Eu aceito a missão.

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Haviam se passado 5 minutos e, 1) o elevador não se mexeu, 2) o segurança não falou mais nada pelo alto falante nesse período e, 3) Henry não tirava seus olhos de mim. Sei disso porque as vezes num ímpeto de coragem, eu abaixava minha cabeça que na maior parte do tempo mantive apoiada em uma das paredes enquanto olhava pra cima, e nossos olhos se encontravam. E ele estava lá: super calmo, relaxado como se estivesse sentado num banco de praça olhando a paisagem.

- Ficar em pé não vai acelerar a vinda do chefe de manutenções - ele disse sarcástico.

- E ficar sentado também não. - respondi no mesmo tom e ele soltou uma risadinha.

- Mas pelo menos não te cansa. Vai que a gente fique horas aqui dentro.... você vai ter se desgastado em pé a toa.

- Horas? Não vão ser horas. Daqui a pouco a gente sai daqui. - disse de forma determinada, mais pra mim do que pra ele.

- Quer tanto ficar longe de mim assim? - ele me perguntou com o olhar mais intenso, querendo saber a minha resposta a fundo.

- Não quero ficar longe de você.

- Não quer? - o sorriso se alastrou em seu rosto e duas fileiras branquinhas de dentes foram explicitamente visíveis.

- Não é isso... - eu estava ficando vermelha, eu podia sentir a vermelhidão subindo desde o dedinho do pé até o meu rosto.

- Então não fica. - ele disse como se não estivesse dizendo uma coisa que poderia ser interpretada com duplo sentido. Ou sera que eram meus hormônios a flor da pele naquele espaço pequeno que fazia tudo parecer mais... apelativo? - Senta - ele completou. E não sei porque, um segundo depois eu estava obedecendo sua ordem. Sim, digo "ordem" porque do jeito autoritário que ele falou, isso definitivamente não era um pedido.

Me sentei do lado contrário ao dele, encostada na mesma parede de quando estava de pé. Estiquei minhas pernas que chegaram quase perto da linha de sua cintura. Ele que estava sentado com pernas de chinês, também esticou as pernas. Os pés bateram na parede do meu lado e eu não consegui evitar o pensamento de como ele era grande.

- Ta pensando no que? - ele me pergunta. Pensei em mentir ou em falar qualquer amenidade sobre o tempo ou sobre a Comic Con. Não poderia falar "estava pensando em como você é enorme", porque logo percebo como isso poderia soar dúbio, então reformulei e falei a verdade.

- Que você é muito alto. - ele ri e abre os dois primeiros botões da camisa social e depois passa a mão no cabelo. Não preciso nem colocar em palavras como meus olhos me traíram ao acompanhar cada um desses movimentos detalhadamente.

- Ja me viu perto do Affleck ou do Momoa? Você vai mudar essa concepção rapidinho. - rio, porque realmente no painel quando ele estava do lado dos dois, não parecia que ele era tão alto por causa da comparação imediata que a vista faz.

- Eles também são dois gigantes, não conta. Mas pra maioria das outras pessoas normais, você é bem alto.

- Normais... - ele disse e levantou as sobrancelhas - nós altos somos anormais então? - ele perguntou fingindo estar ofendido mas segurando um sorriso.

- Não foi isso que quis dizer - ele riu e eu completei - ah para, você me entendeu. - desviei o olhar do dele e suspirei, não era aconselhável ficar encarando ele por muito tempo.

- O que achou da Con hoje? - ele questionou.

- Incrível! Sério, muito bom. Que experiência eu tive hoje. Ai, eu não sei nem explicar direito.

- Te entendo. Eu fiquei exatamente assim depois da minha primeira Con: extasiado. Os fãs de heróis são os melhores e mais dedicados. Eles abraçam realmente a gente.

Colleagues.Where stories live. Discover now