Alex
Quando ouvi aquela voz, pareceu que toda a minha dor e tristeza tinha deixado o meu corpo.
Olhei para a minha direita e lá estava ele, sorrindo para mim, sentado no sofá que estava na parede onde estava uma pequena janela.
Sorri para ele e o mesmo se levantou, indo na minha direção. Afastei-me um pouco e bati na cama bem do meu lado para que ele se sentasse. Ele pareceu um pouco receoso, mas acabou por o fazer.
O Xiumin se acomodou do meu lado, olhou-me nos olhos e sem qualquer aviso, beijou a minha testa, fazendo-me sentir uma segurança incrível do seu lado.
— Como é que sabias que eu estava aqui? — perguntei antes que eles pudesse dizer algo.
— Eu vi tudo, Alex.
— Como...
— De vez em quando vou contigo para a tua escola.
— Xiumin!
— Desculpa, não consigo evitar. Aquela Yura nunca me inspirou confiança e também fico aborrecido em casa sem companhia.
— Como é que eu nunca te vi lá?
— Porque eu não quero que me vejas então não fico sempre perto de ti. Mas deveria ter ficado mais perto quando a Yura te empurrou...
— Ninguém podia evitar, Xiumin.
— Eu poderia ter evitado, Alex. Eu vi a maneira como ela olhava e falava contigo. Desculpa... a culpa é toda minha.
— Por favor, não te culpes. Ela é que o fez, ela é que tem a culpa, tu nunca terias culpa do que aconteceu.
— Eu prometi-me proteger-te a todo custo e fazer-te feliz.
— E fizeste... contigo é impossível não estar feliz, tu fazes-me bem — ele sorriu, mas pareceu um pouco envergonhado.
— Mesmo assim, eu quero dar-lhe uma lição, ela merece pagar por tudo aquilo que te fez.
— Xiumin... por favor, não faças nada. Eu agradeco-te que me tentes defender, mas o meu pai já fez queixa na direção da escola e propôs também a explosão dela.
— Isso é o mínimo que podiam fazer.
— E o máximo também.
— Espero que ela vergonha na cara e não volte mais àquela escola.
— Também não a quero voltar a ver.
— Estás com medo dela, não é?
Assenti. Ele agarrou na minha mão e o meu coração pareceu disparar. Queria ter passado despercebida mas a máquina ao meu lado começou a apitar um pouco mais rápido, mas para minha felicidade ele nem pareceu ter reparado.
— É normal sentires isso, afinal ela fez-me isto. Mas podes ter a certeza que a escola não vai deixar isto passar e vão te proteger dela, acredita.
— Eu espero que sim.
— E tu? Como te estás a sentir?
— Estou com algumas dores mas consigo aguentar.
— Tens a certeza que estás bem?
— Claro que não estou bem, um braço partido e costelas partidas... mas contigo aqui... bom, queria te falar novamente num assunto.
— O quê?
— É sobre aquele papel com um suposto ritual para voltares a ser humano.
— N-não Alex, nem penses. Tu não vais fazer aquilo.
— Por favor, Xiumin.
— Não, muito menos nesse estado.
— Ninguém disse agora, quando eu estiver melhor.
— Mas de qualquer maneira, se isso fosse realmente verdade, como é que eu não tinha descoberto isso ainda?
— Não sei... ele parecia estar bem escondido.
— Não, Alex, não. Não o vamos fazer.
— Xiumin, tu proteges-me a toda hora, é a minha vez de fazer alguma coisa por ti. Por favor — fiz biquinho mas ele não cedeu. Mais ou menos.
— Eu vou pensar, Alex. Mas não tenhas muitas esperanças.
— Boa!
Sorri e tentei abraca-lo mas decido ao gesso no braço direito foi quase impossível e acabei por ficar com a minha cara a milímetros da dele.
Ficámos a encarar-nos durante algum tempo sem saber o que fazer ou dizer. Até que ele inclina um pouco a cabeça e beija-me.
Senti as minhas pernas enfraquecerem do seu ato, de há tanto tempo que esperava que isto acontecesse. Os seus lábios encaixavam perfeitamente nos meus e estava tão carinhoso e doce, que não queria que aquilo acabasse.
Mas a maldita porta do quarto se abriu e o meu pai entrou.
Quebrámos o beijo antes que ele conseguisse percebesse algo de errado.
O Xiumin suspirou e voltou a sentar-se no sofá, não conseguindo voltar a olhar-me nos olhos. Achei aquilo exatamente adorável.
— Então, querida, já te sentes melhor? — o meu pai perguntou, aproximando-se do meu lado esquerdo.
— Mais ou menos.
— Não te preocupes, trago-te aqui antibióticos, vão ajudar com a dor e a recuperares mais depressa. A cabeça ainda te dói?
— Um pouco.
— É normal, foi uma pancada forte mas não o suficiente para uma lesão grave.
Ele pegou uma garrafa de água que estava ao meu lado, abriu-a e entregou-me os comprimidos e depois a garrafa. Tomei-os e depois ele voltou a pôr a garrafa no sítio.
— A escola telefonou para mim, eles decidiram expulsar a Yura.
— Ainda bem. Acho que a dor até passou.
— Eu até duvidei que eles fossem expulsar a miúda da escola, mas eles disseram que como havia testemunhas e eu ainda lhes entreguei o teu estado clínico, eles perceberam que não havia outra coisa a fazer.
— Estou feliz que não tenho de voltar a vê-la.
— Esperemos que sim. Bom, daqui a três dias podes voltar para casa e eu quero ver se tiro umas férias para ficar contigo. E depois de tirares o gesso vais ter de fazer fisioterapia.
— Tudo o que tu quiseres. Mas não precisas de tirar férias, já não sou uma criança.
— Não, mas continuas a ser minha filha. Vá, agora vai dormir porque já está a ficar tarde. Queres que fique aqui contigo de noite?
— Não, pai. Vai para casa, lá dormes melhor.
— Tens a certeza que não queres que fique aqui contigo?
— Tenho, vai lá. Até amanhã.
— Até amanhã, princesa. Dorme bem.
Beijou a minha bochecha e depois saiu. Olhei para o relógio que estava na parede e já apontava onze e meia da noite.
Olhei para o sofá novamente e vi que o Xiumin já dormia. Sorri da visão e depois pus-me um pouco mais confortável na cama para então dormir.
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My Sweet Ghost | Xiumin
FanficO que farias se te mudasses para uma casa onde vive um espírito? Alex nunca pensou ficar tão ligada a um ser sobrenatural. ✅ CONCLUIDA ➼ copyright © xisweet 2018 | todos os direitos reservados