olhou para mim com medo - James não me deixes mais.

– Eu não deixo.

– Tenho medo do que ele possa fazer… - disse isto agarrando-se à minha cintura, deduzi que fosse um abraço por isso abracei-a apertando-a.

– O que foi? O que se passa. Mad, ele quem?

– Posso contar-lhe?

– Ninguém pode saber… É o nosso segredo.

– Ela é a minha melhor amiga. Se corre perigo eu tenho todo o direito de o saber. Conheço-a à muito mais tempo do que tu.

– Isso é o que tu achas mas ok.

–Entra… - largou-me e abriu mais a porta dando-lhe espaço para entrar.


Ele entrou e ela fechou a porta. Fomos os três até à sala e ficamos a falar um pouco. O Justin queria saber quem eu era e o porquê de ali estar e nós dissemos o que aconteceu ontem à tarde, mas não que cá dormi. Estivemos a almoçar e depois voltamos para a sala. Estava a correr tudo bem até que fui à casa de banho e quando voltei, vi o Luke a espreitar pela janela.


– Porque não tocas à campainha em vez de te meteres a espirar?

– Com quem é que… Luke?

Follow Me [ Concluída ]Onde histórias criam vida. Descubra agora