✖️ Capítulo 14 ✖️

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Dia seguinte.

Acordei com uma grande dor de cabeça. Deve ter sido por ter passado uma boa parte da noite a chorar.

Abri os olhos devagar e já tinha bastante claridade no meu quarto.

Quando já tinha os olhos bem mais abertos, reparei que ainda estava com a roupa do dia anterior.

Espreguicei-me e sentei-me na cama. Olhei tudo em volta como se fosse a primeira vez que via o meu quarto. Estava um pouco confusa...

Levantei-me devagar e com cuidado pois sentia-me fraca e que, a qualquer momento, iria cair no chão.

Fui até à casa de banho, tomei um banho, lavei os dentes e vesti-me. Saí da casa de banho e sentei-me na cama, pensando.

Estava completamente arrependida de tudo o que tinha dito ao meu pai. Estava com um peso enorme na minha consciência. Eu magoei-o muito e eu nunca quis isso...

Deduzi que ele ainda estivesse em casa então corri até o seu quarto.

Mas apenas encontrei a cama feita e a sua pasta do trabalho já não se encontrava ali. Ele já tinha saído.

Uma tristeza bateu forte em mim ao pensar que o tinha deixado ir trabalhar daquela maneira...

Fui então para a cozinha e preparei o meu pequeno-almoço. Comi na mesa da cozinha, arrumei tudo e fui até ao quarto para ir buscar a mochila e passar maquilagem. Saí de casa, chamando um táxi para escola, como sempre.

2 horas depois.

Durante estas primeiras horas de aulas, se me perguntassem que aula é que tivemos a ter, eu não saberia responder. Não conseguia estar atenta. Só queria ir embora.

Ainda não tinha estado com o Connor hoje pois ele tinha chegado atrasado e eu precisava realmente de estar com ele.

Estávamos agora no intervalo e ele levou-me para o mesmo sítio de sempre. Ele já tinha percebido que eu não estava mesmo nada bem.

Ele sentou-se no banco e eu sentei-me no seu colo, abracando-o. Senti-o sorrir e abracou-me de volta.

Oh... Alex, o que é que se passa? Já percebi que não estás bem.

Não estou. Discuti com o meu pai- apoiei a minha cabeça no seu ombro.

Isso é normal. Todos nós discutimos de vez em quando com os nossos pais. É natural.

Mas eu disse-lhe coisas horríveis, Connor... e ele foi-se embora hoje de manhã sem falarmos.

Ele sabe que tu não disseste nada daquilo por mal. Hoje vocês falam, entendem-se e tudo vai ficar bem.

Espero mesmo que sim.

Beijou a minha testa e começou a fazer carinhos no meu cabelo. Sorri e aconcheguei-me no seu colo. Ficámos uns minutos assim até que ele decidiu falar.

A Yura voltou a chatear-te?

Por acaso não.

Isso é muito estranho.

Porquê? Preferes que ela ande por aí a provocar-me?

— Não. Mas eu conheco-a muito bem. Eu sei que, para ela andar tão calma, está a preparar alguma.

Espero mesmo que estejas errado.

Também eu.

3 horas depois.

Depois das aulas terem acabado, o Connor ofereceu-se para me levar até casa, já que ficava a caminho da dele. Dividimos o dinheiro do táxi e logo chegámos a minha casa.

Ele deu-me um beijo na bochecha de despedida e eu corri para dentro de casa pois chovia bastante.

Entrei ofegante dentro de casa e fui logo para o frigorífico para ver o que podia comer.

Olhei em toda a minha volta para ver por onde andava o Xiumin. Mas não o vi em lado nenhum. Talvez ele esteja desiludido, com razão. E eu admito, eu exagerei com ele e, eu sei que isso não é desculpa, mas eu estava de cabeça quente. E, como disse ao meu pai, também lhe disse coisas que me arrependo e lhe queria pedir desculpa.

Fui arrumar a cozinha, agarrei na minha mochila e fui para o meu quarto. Quando me atirei para a cama, senti algo mole debaixo das minhas costas.

Levantei-me e olhei para a cama. Olhei um pouco confusa para aquilo pois não parecia ser meu. Agarrei no urso de pelúcia que ali estava e vi que caiu uma filha pequena em cima da cama. Peguei no bilhete e comecei a lê-lo.

• Desculpa por ontem à tarde. Eu não te queria chatear, muito menos deixar-te triste daquela maneira. Eu não fiz por mal. Espero mesmo que percebas que eu estou aqui sempre que precisares. Apesar de me conheceres tão pouco

Sorri e voltei a sentar-me na cama. Ele tinha todas as razões para ficar chateado comigo e nunca mais me falar. Mas não o fez. E isso diz muito sobre ele.

Realmente ele é uma pessoa muito especial. Não uma pessoa... vocês percebem. Nunca pensem encontrar uma pessoa assim. E, além de ser uma pessoa especial, também começa a ser especial para mim também.

Voltei a deitar-me na cama e tentei dormir um pouco já que tinha acordado bastante cedo.

1 hora depois.

Acordei com o som da porta de frente ser fechada. Abri os olhos e pensei um pouco. Devia de ser o meu pai.

Levantei-me rapidamente da cama e corri até à entrada da casa. Vi o meu pai então pousar a pasta dele em cima do sofá.

Ele levantou a cabeça, olhou-me e sorriu. Percebi que ele nao estava bem. Quer dizer, é normal, depois de tudo o que lhe disse.

Corri então até ele e abracei-o. Ele ficou parado um tempo mas logo me abraçou de volta e apoiou o queixo na minha cabeça.

Desculpa, pai... por favor, desculpa-me. Eu não queria dizer nada daquilo. Eu adoro-te e eu sei que sempre fizeste tudo por mim e quanto sofreste como eu quando a mãe se foi...

Senti-o abracar-me com mais força e respirou fundo.

É claro que te desculpo, meu amor. És tudo para mim e eu sei que não querias dizer nada daquilo. Apesar de teres razão em algumas coisas que disseste. E eu precisava de ouvir isso.

Afastei-me dele e olhei-o nos olhos.

Não. Nada daquilo era verdade. Eu só estava um pouco irritada. Tu não tens culpa de nada e sei que trabalhas bastante para me dar tudo.

Mesmo assim, eu vou fazer um esforço para passar mais tempo em casa.

Sorri e voltei a abraca-lo. Ele beijou a minha cabeça, eu fechei os olhos e ficámos assim ainda algum tempo.

Quando abri os olhos, percebi o Xiumin encostado à parede atrás de nós. Ele sorriu para mim e eu sorri de volta.

My Sweet Ghost | XiuminOnde histórias criam vida. Descubra agora