Antony POV
Era a quarta vez seguida que Cindy me ligava e aquilo já estava me irritando. Se a merda do trabalho dela de dublê, ou seja lá o que fazia, a deixava livre às 15 horas da tarde no meio da semana, isso era um problema dela.
Decidi ignorá-la novamente, mas dessa vez o movimento que fiz de desligar a ligação em meu aparelho celular não passou despercebido de meu pai, que presidia a reunião em uma das filiais das nossas empresas.
- Algum problema Antony? - ele perguntou fazendo com que a atenção e a cabeça de todos na mesa se voltassem pra mim.
- Nenhum, pai. Podemos prosseguir. Tenho a solicitação de uma nova equipe de seguranças do shopping no centro da cidade. Acho que poderíamos enviar... - e no meio da frase lá estava ela, me ligando de novo. A vibração do celular sobre a mesa se fazendo altíssima, ainda mais no meio do silêncio da sala.
Filha da puta.
- Acho melhor você resolver essa questão para poder estar totalmente envolvido na reunião, porque isso aqui não é brincadeira. - meu pai disse duro.
- Eu não vou atender, podemos continuar daqui...
- Vai. - ele me cortou.
Respirei fundo e levantei com raiva, e a cadeira de rodas em que estava sentado foi direto para a parede atrás de mim. Peguei o celular da mesa, minha vontade era de tacá-lo longe e fui em direção a saída.
- Não bata a porta. - ouvi a voz do meu pai. Ele ter dito só me dava mais vontade de fazer exatamente isso, mas forcei minha mão a se fechar na maçaneta a puxando até que se fechasse.
- O que você quer, porra? - atendi o telefone, que ainda não tinha parado de tremer.
- Qual a dificuldade de me responder? - ela berrou.
- Eu não sou um desocupado igual à você, tenho uma empresa pra gerir... - eu disse baixo com medo de me escutarem de dentro da sala.
- Dane-se, não tô nem aí! - ela me interrompeu e eu tive que me segurar pra não socar a parede do meu lado. - A gente combinou de se comunicar sempre que acontecesse alguma coisa.
- E o que aconteceu de tão importante? - comecei a ir em direção a minha sala do outro lado do escritório para poder conversar com mais privacidade.
- O Henry me procurou, me chamou pra ir até a casa dele.
- Finalmente alguma coisa! Gravou o que vocês fizeram? Podemos enviar pra Agnes ainda hoje. - disse enquanto sentava em minha cadeira e encarava a vista da minha janela.
- Deixa de ser nojento e me escuta primeiro. - ela respondeu brava e eu ri de sua irritação. - Quando cheguei lá, ele queria saber se eu tinha deixado o cartão pra você subir no hotel naquela noite. Eu disse que não tinha sido eu, e jurei de pé juntos que eu não te conhecia.
- E você acha que ele acreditou?
- Acho que ele está desconfiado de alguma coisa, mas depois que eu neguei inúmeras vezes ele desistiu de insistir pelo menos.
- Você sabe por que ele desconfia de você?
- Porque ele tinha deixado o cartão só comigo, ele deve ter pedido pra ver algo na câmera de segurança do hotel ou perguntado na recepção.
- Se ele tivesse pedido pra ver a câmera de segurança ele me veria chegando pela porta da frente e indo pegar o cartão com o cara que a gente pagou pra ficar me esperando no lobby depois de você ter entregue o cartão pra ele, então essa hipótese você pode tirar da sua mente. E como o recepcionista só recebeu o cartão, não tem como ele saber quem me deu.
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Colleagues.
RomanceAgnes Alden. 28 anos, atriz em ascensão e promessa pra nova fase do Universo da DC como Batgirl no filme "Aves de Rapina". Participa de sua primeira Comic Con, e logo a mais famosa de todas: San Diego. Lá além de ter seu primeiro contato com o públi...