- Custava atender o telefone Agnes? - entrei no meu quarto e dei de cara com Carlie sentada na cama. Como assim, por que ela estava no meu quarto?
- Como você entrou aqui? Devo ter medo? - perguntei enquanto passava por ela e me jogava na cama.
- Eu pedi um cartão reserva pro seu quarto, eles sabem que sou sua assistente.
- Então devo ter medo - respondi apoiando o braço em meus olhos. Carlie puxou meu braço e me encarava.
- Muito engraçadinha. Ha ha ha! - ela revirou os olhos. - Agora me conta, passou bem a noite dona Agnes?
Ficamos nos encarando por alguns segundos até que não aguentei mais segurar meu sorriso, que eu sentia crescer no meu rosto e Carlie me acompanhou. Comecei a balançar minhas pernas como uma adolescente.
- Carlie, você não tem noção. Que homem é aquele! - disse enquanto me sentia corar, lembrando de todas as coisas que fizemos naquela noite, de todos os seus toques e dos lugares por onde sua boca passou.
- Poupe-me dos detalhes sórdidos Agnes.
- Poxa, só porque queria te contar da forma que ele me pegou e me pressionou na cam... - ela tampou minha boca e nós duas começamos a rir.
- Não tenho mais idade pra isso, sério - eu continuei rindo e me sentei na cama, ajeitando meu cabelo, Carlie continuou - mas me conta se ele te tratou bem.
- Tratou, me tratou super bem. No pleno sentido da palavra - provoquei e Carlie se levantou dizendo que não queria ouvir mais nada e que me esperava em meia hora no hall.
Ele havia sim me tratado bem, a conversa que tivemos no elevador e no seu quarto antes de tudo acontecer, foi a prova de que Henry era um homem bom, cativante e que estava interessado em me conhecer melhor. Peguei o celular e fui até a agenda, chegando na letra 'H' e vendo seu nome. Sorri como boba me lembrando da maneira como ele queria que eu tivesse ficado e passado a manhã com ele. O sorriso que tinha no meu rosto logo se desfez quando uma mensagem de Antony apareceu na tela.
" Pode falar comigo? Vai ficar nessa até quando"
Revirei os olhos e bloqueei o celular. Antony era insuportável, eu já havia perdido a conta de quantas mensagens ele tinha me mandado só naquela semana. Ele era assim: sumia por dias, e nesses dias eu podia respirar com mais tranquilidade e viver uma vida normal; mas logo depois ele surgia do nada, lotando minha caixa de voz de mensagens longas e desnecessárias, como se a gente já não tivesse terminado há meses atrás. Decidi o ignorar mais uma vez, e levantei pra me arrumar e encontrar com Carlie.
Estávamos andando por entre as barracas dos artistas das HQ's naquela manhã na Comic Con, eu e Carlie. Ela havia dito que era melhor ir no domingo de manhã cedo porque era mais vazio e ela estava certa. Alguns fãs nos pararam e pediram por fotos e autógrafos, se diziam animados pelo filme. E mais uma vez eu me senti muito bem recepcionada pelos fãs, isso era bom demais.
Vi várias meninas fazendo cosplay de Batgirl: com o traje, equipamentos e cabelos ruivos, e isso me enchia de orgulho. Elas acenavam pra mim, e eu acenava de volta animada. Carlie me observava com um sorriso no rosto.
- Aproveita que nessa Con você ainda consegue andar tranquilamente por entre as pessoas - ela disse chamando minha atenção da estante de funkos fofíssimos - na próxima quando vocês apresentarem o trailer vai ser uma loucura.
- Nem me fale! Tô tão animada - respondi, e continuamos conversando.
Já era quase uma hora da tarde, o local estava começando a ficar mais cheio e de mais difícil locomoção. E eu estava faminta.
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Colleagues.
Roman d'amourAgnes Alden. 28 anos, atriz em ascensão e promessa pra nova fase do Universo da DC como Batgirl no filme "Aves de Rapina". Participa de sua primeira Comic Con, e logo a mais famosa de todas: San Diego. Lá além de ter seu primeiro contato com o públi...