SUPERPROTEÇÃO

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Encontro minha mãe, e já chego a abraçando.

Ela mesmo sem saber o motivo retribui ao abraço e começamos a dançar nós duas.

O Bob nosso cão olha com cara de que não entendeu nada, vemos a cena e caímos na risada.

Mãe: Como é bom te ver feliz Ana.
Qual é a nova?

Eu: Mãe o Marcelo vem me pedir em namoro.

Mãe: Mas filha já ?

Eu: Ah sim mãe, é que eu recebi um trote aqui em casa hoje. Ligaram e disseram que eu estava saindo com um homem casado.
Mas queriam mesmo falar com senhora ou com o papai.
Mãe estão tentando jogar vocês contra ele.
Mãe e se o papai atende ?

Mãe: Calma! Vamos descer e contar ao seu pai, me deixa começar a falar.

Desço as escadas e já posso sentir a falta de ar, era o medo do que me espera.
Depois de Henrique eu não apresentei mais ninguém à minha família, e imaginava que nunca mais apresentaria.
Eu não tinha tantos amigos homens, pois meu pai me criou em um regime militar em casa também e esse era o meu medo naquele momento.

Ele não aceitar, pirar novamente. Ter outra crise.

De certo isso já não acontecia mais sem a bebida que ele não mais consumia.

Mas o medo ainda me possuía ao falar de rapazes com ele.

Me aproximo e antes que minha mãe possa começar a falar eu mesma falo.

Eu: Pai precisamos conversar!

Pai: Ihhh quando vocês duas vem juntas é problema né ?

Ele diz isso pois sempre que minhas notas não eram boas, minha mãe sempre intermediava a conversa.

Eu:Não pai. É uma boa notícia.

Digo isso na esperança de acalma-lo.

Pai: Então fala!

Meu pai como sempre muito sucinto.

Eu: Pai eu conheci um rapaz na empresa, Marcelo e estamos gostamos um do outro.
Ele não quer namorar escondido. Quer fazer a coisa certa e vir aqui pedir pra namorar comigo.

-Falo somente coisas positivas, afinal não queria espantar meu pai com a revelação.
Mas não teve jeito, Eu tive que fazer o relatório completo!

Pai: Ele trabalha com oque na empresa ?
Tem quantos anos ?
É solteiro?
Tem filho?

-Nossa meu pai já pegou pesado. Com todas essas perguntas, ele descartaria Marcelo de cara.

Eu: Pai ele exerce um cargo de chefia, tem 30 anos, é separado e não possui filhos.

Falo isso já fechando os olhos esperando o pior.

Pai: Separado ?

Eu: Pai ele ficou casado por apenas 11 meses.

Pai: Ah e por isso ele é menos casado que eu e sua mãe ?

Eu: Sim pai. Ele é livre!

Pai: Eu não quero esse homem aqui em minha casa. Por mim pode quebrar a cara lá na rua.
Aqui em minha casa não!
Já chega o papelão que você fez com Henrique.

Meu pai não sabia da real história por trás do meu término com Henrique.
Ele julgava minha relação com ele saudável e normal, pois soube muito bem esconder de todos grande parte e dele toda a história real.

Mas eu sabia, só eu sabia oque havia acontecido e não estava arrependida.
Muito pelo contrário, essa decisão aquieta minha alma.

Vou para o meu quarto e ainda posso ouvir os gritos de meu pai.

Choro de soluçar, esse choro havia de tudo, mágoa pelo passado com meu pai, raiva, medo de sua reação. Era um misto de sentimentos que queria esquecer.

Estava tentando fazer a coisa certa.
Queria começar com o pé direito com Marcelo. Mas meu pai não me deixou nem tentar.

-Agora oque eu faço?

Termino tudo pela minha família ou não ligo para os conselhos e exigências de meu pai ?

Era difícil ter aquele temperamento de volta e eu tinha medo de disparar o gatilho que tanto me assombrava.

Choro ao me lembrar de tudo. Doeu ouvir novamente palavras ruins de meu próprio pai.

De certo aquelas palavras não chegavam nem próximo à tudo que já ouvira dele.

-E Marcelo oque acharia disso ?
Certamente me acharia uma pirralha.

Marcelo devia conhecer mulheres de verdade. Eu não queria demonstrar fraqueza, não queria deixá-lo.

-Se isso tudo atrapalhar também meu emprego?

Me sinto cansada de tanto chorar, estava em um beco sem saída.

Minha solução era pensar melhor após passar todo esse nervoso.

SAINDO DO CASULO 💜Onde histórias criam vida. Descubra agora