Capítulo 14

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Dominic

Não falo nada quando vejo Dimitri e Ahmar saírem com o meu pai para sabe Deus onde. Por mais irritado que eu esteja com eles, tenho um pressentimento estranho de que algo está para acontecer aqui em casa, então eu deixo Eduarda e a nossa filha sentarem perto de mim na sala, e tentarem me distrair de toda a merda que acabou de explodir.

— Você tá estranho, mano. — Abby diz, se sentando na poltrona em frente a lareira. — Quero dizer, hoje foi um dia estranho, mais...

— Só estou pensando, sendo sincero, acho que aconteceu alguma coisa com a nossa mãe. — Admito. — Por mais magoada que ela estivesse, ela teria nos ligado ou mandado alguma mensagem.

— Do jeito que Ahmar estava? Concordo que tenha acontecido algo, mais eu não consigo parar de mentir pra mim mesma e dizer que está tudo bem e que ela só está sendo difícil para Alexa e o marido dela. — Ela brinca e tenta sorrir, um sorriso que não chega aos olhos.

Willow parece insegura do outro lado da sala, ela não falou muito depois da revelação do nosso pai, embora depois da conversa que ambos tiveram, ela estar visivelmente mais tranquila. Erick não sai do lado dela, e depois do show que ele deu quando entregou minha irmã mais nova, eu o respeito ainda mais.

— Então, como é o Kalel? — Pergunto pra ela.

É estranho ter um irmão que eu mal conheço, é ainda mais estranho saber que Willow tem um irmão gêmeo assim como eu e Abby somos.

— Ele é legal, no tempo que passei na casa dele, ele me fez sorrir e mostrou um lado brincalhão, é como uma mistura do Dimitri e sua. — Ela brinca. — É tão estranho ter um irmão gêmeo e não ter a mesma ligação que você e a Abby tem.

— Ei, isso vem com o tempo. — Abby fala. — E a nossa ligação, é a mesma que temos com todos vocês.

— Tenho medo de que ele não se sinta bem-vindo entre nós, ou pense que estou o excluindo. —Low diz. — Quero que ele sinta essa ligação que a gente tem.

— E ele vai, porque se tem uma coisa que somos bons, é em aceitar novos irmãos e agir como se os conhecêssemos a vida toda. — Lembro. — Quero dizer, o Ahmar planejou o assassinato do Dimitri, quer coisa mais de irmão que isso?

Todos dão risada da minha piada e isso alivia o clima na sala. Pelo menos até que a gente escute um estrondo nos portões da frente e em seguida começa o tiroteio, e todos correm para proteger as crianças. Allyssa e Eduarda pegam suas armas, imitando o gesto do resto de nós. Graças a Deus pelo treinamento que elas tiveram nos últimos tempos.

— Avise o Dimitri, eu não sei o que está acontecendo lá na frente, mais não me parece que nossos homens vão conseguir segurar eles por muito tempo. — Allyssa diz, perto da janela. — Puta merda. — Murmura e então se joga no chão, antes que um tiro passasse pela janela, bem no lugar que ela estava.

— Como eles...

— Eles tem um carro com um fuzil em cima. — Allyssa diz, todos se jogam no chão quando uma rajada de tiros em direção a casa, começa.

Todas as janelas se quebram, e os móveis começam a ser destruídos.

— Puta que pariu, que porra está acontecendo? — Grita Eduarda por cima do som dos tiros.

— A gente precisa sair daqui. — Willow diz. — Se eles se aproximarem mais, estamos mortos.

Sempre pensei que seria um dia frio no inferno o dia em que um Petrov se arrastasse no chão com medo de ser acertado por uma bala, parece que a Elza chegou ao inferno, porque aquela porra tá congelando.

Miguel Petrov - Máfia vermelha 6Onde histórias criam vida. Descubra agora