Miguel Petrov - Máfia vermelha 6

Capítulo 31

Marina

Sei que nenhuma mulher no mundo é amiga da ex do homem com quem ela está, fico feliz em saber que meu marido foi casado com uma mulher tão boa e gentil como Dalilah. Também, não posso descrever como me sinto feliz por ver ela acordada.

— Você nos deu um susto. — Digo, segurando as mãos dela, ela parece tão frágil aqui.

— Agora você sabe que tem um coração forte. — Brinca.

— Sabe que eles estão falando de você lá fora, né?

— Sei, e também sei que meus filhos querem entrar aqui e me paparicar, mas antes eu queria te agradecer.

— Me agradecer? — Estou confusa.

— Você trouxe o Miguel de volta para a família dele, de certa forma uniu a todos nós e eu não sei como te agradecer por isso. — Ela chora.

— Dalilah, foi você quem uniu todos eles, você querendo ou não é o coração da família, da nossa família. Depois do que aconteceu com você eles pararam de brigar e se unir, foi muito bom ver todos eles juntos e você teria ficado orgulhosa.

— Como você...

— Consigo dizer isso para a ex mulher do meu homem? Dalilah, você se tornou uma grande amiga pra mim quando eu não tinha ninguém, cuidou de mim mesmo estando longe e eu nunca vou esquecer isso, ninguém fez nada do tipo pra mim durante toda a minha vida. — Admito. — Você não é só a ex mulher do Miguel, você é a amiga dele, a mãe dos seus filhos e minha irmã de coração.

Nós duas estamos chorando quando eu término de falar, é tão estranho quando você chega em um lugar e encontra pessoas tão boas e ao mesmo tempo que não tem medo de mostrar o lado ruim das coisas; e tudo o que você consegue pensar é em como eles são especias para você e você morreria por eles.

— Obrigada por ser essa pessoa incrível que você é. — Dalilah diz e então acaba pegando no sono.

Me levanto e saio do quarto, para encontrar Gustavo ali na porta com um sorriso no rosto.

— Ela está dormindo. — Digo.

— Eu só estava vindo para avisar que vou dar um pulo em casa, tomar um banho e trocar de roupa. — Ele explica.

— O que você vai fazer com a casa? — Me refiro a casa que ela foi atacada.

— Ainda não sei, pensei em vender.

— Converse com ela primeiro, ela é uma mulher forte e o tipo que não esconde o que sente, se ela não se sentir bem lá tenho certeza que ela vai te dizer. — Dou um tapinha em seu ombro e vou em direção a sala de espera, onde todos estão reunidos conversando.

— Será que podemos ir ver ela? — Abby pergunta.

— Ela acabou de dormir, acho que vai ficar fora por algum tempo.

Estou prestes a me sentar, quando Miguel levanta do sofá e me leva para fora do hospital e a caminho do carro.

— O que você está tramando? — Peço.

— É uma surpresa, na verdade é uma grande surpresa. — É tudo o que ele diz.

— Como assim? Não sei se é o momento certo para surpresas. — Falo sem pensar, ou melhor, pensando em excesso.

— Na verdade, é o momento ideal para uma surpresa.

Levo algum tempo para perceber que estamos indo na direção oposta da cidade. Na verdade eu nem sei onde estamos indo, o que é uma coisa considerando que eu conheço esse lugar como ninguém.