Dia seguinte.
Acordei com uma grande dor de cabeça. Deve ter sido por ter passado uma boa parte da noite a chorar.
Abri os olhos devagar e já tinha bastante claridade no meu quarto.
Quando já tinha os olhos bem mais abertos, reparei que ainda estava com a roupa do dia anterior.
Espreguicei-me e sentei-me na cama. Olhei tudo em volta como se fosse a primeira vez que via o meu quarto. Estava um pouco confusa...
Levantei-me devagar e com cuidado pois sentia-me fraca e que, a qualquer momento, iria cair no chão.
Fui até à casa de banho, tomei um banho, lavei os dentes e vesti-me. Saí da casa de banho e sentei-me na cama, pensando.
Estava completamente arrependida de tudo o que tinha dito ao meu pai. Estava com um peso enorme na minha consciência. Eu magoei-o muito e eu nunca quis isso...
Deduzi que ele ainda estivesse em casa então corri até o seu quarto.
Mas apenas encontrei a cama feita e a sua pasta do trabalho já não se encontrava ali. Ele já tinha saído.
Uma tristeza bateu forte em mim ao pensar que o tinha deixado ir trabalhar daquela maneira...
Fui então para a cozinha e preparei o meu pequeno-almoço. Comi na mesa da cozinha, arrumei tudo e fui até ao quarto para ir buscar a mochila e passar maquilagem. Saí de casa, chamando um táxi para escola, como sempre.
2 horas depois.
Durante estas primeiras horas de aulas, se me perguntassem que aula é que tivemos a ter, eu não saberia responder. Não conseguia estar atenta. Só queria ir embora.
Ainda não tinha estado com o Connor hoje pois ele tinha chegado atrasado e eu precisava realmente de estar com ele.
Estávamos agora no intervalo e ele levou-me para o mesmo sítio de sempre. Ele já tinha percebido que eu não estava mesmo nada bem.
Ele sentou-se no banco e eu sentei-me no seu colo, abracando-o. Senti-o sorrir e abracou-me de volta.
— Oh... Alex, o que é que se passa? Já percebi que não estás bem.
— Não estou. Discuti com o meu pai- apoiei a minha cabeça no seu ombro.
— Isso é normal. Todos nós discutimos de vez em quando com os nossos pais. É natural.
— Mas eu disse-lhe coisas horríveis, Connor... e ele foi-se embora hoje de manhã sem falarmos.
— Ele sabe que tu não disseste nada daquilo por mal. Hoje vocês falam, entendem-se e tudo vai ficar bem.
— Espero mesmo que sim.
Beijou a minha testa e começou a fazer carinhos no meu cabelo. Sorri e aconcheguei-me no seu colo. Ficámos uns minutos assim até que ele decidiu falar.
— A Yura voltou a chatear-te?
— Por acaso não.
— Isso é muito estranho.
— Porquê? Preferes que ela ande por aí a provocar-me?
— Não. Mas eu conheco-a muito bem. Eu sei que, para ela andar tão calma, está a preparar alguma.
— Espero mesmo que estejas errado.
— Também eu.
3 horas depois.
Depois das aulas terem acabado, o Connor ofereceu-se para me levar até casa, já que ficava a caminho da dele. Dividimos o dinheiro do táxi e logo chegámos a minha casa.
Ele deu-me um beijo na bochecha de despedida e eu corri para dentro de casa pois chovia bastante.
Entrei ofegante dentro de casa e fui logo para o frigorífico para ver o que podia comer.
Olhei em toda a minha volta para ver por onde andava o Xiumin. Mas não o vi em lado nenhum. Talvez ele esteja desiludido, com razão. E eu admito, eu exagerei com ele e, eu sei que isso não é desculpa, mas eu estava de cabeça quente. E, como disse ao meu pai, também lhe disse coisas que me arrependo e lhe queria pedir desculpa.
Fui arrumar a cozinha, agarrei na minha mochila e fui para o meu quarto. Quando me atirei para a cama, senti algo mole debaixo das minhas costas.
Levantei-me e olhei para a cama. Olhei um pouco confusa para aquilo pois não parecia ser meu. Agarrei no urso de pelúcia que ali estava e vi que caiu uma filha pequena em cima da cama. Peguei no bilhete e comecei a lê-lo.
• Desculpa por ontem à tarde. Eu não te queria chatear, muito menos deixar-te triste daquela maneira. Eu não fiz por mal. Espero mesmo que percebas que eu estou aqui sempre que precisares. Apesar de me conheceres tão pouco •
Sorri e voltei a sentar-me na cama. Ele tinha todas as razões para ficar chateado comigo e nunca mais me falar. Mas não o fez. E isso diz muito sobre ele.
Realmente ele é uma pessoa muito especial. Não uma pessoa... vocês percebem. Nunca pensem encontrar uma pessoa assim. E, além de ser uma pessoa especial, também começa a ser especial para mim também.
Voltei a deitar-me na cama e tentei dormir um pouco já que tinha acordado bastante cedo.
1 hora depois.
Acordei com o som da porta de frente ser fechada. Abri os olhos e pensei um pouco. Devia de ser o meu pai.
Levantei-me rapidamente da cama e corri até à entrada da casa. Vi o meu pai então pousar a pasta dele em cima do sofá.
Ele levantou a cabeça, olhou-me e sorriu. Percebi que ele nao estava bem. Quer dizer, é normal, depois de tudo o que lhe disse.
Corri então até ele e abracei-o. Ele ficou parado um tempo mas logo me abraçou de volta e apoiou o queixo na minha cabeça.
— Desculpa, pai... por favor, desculpa-me. Eu não queria dizer nada daquilo. Eu adoro-te e eu sei que sempre fizeste tudo por mim e quanto sofreste como eu quando a mãe se foi...
Senti-o abracar-me com mais força e respirou fundo.
— É claro que te desculpo, meu amor. És tudo para mim e eu sei que não querias dizer nada daquilo. Apesar de teres razão em algumas coisas que disseste. E eu precisava de ouvir isso.
Afastei-me dele e olhei-o nos olhos.
— Não. Nada daquilo era verdade. Eu só estava um pouco irritada. Tu não tens culpa de nada e sei que trabalhas bastante para me dar tudo.
— Mesmo assim, eu vou fazer um esforço para passar mais tempo em casa.
Sorri e voltei a abraca-lo. Ele beijou a minha cabeça, eu fechei os olhos e ficámos assim ainda algum tempo.
Quando abri os olhos, percebi o Xiumin encostado à parede atrás de nós. Ele sorriu para mim e eu sorri de volta.
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My Sweet Ghost | Xiumin
FanfictionO que farias se te mudasses para uma casa onde vive um espírito? Alex nunca pensou ficar tão ligada a um ser sobrenatural. ✅ CONCLUIDA ➼ copyright © xisweet 2018 | todos os direitos reservados