Visita aos Cemitérios

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Antes da Marcha, eu nunca tinha ido a um cemitério. Estranhei um pouco a ideia, mais pela visão que tenho da morte do que qualquer outra coisa. Eu acredito que muito possivelmente exista algum tipo de vida após a morte. Que as coisas não terminam de verdade por aqui, mas não sei explicar exatamente como. Visitar um cemitério me fez ter medo. Medo por não conseguir alcançar o desconhecido. Nos 3 ou 4 que visitamos, me vi procurando pelos 5 sobrenomes conhecidos dos meus antepassados- Besserman, Gotbeter, Kac, Rozes e Szejnbergiem (hoje Schaimberg), mas não encontrei nenhum. Não sabia se ficava feliz por não ter que esbarrar com um familiar desconhecido em forma de lápide ou triste por não ver uma marca deles. Não li os nomes de todas as lápides, mas sei que tenho família que faleceu por lá, fora da situação de guerras. Lá pelo terceiro cemitério, eu já estava estourada, mas até que entendo a necessidade de tê-los visitado.

Gritos pela liberdade: diário de bordo da Marcha da Vida de 2018Onde histórias criam vida. Descubra agora