Capítulo 3

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Amores, eu realmente me pregunto o motivo de eu colocar recado nos capítulos, a maior parte de vocês não lê. 


Miguel

Quando eu era pequeno, tive uma babá que sempre repetia a mesma frase, quando meu pai me machucava ou fazia algo de errado na minha frente, suas palavras eram;

Não chore menino, não dê a ele esse gosto, você sabe que tudo o que ele quer é te quebrar e ferir, quando ele fizer isso, lembre-se "Não bata mais do que consegue apanhar, pois a vida sempre vai ser aquela que dá o golpe final ."

Sempre que ela dizia isso eu ria por dentro, a vida não punia pessoas como o meu pai ou eu, nós somos os carrascos dela; era o que eu dizia a mim mesmo. Hoje vendo o resultado das minhas ações do passado, saltar da janela do quarto carregando minha filha, foi como levar um tapa na cara.

Era a vida me punindo por tudo o que já fiz?

Conforme eu descia as escadas da frente do hospital e corria em direção ao corpo das duas, tudo o que eu conseguia fazer era rezar, eu mal me lembrava de como se orava, mas no meu momento de desespero, tudo o que eu conseguia pedir era por um milagre, por qualquer coisa que mantivesse a minha filha viva.

Entre o quarto da Marina e a frente do hospital, Deus deve ter ouvido meu apelo, pois no momento em que cheguei lá, Hadley tinha em seus braços, uma boneca, enrolada com cuidado nos panos do hospital.

— Foi uma distração. — Penso em voz alta.

Imediatamente começo a olhar em volta, o suicídio dela com a boneca em seus braços, todo o show que ela deu no quarto, fingindo que estava com a minha filha, foi, na verdade, uma forma de distração, para que quem está com Savannah conseguisse escapar do hospital sem ser percebido.

Ando até um dos guardas e agarro o braço dele;

— Fique de olho, alguém está tentando sair do hospital com a minha filha. — Digo e corro de volta, mas a multidão de funcionários do hospital em volta do corpo, só está servindo para me atrapalhar.

Estou prestes a ligar para o meu pessoal, quando vejo Dimitri e Ahmar chegando no hospital, corro em direção aos meus filhos, que me olham confusos com a situação.

— O que...

— Reúna os homens, alguém sequestrou Savannah e está tentando sair do hospital com ela. — Digo, com raiva.

Como eu não percebi essa merda antes? Se Hadley queria me ferir, tudo o que ela precisava fazer era me fazer viver sabendo que minha filha está em algum lugar do mundo viva, e longe de mim. Porém o que ela ganharia me ferindo? Nossa história não terminou do jeito ruim que ela queria fazer parecer.

Isso tá me deixando confuso.

— Como isso aconteceu? — Ahmar pergunta, correndo comigo para dentro do hospital.

— Longa história. — Respondo.

— Pra variar, seu passado de merda. — Dimitri responde ao mesmo tempo que eu.

Vou até o quarto da Marina e vejo ela sentada no chão, chorando desesperada. Corro até ela e me ajoelho ao seu lado, puxando ela para os meus braços.

— Não era a nossa filha. — Digo.

— O que? — Ela vacila por um momento até que as minhas palavras fazem sentido.

Miguel Petrov - Máfia vermelha 6Onde histórias criam vida. Descubra agora