A parte final

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A mais triste jornada

Quando saímos da Wix, pudemos presenciar um lindo pôr do sol, que certamente fechou a viagem com chave de ouro. O porto tinha uma aparência muito diferente com o cair da noite, mas não era negativa- era poética.

Fomos caminhando até os ônibus, mas pelo caminho errado, sem nos darmos conta, de primeira. Quando fomos avisados, caímos numa risada longa, até porque não parecia tão ruim andar para outro lugar, se isso significava não dar fim aos melhores dias já vividos.

O último jantar

Fomos para um hotel apenas para jantar e tomarmos banho, até dar a hora de irmos para o aeroporto. Lembro que depois do banho, eu e mais 6 meninas decidimos que era um momento oportuno para tirar um cochilo. Dormimos por cerca de duas horas, e lembro que quando acordei, senti um grande soco no estômago. Era a hora, e não dava mais para adiar. Eu devia descer com a mala, colocá-la no ônibus, e aceitar que estava prestes a retornar à realidade.

No ônibus

Uma característica minha que não posso negar é a de que estou sempre em movimento e em reflexão. Sou muito intensa e tenho dificuldade para parar quieta, porque tudo me dá ansiedade (dessa vez, no bom sentido). Eu não consigo quebrar essa linha de raciocínio incessante, então tudo acaba em grandes questões filosóficas, que sequer sei responder, mas não que isso afete uma nova onda de pensamentos por vir, porque, afinal, ela sempre vem.

Resolvi sentar sozinha mais uma vez, tanto para dar lugar à reflexão quanto para relaxar da minha gripe. Eu estava triste com o fim e acabei caindo no sono, sem poder desfrutar dos restinhos de Tel Aviv.

Avião- segunda fase- Amsterdã-> Brasil

Eu tinha o objetivo de começar a escrever no avião, e no aeroporto de Amsterdã dei de cara com um caderno verde muito bonito. Eu sabia que tinha um na mochila, do Centro de Cracóvia, mas aquele me chamou tanto a atenção que foi impossível não comprar.

Quando estávamos decolando, comecei a escrever, e algumas pessoas me rodearam pensando se tratar de poesia. Eu expliquei que era apenas uma tentativa boba de colocar em palavras um sentimento intenso, mas que possivelmente não ia dar em nada. Desde aquele momento, tinham pessoas interessadas nas minhas palavras, mas, para mim, era muito óbvio que eu as largaria... Mal sabia eu o que estava por vir.

Gritos pela liberdade: diário de bordo da Marcha da Vida de 2018Onde histórias criam vida. Descubra agora