Capítulo 4

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Marina

Eu não sei explicar a sensação de alívio que me invadiu quando eu soube que aquela mulher não se jogou com a minha filha em seus braços. Quando Miguel entrou no quarto, eu estava perdia, envolta por escuridão e desespero.

Não sei como as mães que perdem seus filhos conseguem seguir adiante e achar forças para continuar vivendo. Eu só sei que mesmo que minha filha não esteja aqui, nos meus braços, ela está bem e eu vou encontrá-la custe o que custar.

Assim que entramos na casa dos filhos do Miguel, ou melhor no castelo que eles vivem, Allyssa, Duda, Abby e Sunny, correm para me abraçar.

— Fique tranquila, nós vamos recuperar a sua bebê. — Sunny diz e acaricia a própria barriga.

— Eu sei como você está se sentindo, não se esqueça que meu avô me fez pensar que meu filho havia morrido. — Allyssa diz, e eu me lembro da história que Miguel me contou sobre como seu neto mais velho passou alguns anos sem a presença dos pais. — Fique tranquila, nós vamos te ajudar.

— Eu sei que vão, eu só não estou em um bom lugar nesse momento. — Respondo. — Eu estou meio perdida com tudo o que tem acontecido e por mais que eu queira, sinto que as coisas vão se complicar em breve.

— Você só está sentindo isso por causa de tudo o que está acontecendo, assim que as coisas se arrumam e esse sentimento passa.

— Espero que sim. — Digo, sentindo Miguel passar os braços em volta da minha cintura e me puxar para perto dele.

— Você está cansada, deve ir dormir um pouco. — Ele diz.

— Dormir? Não posso ir dormir sabendo que a minha filha está por ai nos braços de um maluco...

— Marina? Escute o conselho de alguém que passou por isso, ficar acordada pensando no que poderia ter feito diferente, não vai mudar as coisas. Você só vai se sentir pior, suba e durma um pouco, quando acordar os problemas ainda estarão aqui e quem sabe não esteremos mais perto de solucionar? — Allyssa diz. — Dimitri me disse que a Willow está vindo pra cá, ela vai ajudar você a pegarem o bebê.

— Odeio saber que ela vai se arriscar...

— Somos família, e família faz essas coisas. — Sunny corta. — Agora, vá se deitar, você fez uma cesariana há pouco e já está assim. Sua filha vai precisar de você inteira quando voltar.

— Tem razão. — Digo e deixo Miguel me levar para o quarto no andar de cima.

Assim que me deito, começo a chorar e logo estou dormindo. Dormir é bom, me permite esquecer que a minha filha foi levada e está por ai, precisando de mim.

WILLOW

Dezesseis horas depois

Estou tentando entender o fato de eu ter uma irmã e que ela foi sequestrada logo após seu nascimento, quero dizer, a minha família fodida não se importou em ligar pra mim e me contar essa merda?

— Eu conheço essa cara. — Erick, meu noivo que todos chamam de marido diz ao meu lado.

Eu finalmente aceitei o pedido de casamento dele, e claro, na minha família as notícias boas não vem sozinhas, eu acabei recebendo duas ligações, uma que me fez ficar feliz e a outra me contando sobre o sequestro da minha irmã. Porém em momentos como os que estamos, as notícias boas ficam em segundo plano, e a gente foca em resolver os problemas, e é isso o que estou fazendo. Sentada no aeroporto, esperando a conexão para Moscou.

Miguel Petrov - Máfia vermelha 6Onde histórias criam vida. Descubra agora