Parede do Gueto

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Estava programado para nós fazermos uma visita à parede do gueto logo no nosso primeiro dia de Marcha, mas acabamos indo apenas no segundo, para termos a experiência completa de uma vez só.

Eu não me senti tão mal visitando aquele lugar, apenas surpresa. Já tinha aprendido em sala de aula sobre esta triste realidade que foi separar os judeus do resto da população- deixá-los mais expostos a doenças e à fome. Mas andar ali foi diferente. A parede que restou era muito, mas muito grossa. Como se algo de fina espessura não fosse o suficiente para nos separar do resto. Havia aqueles que conseguiam fugir para trazer ajuda em forma de alimento e remédios- as famosas crianças que de tão magras e pequenas saíam por buracos e bueiros, na esperança de voltarem carregadas e não machucadas.

O que temos hoje são apenas ruínas, mas ruínas que contam histórias. Um lugar como o gueto não deve ser esquecido- a desumanização já estava clara ali. Não tive como sorrir naquele lugar, mas sorrio por dentro por saber que isso foi superado por nós.

Gritos pela liberdade: diário de bordo da Marcha da Vida de 2018Onde histórias criam vida. Descubra agora