Estava deitada, respirando alto e rápido. Henry estava do mesmo jeito que eu, mas deitado com a cabeça em meu seio; nossas roupas e pudores já esquecidos em alguma parte desse quarto. Eu juro que se acontecesse algum incêndio e eu tivesse que sair correndo, minhas pernas me trairiam. Ri com o pensamento e ele levantou a cabeça, levando seus olhos até mim. Tinha um cacho do seu cabelo no meio de sua testa e eu passei a mão empurrando pra trás, mas logo depois o tufo de cabelo voltou pra frente o que fez com que nós dois soltássemos uma risada.
- Como você está? - ele questionou.
- Não consigo me mexer - respondi a pergunta dele e o sorriso aumentou em sua face.
- Devo encarar isso como algo bom? - ele perguntou e levou seu dedo indicador ao meu colo, fazendo movimentos em padrões aleatórios.
- É sim. Muito bom! - respondi espelhando seu sorriso.
- Espero que eu tenha me redimido do nosso primeiro encontro. Me redimido do dia seguinte, na verdade. - ele deu um beijo na curva do meu ombro e pescoço.
- Vamos considerar como se esse fosse nosso primeiro encontro, o que acha? A gente até se apresentou de novo lá fora. - respondi já involuntariamente fechando meus olhos e ele não disse nada apenas murmurou "uhum" contra minha pele e continuou subindo seus beijos até minha orelha.
Mais uma vez eu havia sentido o poder e a conexão que tenho com esse homem na cama. E de alguma forma tinha sido ainda melhor que a primeira vez, parecia que ele fazia questão de demonstrar adoração a cada parte do meu corpo, tomando seu tempo em beijar e acariciar cada parte dele, assim como ele estava começando a fazer novamente.
Eu acordei mais cedo que ele pois tinha que ir pro estúdio, e eu sabia que o fato de eu ir hoje com a mesma roupa que saí ontem daria assunto pro pessoal comentar. Até tentei procurar algo em seu armário, mas tudo que experimentava ficava imenso em mim. Meu subconsciente fez uma brincadeira de humor negro involuntária "pelo menos não tem roupa nenhuma da Cindy aqui". Afastei esse pensamento infantil, até porque as roupas dela também não caberiam em mim, dessa vez por um motivo diferente das do Henry: elas ficariam apertadas demais. Cindy era mais magra e esguia que eu, talvez devido ao seu trabalho intenso e constante. Ela era linda. Será que rolaria algum clima estranho se a gente se esbarrasse nos corredores? Fui interrompida com o barulho da vibração do meu celular que estava na mesinha ao lado da cama. Caminhei até o aparelho com pressa, pensando em como o modo vibratório parecia ser mais escandaloso que o próprio barulho do toque. O nome de Carlie aparecia na tela.
- Oi Carlie! - atendi animada.
- Ai, graças a Deus liguei em um horário certo. O medo de te pegar estressada porque te acordei é real. - ela respondeu e eu dei uma risadinha e arrumando minha bolsa que estava jogada no chão. A gente realmente não queria saber de arrumações ontem a noite.
- Fuso horário é uma doideira, ainda mais essa diferença daí de NY pra cá, Londres - eu disse.
- Verdade. Tá tudo certinho por aí? - concordei enquanto colocava a sandália, e ela continuou - tudo arrumado pra sua vinda pra cá dentro de 2 dias.
- Ai que bom Carlie. Tô gostando daqui, mas esse clima frio não é pra mim - respondi e ao citar a palavra "frio", me subiu um arrepio na espinha. Porque ao voltar pra NY eu tinha um encontro, independente de querer ou não, com o inconveniente do Antony. Carlie continuava a falar alguma coisa, mas eu já havia perdido o fio da meada.
- ... Agnes, ainda tá ai? Será que a ligação ta ruim?... - Carlie perguntou, como se estivesse falando com ela mesma.
- Tô aqui sim Carlie, mas estou terminando de me arrumar pra ir pra gravação - menti o real motivo da minha distração. De repente o frio de Londres não parecia assim tão insuportável.

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Colleagues.
RomanceAgnes Alden. 28 anos, atriz em ascensão e promessa pra nova fase do Universo da DC como Batgirl no filme "Aves de Rapina". Participa de sua primeira Comic Con, e logo a mais famosa de todas: San Diego. Lá além de ter seu primeiro contato com o públi...