Capítulo 13

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Miguel

O cainho até a casa da Dalilah demora muito mais tempo do que normalmente leva, talvez seja o estresse de saber que tem algo errado lá, ou a vergonha que estou sentindo pelas minhas atitudes há algumas horas.

Quando Ahmar finalmente estaciona o carro na porta da casa, noto que Tayler está nos esperando do lado de fora, com um olhar preocupado. Saio do carro e caminho até ele, Dimitri e Ahmar estão logo atrás de mim.

— O que aconteceu? — Pergunto.

— Não é nada bom, mas você precisa ver de qualquer forma. — Ele entra na casa e faz sinal para que a gente o siga.

No momento em que entramos na sala principal, vejo o que Tayler quis dizer com “não é nada bom.” O que antes era uma sala impecável, agora está destruída e com respingos de sangue pelo chão e pelas paredes.

— Dalilah… ela…

— Ela foi levada para o hospital, o estado dela não é nada bom. — Alexa diz, descendo as escadas. — Falei há alguns minutos com o médico e eles estão com medo que ela fique em coma.

— Minha mãe está em coma? —Dimitri pergunta com raiva. —Quanto tempo você está aqui?

— Não preciso te responder isso, uma vez que todos na sua casa viram o horário em que eu sai. — Ela responde revirando os olhos. — Se vai me fazer perguntas, pule as idiotas.

— Por que demorou pra nos avisar? — Pergunto, concordando que é preciso fazer as perguntas inteligentes.

Ela sorri pra mim, como quem aprova minha pergunta.

— Cheguei aqui e encontrei sua mãe toda fodida no chão, ela estava espancada e mal conseguia respirar, então eu chamei os socorristas, e eles a levaram com urgência para o hospital. Como eu sou esperta, pedi que eles não fizessem muito alarde, pois eu quero que quem fez isso pense que ela está morta. — Diz. —Então Kalel foi atrás de um corpo feminino que esteja dificil de reconhecer, quando ele chegar aqui, vamos trocar os corpos e dizer a todos que Dalilah está morta, eliminando as chances de quem fez isso tentar atacar ela de novo.

Eu tenho que admitir que é um ótimo plano, o tipo de plano que tem tudo para dar certo, se a polícia cooperar e não fazer um grande alarde.

— Eu vou falar com alguns policiais que eu conheço e ver se eles não nos dão uma ajuda. — Digo, afinal temos boa parte do departamento de polícia no bolso.

— E correr o risco de um deles avisar o cara mal? — Pergunta.

— Muito obrigado, mas não. —Responde. — Vamos fazer isso do meu jeito, e vamos usar o meu cara para invadir o computador e resolver essa parada. Afinal, a gente só precisa de um positivo.

— Certo, é um ótimo plano. —Ahmar fala.

— Claro que é, é o meu plano. —Alexa fala, olhando para as unhas. —Agora, vamos a outra coisa que vocês precisam ver.

— Acho que todos já vimos o corpo amarrado a cadeira. — Dimitri diz. — Agora onde está a cabeça?

— O crânio em si? Eu não faço a mínima ideia, mais a pele do rosto e os olhos, estão lá em cima com um recado para você. — Ela aponta para mim. — Vocês podem subir, mas não toquem em nada. Não quero passar a noite tendo que lidar com a polícia.

Começo a subir as escadas na companhia dos meus filhos e da Alexa, assim que ela abre a porta do quarto da Dalilah, eu tenho que controlar a vontade de vomitar. Como alguém pode conseguiu fazer isso tudo sem que ninguém percebesse?

Miguel Petrov - Máfia vermelha 6Onde histórias criam vida. Descubra agora