A primeira atividade que tivemos após o retorno de todos foi uma palestra com o grupo 'Combatents for Peace'. Sinto que ninguém estava totalmente focado devido ao dia intenso e ao fim se aproximando, mas eu estava menos ainda do que a maioria. Já não dava mais para esconder a gripe, minha voz a revelava em menos de 5 segundos de papo.
Recebemos 2 palestrantes com ideias e histórias de vida bastante distintas, e foi isso que colaborou para um bate-papo tão rico.
O primeiro era palestino. Ele contou que nem sempre possuiu uma visão aberta ao diálogo, em parte pelos meios no qual foi criado. Quando criança, tinha o costume de atirar pedras nos judeus, bem perto da faixa de Gaza. Quando crescido, passou a fazer parte do Hamas, o famoso grupo terrorista. Ele disse que graças aos congressos que encontrou, conseguiu abrir a mente à divisão das fronteiras de Israel, não tirando a legitimidade de tal, mas expandindo-a a outros merecedores.
Já o segundo, era judeu. Ele contou que já lutou em defesa do Estado de Israel, mas que hoje era mais aberto à ideia de dividir o território para garantir a paz.
É interessante pensar que pessoas tão diferentes- em todos os aspectos- consigam se encontrar em um mesmo grupo, e liderar uma palestra na maior calma e tranquilidade, ainda mais considerando que o que está em jogo é algo delicado. Estamos falando de alguém que já possui algo, mas almeja a paz. E alguém que não possui nada, e almeja ter alguma coisa. E é sempre mais difícil do que parece entender a necessidade de saber abrir mão de certas coisas em busca de um bem maior...
