APENAS UM SUSTO?

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Ao acordar com minha mãe jogando água em mim, me lembro do que acontecera e em um momento de total desespero tento me levantar.

Minha mãe preocupada tenta me acalmar.

Mãe: Filha oque houve ?
Você estava caída no chão.
Oque aconteceu?
Está se sentindo melhor ?

Sem responder me levanto e tento pegar minha bolsa, mas percebo que ainda estou de pijama e moleton. Vou até meu quarto, vasculho meu armário na esperança de encontrar algo decente para vestir,e minha mãe ainda cheia de questionamentos vem caminhando atrás de mim. Ela queria saber o motivo de meu desmaio.

Eu, sem tempo de responder à todas as questões, falo que preciso sair rápido, pois um amigo do trabalho sofrera um acidente e preciso ajudar.

Mal sabia ela que esse amigo era muito especial.

Troco de roupa em um minuto e desço as escadas de casa ainda me vestindo.

Meio confusa, grogue,vou até a casa do vizinho pedir ajuda, não estava em condições de ir de ônibus, então o peço para que ele me leve ao hospital.

No caminho explico a situação que me encontrava sem dar maiores detalhes, ele também não me pede satisfações, por sorte.

Chegando ao hospital, vejo várias famílias aguardando notícias de seus entes queridos que estavam na mesma situação que Rafael, mas não sei quem é a Camila. Não sabia por onde começar a procurá-la.

Na verdade eu não sabia quem eram os familiares de Rafael, nunca os conheci.

Até que ouço alguém chamando meu nome ao longe.

Era Camila, ela vem correndo ao meu encontro e me dá um abraço apertado.

Ainda sem entender como Camila sabia quem eu era, a abraço de volta e juntas choramos por minutos. Um choro cheio de incertezas e dor.

Camila então me diz que Rafael havia lhe mostrado uma foto nossa, do dia em que fomos ao barzinho juntos.

-Meu Deus ele realmente me tratou com uma pessoa importante e querida.
Como fui má em trata-lo mal.

Não queria ter que escolher, porque estava sendo difícil demais ficar entre Marcelo e Rafael, mas meu coração dizia a direção e eu só atendi seu comando.

Ainda cheia de culpa caminhamos de braços dados, nos sentamos na sala de espera e continuamos à conversar.

Até que um médico sai de dentro de uma sala, coberto de sangue e caminha em nossa direção.

Médico: Familiares de Rafael?

Eu me faço presente entre a família para ouvir também, não era da família mas estava desesperada por notícias.

Médico: Rafael teve uma fratura na perna direita mas está bem.

Já o operamos ele não corre risco de vida.
Porém precisa ficar em observação.
As visitas terão que ser rápidas.

-Era tudo que queria ouvir naquele momento.

Saber que Rafael estava bem me aliviou a alma, deu-me um grande alívio ao coração, pois após tudo oque acontecera eu estava me culpando amargamente.

Médico: Quem vai entrar primeiro ?

Eu me afasto pois sabia que estavam os pais muito mais preocupados e certamente iam querer vê-lo.
Só a notícia à mim já bastava.

Mas Camila queria me ajudar, ou tentar ajudar o irmão, não sei ao certo.

Camila: Deixa a Ana mãe! Ela tem que ir embora. Deixa!
Ela entra e sai rapidinho.

Camila pede à mãe com as mãos juntas em súplica, se volta a mim, pisca e solta um lindo sorriso.

Eu penso que ela seria a cunhada perfeita.

Os familiares então concordam com Camila e me deixam entrar, ao abrir a porta vejo que Rafael está dormindo.

Eu me aproximo sorrindo feliz em o ver bem e vivo e digo.

Eu:Estou muito feliz em ver você bem cabeção!
Não faça mais isso.
Nos deu um susto.

Uma lágrima caí de meu rosto, e minha voz mesmo baixa embargada pela emoção, desperta aquele lindo anjo.

Rafael acorda e solta um lindo sorriso pra mim.
O mais lindo de todos que já recebi dele.

Rafael: Eu morri ?
Estou vendo um anjo!

Rimos muito dessa piada de horrível e me despeço, com a sensação de que a nossa amizade estava mais forte.

Mesmo ele ainda magoado eu percebo que já me perdoou.
E isso era muito importante.

Volto para casa sabendo que meu amigo está bem, e sentindo que não o amava realmente.

Era apenas um sentimento de carinho que nutria, somente por ele sentir algo a mais por mim.

E quem não queria ser amada por Rafael?
Conheço várias que se jogariam aos pés dele.

Volto para a realidade do meu dia, sempre falando com Rafael por telefone e acompanhando sua melhora.

Ele permaneceu internado, para a avaliação de sua melhora.

Por sorte era só para descansar mesmo.

No outro dia preciso voltar ao trabalho e voltar a agitação daquele escritório, como todas as segundas feiras.

SAINDO DO CASULO 💜Onde histórias criam vida. Descubra agora