Peso da mochila+Peso das emoções

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Esta é uma comparação um tanto quanto engraçada. Comecei a tê-la logo nos primeiros dias de Polônia, e acho bom registrá-la para mostrar que nem tudo terminava em tristeza por lá. Eu sempre andava com a mochila pesada. Carregava uma garrafa de 1,5L de água, um casaco, um pacote de biscoito, uma blusa extra caso o frio apertasse, carteira, carregador, celular, óculos escuros, óculos de grau e remédios básicos- além de cachecol, gorro, luvas. O frio nunca apertava para que eu os tirasse dela.

Pode parecer que não,mas, depois de um tempo, isso começa a pesar na coluna. Ficávamos o dia todo fora, então era inevitável. Era preciso aprender a conviver com a dor, e,claro, rezar (logo eu, nada religiosa) por uma boa e confortável noite de sono que a apagasse- apenas para que surgisse novamente no dia seguinte.

Comecei a comparar o peso da mochila com o peso das emoções para tentar esquecer a dor física. Tanta coisa me emocionava naquele país, que tentava me convencer de que não era o físico que iria me destruir. Mas isto foi apenas um incentivo, porque as dores na coluna foram reais e me pediram para largar a mochila no chão muitas vezes.

Gritos pela liberdade: diário de bordo da Marcha da Vida de 2018Onde histórias criam vida. Descubra agora