PRIMEIRO DIA DE TRABALHO

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Estava eu sem opção para o momento.

Quando Então meu estágio chegou ao fim eu precisava de recursos.

Precisava de um emprego com urgência. Mas não tinha tanta experiencia profissional e não o encontrava com facilidade.

Já estava a mais de um mês a procura e nada.

Lembrei -me que Marcelo tinha ido á loja e me entregado seu cartão.

Onde estava aquele bendito cartão ?

O procurei em todos os lugares, e não o encontrei.

De certo minha mãe havia guardado em seu armário quando achou ao lavar minha calça.

-Bingo! O encontrei!

Fiquei a olhar o cartão o dia todo querendo ligar, mas sem coragem.

-Mas como iria ligar e puxar assunto após mais de 1 mês que havia o recebido ?

-Aí meu Deus eu não podia mais ficar desempregada.

Naquela época eu já bancava meus custos, pois meus pais eram pessoas simples, oque meu pai ganhara era somente para o sustento da família.
Ele passou por uma fase muito difícil no passado, que o fez ter seu salário reduzido à metade, isso vocês sabem.

Eu acostumada com meus "luxos" minha academia, não podia ficar sem dinheiro no final do mês.

A mensalodade já estava vencendo e eu não queria deixar de ir.
Era um hoby que eu amava.

Tomei coragem respirei fundo e disquei.

Marcelo atende e minha voz some por segundos, em minha barriga parecia ter mil borboletas a voar sem parar.

-Meu Deus eu nunca tinha me sentido assim, além de tudo com um estranho, e na verdade nem com o Henrique meu ex.

Eu me recomponho e então volto a ligação.

Eu: Boa tarde Sr Marcelo, aqui é a Ana Paula, eu trabalhava na loja de roupas da av...

Antes de eu finalizar a frase Marcelo diz:

Marcelo: Nossa que bom que ligou Ana Paula. Pensei que tivesse esquecido de mim!

Eu fico sem jeito, sinto meu rosto corar, não respondo e ele volta ao assunto percebendo o clima estranho.

Marcelo: Então Ana Paula, eu preciso de vc aqui comigo.

-Meu Deus como assim? Será que sempre vai ser assim?
Marcelo solta umas frases, eu levo para o outro lado, mas no final não é nada disso ?

Ficando cada vez mais confusa eu falo oque eu preciso sem piadinhas e sem mais delongas.

Eu: Então sr Marcelo, eu preciso muito de emprego. O Rafael me disse que vocês estão precisando de alguém no atendimento.
Pode ser qualquer coisa, menos que tenha que viajar.
Eu sei que não posso escolher muito, mas não posso viajar pois meus pais não deixam.

Marcelo: Que bom Ana, posso te chamar de Ana ?

Eu: Pode sim!

Marcelo: Ótimo! Então você começa amanhã? Preciso de você aqui as 8hs, pode ser ?

Eu: Claro! As 8hs estarei aí!
Muito obrigada Sr Marcelo!

Marcelo: Agora já pode tirar o Sr e me chamar só de Marcelo, por favor?

Eu: Claro! Obrigada novamente.

Eu desligo o telefone e volto a respirar, estava com o coração á mil.Fico super feliz em conseguir um emprego.
De certo não era o melhor emprego, era um trabalho bem menos remunerado, mas realmente eu não podia viajar.
Meus jamais permitiriam.

Feliz e aliviada vou á academia, no meio do meu trajeto eis que vejo Henrique.

Henrique é meu ex.
Dou graças à Deus por nosso relacionamento ter findado. Afinal era uma relação perigosa, cheia de altos e baixos, ele sempre me dizia que o primeiro á me tocar teria que ser ele.
Forçava a tentativa de sexo até me deixar triste.
Por isso nunca consegui ter relações com ele.
Era um sofrimento, um relacionamento abusivo.

Ele não me batia.
Mas jurou me matar se algum dia terminasse com ele.
Então eu vivia com medo, e percebi naquele exato momento que ainda mantinha o mesmo medo após mêses.

Mas por sorte Henrique parecia finalmente ter encontrado a paz.
Pelo que soube á pouco, ele estava saindo com uma moça de seu trabalho,e estava mais feliz.

Não nos falamos mais. Mas sempre lhe desejei o melhor, assim ele não ficaria em meu caminho.

Chegando à academia eu encontro o pessoal do treino, conversamos e contamos um pouco do nosso dia como sempre fazíamos.

Logo me vem à cabeça a louca idéia de falar de Marcelo, eu não parava de pensar naquele homem.
Sabia que de certo haviam mulheres á sua altura em que poderia flertar.

Eu percebia que estava me iludindo e sempre me puxava para a realidade.

Naquele dia eu não dormi. Fiquei a noite esperando chegar às 7hs da manhã, horário esse que eu sairia de casa para encontrar Marcelo, ou o meu emprego.

Não deixei meus pais perceberem á minha alegria e euforia.
Pra eles eu estava feliz pelo novo emprego.

Quando enfim chega às 8hs da manhã eu já estou na recepção do escritório á espera de Marcelo, mas para a minha surpresa quem aparece é o João.

João era o gerente do escritório.
Muito educado me chamou até sua sala e começara a minha entrevista.

O trabalho não era nada muito complicado.
Era mais um call center. Porém na recepção e eu era a única atendente.

João então me diz que gostou da nossa conversa e após me chama para que eu me apresentasse aos demais funcionários.

Rafael, Luís e Augusto eu já conhecia de longa data pois eram meus clientes na loja onde trabalhei e Rafael era o anjo que me colocou nesse emprego.
Os outros foram bem legais e receptivos ao me conhecer também.

Cumprimentei à todos e adentrei à cozinha, precisava de água, após caminhei em direção a minha nova mesa de trabalho.
Estava super animada pra começar, mas confesso que minha cabeça não parava de pensar em quando enfim veria Marcelo.
Queria muito agradece-lo pelo novo emprego.
Confesso que não só isso, mas tinha que focar apenas nisso.

Quando então o telefone toca. Eu prontamente o atendo, seguindo os protocolos da empresa, e para a minha felicidade era Marcelo.
Meu coração bateu á mil.

Eu estava feliz só por ouvir o som de sua voz.

Marcelo então me diz que vai chegar um pouco mais tarde, mas para a minha felicidade me convida para almoçar com ele.

Eu aceito mesmo sem pensar como seria.
Será um encontro?
Ou Será que ele leva todos os funcionários para almoçar ?

Não parava de pensar, o relógio demorava a passar.
Até que enfim Marcelo entra pela porta da empresa com o mesmo sorriso que me deu no primeiro dia.

Ele se aproxima e como um gesto de educação, me estende a mão para me cumprimentar.

Eu por um momento penso que na verdade eu queria um abraço.
Mas como ?
Ele era meu patrão. E eu nem o conhecia.
Espanto meus pensamentos e então o cumprimento também.

Marcelo me pergunta se nosso almoço está de pé. Eu acinto com a cabeça e aguardo por ele na recepção, muito mais confusa que antes.

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