Acabo de perceber que tinha pulado o jantar das delegações. Foi uma noite memorável da Marcha, e não dava para deixar passar em branco.
A Polônia já tem todo esse clima de lugar escuro e sombrio, e a gente logo conecta ela à tristeza. Eu também faço isso depois de todas as sensações que tive por lá, mas acho engraçado que às vezes também nos esquecemos de que é possível encontrar felicidade perto de tanta escuridão. Este jantar foi prova disso.
Entramos todos absurdamente animados cantando, já deixando bem claro que o Brasil estava chegando. Foi incrível subir naquele palco e ter uma mini-apresentação, onde os espectadores eram apenas nós mesmos, porque simplesmente não era preciso ter mais. Estávamos em um país que não era nosso de origem, na teoria, mas, mesmo assim, estávamos deixando nossa marca. Agindo como se a felicidade nunca tivesse deixado de existir. Porque, sendo bem sincera? Nunca deixou mesmo. Somos prova viva da resistência e somos livres... Sorrir é preciso.
