Capítulo 20

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Miguel

— Ela é minha sobrinha e, Dalilah participou de todos os jantares. —Gustavo se defende. — Eu não sou você que traiu ela. — Me encara com raiva.

— Isso é uma grande besteira… —Começo, mas Alexa me corta com um sorriso.

Ela parece convencida com o que viu no Gustavo, uma vez que ela sai em defesa dele e joga um envelope em ciam da mesa, com fotos do Gustavo, Dalilah e a mulher que Alexa descreveu como peituda e de sorriso fácil.

Tenho que admitir, pelas fotos a descrição feita por ela, está mais do que certa.

— Ele está falando a verdade, devo acrescentar que os conselhos que você tem dado a ela sobre homens são meio que inúteis, sua sobrinha é lésbica. — Diz e joga outro envelope que mostra a sobrinha do Gustavo se beijando com outra mulher do lado de fora da empresa dele. — Essa garota vive num armário gigante, devo acrescentar. Quero dizer, olá você não pode negar quem é por medo de perder um trabalho e família, as pessoas têm que te aceitar do jeito que você é. Se ame em primeiro lugar!

— Por que diabos você não disse isso antes? — Gustavo pergunta com raiva.

— Sobre ela ser lésbica? Meu filho você acha que eu tenho tempo pra cuidar da periquita da sua sobrinha?— Alexa diz revoltada com a pergunta, o que me faz rir.

— Não me refiro a isso, e sim ao fato de todos me acharem aqui acharam que eu era um traidor. —Explica.

— Primeiro eu não gosto de ameaças, segundo, eu não gosto de você. — Tayler está sorrindo olhando para Alexa, mas o sorriso some de seu rosto quando olha para Gustavo, ele é substituído por um olhar ameaçador.— Agora se já tomaram o café da manhã de vocês, vamos ao enterro de uma vez, quero voltar logo pra cá e fugir do calor. — Ela se afasta da mesa murmurando; — Esse lugar tem um clima louco do caralho.

Assim que Alexa sai todos damos risada, essa mulher simplesmente fodeu com a cabeça do Gustavo, que para a nossa surpresa também está rindo pra caramba.

— Acha que ela vai aceitar trabalhar pra mim? — Gustavopergunta com esperança em sua voz.

— Pelo preço que ela cobra, acho que em breve todos vamos ter que trabalhar pra ela. — Dimitri brinca.

— Quanto? — Pede.

— Cento e cinquenta mil. —Responde.

— Me parece um valor justo…

— Por hora. — Termino.

— É bom que ela ande pela maldita água. — Gustavo diz, se levantando da mesa. — Vamos de uma vez, se tenho que me despedir da única mulher que amei, é bom que a mídia se mantenha afastada.

O enterro da Dalilah foi notícia em todos os jornais, milhões de pessoas que nem conhecemos nos mandaram mensagens de apoio e coroas de flores, esperando que fizéssemos uma recepção em casa. Alguns amigos da família vieram com os mesmos questionamentos, eles alegaram que queriam se despedir da Dalilah e dar sua força e apoio para nossa família. Como nenhum de nós queria passar por essa merda, logo arrumamos uma desculpa, e todos acreditaram no que dissemos.

— Queremos manter esse momento para a família, estamos todos abalados com os ataques e não queremos expor nossos amigos a esse tipo de coisa pela qual estamos passando, porém todos estão convidados para o enterro. Dalilah gostaria de ter todos lá.

E simples assim, todos compraram a nossa dor e sofrimento e estarão presentes no enterro da minha ex, que na verdade não é minha ex e sim uma mulher qualquer que seria enterrada como indigente e jogada em um buraco qualquer, mas que agora ira ter uma cova descente.

Miguel Petrov - Máfia vermelha 6Onde histórias criam vida. Descubra agora