Capítulo 12

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Dalilah

Não posso acreditar que o burro do Miguel me mandou embora da casa dele, sem nem ao menos me deixar terminar de dizer tudo o que eu precisava dizer, agora vai levar um tempo até que eu consiga a chance de falar com ele e com os meus filhos. Quase tive um ataque do coração ao ver Kalel ali, vivo e tão bonito como meus outros filhos.

Saber que sofri por anos por um filho que perdi, sendo que na verdade ele estava som um ex amante, que tinha raiva de mim. Raiva por eu escolher minha família e a lealdade dela, do que uma paixão cheia de idas e vindas. Assim que chego em casa, me deparo com o silêncio, nada de funcionários, nem mesmo meu fiel amigo e mordomo. Estranho o silêncio, mas acredito que por pensarem que o almoço demoraria, todos estão ocupados com os seus afazeres.

Infelizmente, não poderia estar mais errada, quando entro na sala de estar, me deparo com Samuel, meu mordomo, amarrado em uma cadeira, seu rosto todo ensanguentado e seus olhos inchados e com um tom azulado.

— Meu Deus. — Corro para tentar ajudar ele, mas quando estou quase lá, um movimento no canto da sala chama minha atenção.

— Ora, ora, ora, quanto tempo? — Esse rosto, ele tem me assombrado por tanto tempo. — Achei que seria apropriado fazer uma visita para uma velha amiga. Mas ai o seu mordomo não quis me receber, e nós dois sabemos que eu não lido bem com maus tratos.

— O que diabos você quer aqui? — Pergunto, tentando me controlar para não explodir, isso daria a ele o que ele quer.

— Eu não posso sentir vontade de visitar uma velha amiga? — Pergunta. — Gostou do presente que dei para você? Achei que era sua chance de ter seu filho perdido de volta, observei por anos todos vocês, e o jovem Kalel sempre foi tão curioso sobre isso, sempre perguntando sobre a mãe que o abandonou para seu velho e doente pai.

— Só fez isso para destruir minha família, não minta dizendo que fez isso pelo Kalel e muito menos pela Willow. — Acuso.

— Tem razão, eu não fiz isso por eles, fiz isso porque sabia que te faria mal a ideia de não ter pensado em seu filho sendo levado de você e nem mesmo saber disso até que ele fosse um adulto. — Provoca. — Me diverti tanto, só tive que esperar por um tempo, esperando o momento cerro para revelar toda a verdade e fazer a minha grande aparição.

— Você é um monstro, um idiota que acha que é mais esperto que todos. — Aponto, com um sorriso frio no rosto. — Sempre vivendo sob a sombra de pessoas melhores que você, um típico pedaço de lixo. Só não sei como demorei para perceber.

— Simples, você é uma idiota que é arrogante o suficiente para pensar que é melhor que os outros, mas é burra quanto. — Ele ri. — Seu amigo ai, está pagando pelos seus erros.

— Deixe ele ir, isso é entre nós dois. — Lembro. — Envolver minha família e as pessoas que eu amo é o seu grande erro.

— Não tente me enganar, seu amigo ali? Ele não vai a lugar nenhum, talvez eu o apresente ao seu criador. — Ri, se aproximando de mim e arrastando uma cadeira com ele. — Sente-se aqui, e quem sabe, se o seu amigo aguentar e você não chorar, ele saia vivo.

— Por favor, vamos resolver isso apenas nós dois...

— Nós dois? Não existe um nós, não depois de tantos anos e de tantas mentiras. — Acusa. — Agora, senta a porra da sua bunda nessa cadeira e fica bem quieta, e não se preocupe, o que é seu tá guardado.

Vendo o quão verdadeiras suas palavras são, sento na cadeira, e o observo.

— Parece que nós dois temos muitas coisas para finalizar, quero dizer, você tentou defender sua amiga, e olha onde está. — Diz para Samuel, que geme de dor. — Cometi esse erro uma vez, ser fiel a essa mulher e então as coisas mudaram e agora eu percebo o erro que cometi, então antes de te matar, vou te dar a chance de escolher, você ou ela?

Miguel Petrov - Máfia vermelha 6Onde histórias criam vida. Descubra agora