SAINDO DO CASULO 💜

LIGAÇÃO PERIGOSA

Chego em casa e ligo meu computador, Felipe adicionou um espião que liga a interface da empresa com o meu computar.
Isso é crime eu sei, e esse fato me deixa aflita toda que penso no assunto.
Mas mesmo se eu for pega eu teria como explicar para Marcelo caso algo desse errado.

Abro o sistema e dou de cara com várias transferências bancárias.
Não me lembrava os nomes de todos os clientes, mas sabia que ali tinham nomes de pessoas que eram desconhecidas por mim.

-Será que essas transferências de devoluções são de clientes que compraram após minha demissão?

Ligo para Bruna desesperadamente pedindo para me enviar todos os dados de todos os clientes do prazo antes e depois de minha demissão.

Bruna rapidamente invade o sistema com minha senha que ainda não havia sido modificada e faz as buscas.

Prontamente me envia sabendo da minha dúvida, então ligo os dados com as transferência e menos da metade bate.

Eu não entendia muito bem, mas de certo tinha dedo do João nisso tudo.

Eu precisava dar um tempo de tudo.
Era muita coisa pra assimilar, muita sujeira por baixo do tapete e eu precisava varrer para o ventilador mais cedo ou mais tarde.
Esse era o destino inevitável desse caso.

Mas antes de mais nada, precisava pensar muito bem. Eu estava lidando com águias, eles não eram bobos e não tinham 18 anos como eu.
Então tinha que pensar antes de agir, pensar friamente.

Tento esfriar a cabeça com um bom banho, vou a  academia fazer oque eu mais gosto que é dançar.

Depois que comecei a trabalhar no escritório eu estava vindo menos.

-Que saudade desse lugar!

Na sala de dança todos me abraçam ao me ver adentrando sorrindo, lembrando que estava em falta com o grupo.
Me joguei!

Enquanto eu dançava eu só pensava no meu plano.
Não sabia se conseguiria  provar algum crime cometido por João.

Mas estava confiante de que algo suspeito tinha para ele se preocupar tanto com o sistema.

Volto para casa e no caminho me deparo com  Henrique em um bar na esquina de minha casa.

Sempre o via de carro passando e era só de relance, mas agora ficamos frente a frente e poucos metros nos separava. Como sempre o clima foi tenso.

Depois do nosso término terrível não nos falamos mais. nem o cumprimentava.

Passei ao seu lado com a certeza que havia me  livrado de uma furada.

Ele começara a usar drogas, e com seu comportamento agressivo isso poderia virar uma bomba.

De cabeça baixa passo e não o vejo mais, não olho para trás.

-Como pode á menos de 1 ano eu morreria por ele.

Na época tinha medo de sua reação, mas por gostar queria acreditar que era amor.

Hoje sei que amor mesmo, é oque sinto por Marcelo.

Chego em casa morta de casada de tanto dançar.

Meu irmão está no sofá vendo televisão quando o telefone fixo toca.

Corro para atender pensando ser Marcelo.

Eu: Alô!

Voz estranha: Quem é ?

Eu: Gostaria de falar com quem?

Voz estranha: Quero saber quem são os pais de Ana Paula.

Não dava para saber quem era, não dava nem pra saber se era homem ou mulher.

Eu: Pode falar aqui é a mãe dela.

-Como a pessoa ia saber que eu não era a minha mãe ? Me passava por ela sempre que a escola do meu irmão ligava pra ele não receber bronca.

Voz estranha: Que bom! Quero te avisar que a sua filha está transando com homem casado. A Senhora sabia ?

Eu: Não!

-Na verdade eu não sabia oque responder.
Meu Deus quem era capaz de passar um trote desses ? Se meu pai atende é o meu fim!

Eu desligo o telefone e retiro o cabo da tomada, com medo de ligarem novamente.

Eu ligo desesperadamente  para Marcelo e conto oque acontecera.

Marcelo: Ana eu acho melhor a gente conversar com seus pais.

Meu Deus ele quer vir aqui pedir para namorar comigo?
Eu estou sonhando ?

Estava com medo, mas também muito radiante pela resposta de Marcelo.

Eu: Sério ? Que dia ?

Marcelo: Pode ser amanhã. Mas vai acalmando o terreno por aí, por favor.

Pede por saber que meu pai já tivera crises de ciumes no passado.

Eu: Ah seu bobo. Meus pais não são bichos.
Só são bravos.

Marcelo: Ah amor, depois que me contou aquele reação de seu pai eu fiquei com medo, mas vamos lá né?!

Marcelo estava falando do dia em que meu pai chegou  e eu estava em baixo de casa namorando com Henrique. Que dia horrível. Eu tentava não pensar mais daqueles dias, sabia que a bebida era culpada. Mas hoje meu pai não bebe mais, ainda permanece ciumento, mas aquelas agressões acabaram.

Eu: Não vamos falar nisso amor. Eu só te contei pois me ouviu falando com Bruna, mas esse assunto ainda me entristece.

Marcelo: Oh minha linda não fica triste, como você disse, isso agora é passado.

Eu: Sim! Amor eu vou tentar dormir.
Boa noite.

Desligo a ligação ainda pensando em um lado de meu passado que queria apagar da memória, mas era impossível.

Estava um tanto aflita também pela ligação que acabara de receber.

Eram inúmeras preocupações.

-Será que a pessoa iria ligar novamente?
-Será que meus pais iriam aprovar o Marcelo ?
-Será que o fato dele ser casado iria nos atrapalhar?

Tentando trazer a felicidade de volta corro para contar a minha mãe, vou até o segundo andar onde ela se encontra.