Capítulo 38

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Marina

Assim que as palavras saem dos lábios do motorista vejo o carro parando em frente a uma casa em um bairro simples, eu nunca estive nesse lugar e duvido que Miguel faria alguma coisa nesse lugar. Quero dizer, não tem nem mesmo um carro parado nesta rua.

— Que lugar é esse? — Pergunto vendo ele sair do carro e dar a volta para abrir a porta para mim.

— Este é o ligar onde está a sua surpresa. — Fala, abrindo a porta. — Por favor, não torne as coisas difíceis.

Com medo do que pode acontecer comigo se eu não fizer o que ele manda, saio do carro e ando em direção a casa com ele vindo logo atrás de mim. Assim que ele abre a porta estou de cara para uma sala simples, com um sofá branco e uma mesa de centro com algumas revistar em cima. Em cima da lareira, tem uma televisão que está ligada, uma repórter está falando sobre o meu casamento, mas antes que eu possa ouvir algo mais, o motorista desliga a TV.

— Por que está fazendo isso? — Pergunto.

— São ordens, acredite em mim, isso vai ser bom para você. — Promete.

Quando vou até o sofá para me sentar, ele segura o meu braço.

— Não se sente, não vamos passar muito tempo aqui. — Avisa.

— Então, para onde vamos? — Peço.

Ele não me responde, apenas aponta na direção da escada onde um homem desce e quando olho finalmente reconheço quem está descendo as escadas, meus pés falham e eu quase caio no chão.

— O que você está fazendo aqui? — Pergunto.

— Você não achou que eu ia perder o seu grande dia, não é? — Responde, andando na minha direção. — Não é todo dia que se tem um grande casamento para participar.

— Mas... onde estão os outros?

— Onde você acha que eles estão? Esperando por você, eles também não iam ficar longe, ainda mais no dia do casamento da única família que eles tem.

— Foi o Miguel? — Peço.

— Ele achou que você ia querer estar perto das pessoas que você ama, como seus pais e primos. — Responde. — E não pense que esqueci que você teve uma filha e não nos contou.

Eu nunca expliquei para o Miguel como meu relacionamento com a minha família é, então tenho que me controlar para não deixar meus verdadeiros sentimentos transparecerem. Isso é culpa minha, essa situação toda é minha culpa.

— Não nos falamos há tanto tempo, a última vez que te vi você queria que eu fosse casar com um amigo seu, por causa de uma dívida estúpida. — Me recuso a estragar minha maquiagem por causa disso.

— Sorte a minha que sua irmã fez o que mandei. — Protesta.

— Ela não é a minha irmã, nunca foi e nem nunca vai ser. — Respondo.

— Do mesmo jeito que esta não é sua família? — Zomba. — Pode correr o quanto quiser e dizer a todos que estamos mortos, mas não pode negar que tem o nosso sangue.

Olho em volta na casa, essa casa não se parece em nada que a minha família possua, eles sempre estão vivendo de favor em algum lugar cedido por um amigo deles. Eles são como vermes que só estão aqui para destruir tudo de bom que tenho.

— Essa casa?

— Presente do seu futuro marido. — Ri. — Fiquei surpreso pelo lugar que ele nos deu, uma vez que ele vive naquela mansão enorme, mas por hora é o suficiente.

Miguel Petrov - Máfia vermelha 6Onde histórias criam vida. Descubra agora