✖ Capítulo 33 ✖

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Alex

Quando ouvi aquela voz, pareceu que toda a minha dor e tristeza tinha deixado o meu corpo.

Olhei para a minha direita e lá estava ele, sorrindo para mim, sentado no sofá que estava na parede onde estava uma pequena janela.

Sorri para ele e o mesmo se levantou, indo na minha direção. Afastei-me um pouco e bati na cama bem do meu lado para que ele se sentasse. Ele pareceu um pouco receoso, mas acabou por o fazer.

O Xiumin se acomodou do meu lado, olhou-me nos olhos e sem qualquer aviso, beijou a minha testa, fazendo-me sentir uma segurança incrível do seu lado.

— Como é que sabias que eu estava aqui? — perguntei antes que eles pudesse dizer algo.

— Eu vi tudo, Alex.

— Como...

— De vez em quando vou contigo para a tua escola.

— Xiumin!

— Desculpa, não consigo evitar. Aquela Yura nunca me inspirou confiança e também fico aborrecido em casa sem companhia.

— Como é que eu nunca te vi lá?

— Porque eu não quero que me vejas então não fico sempre perto de ti. Mas deveria ter ficado mais perto quando a Yura te empurrou...

— Ninguém podia evitar, Xiumin.

— Eu poderia ter evitado, Alex. Eu vi a maneira como ela olhava e falava contigo. Desculpa... a culpa é toda minha.

— Por favor, não te culpes. Ela é que o fez, ela é que tem a culpa, tu nunca terias culpa do que aconteceu.

— Eu prometi-me proteger-te a todo custo e fazer-te feliz.

— E fizeste... contigo é impossível não estar feliz, tu fazes-me bem — ele sorriu, mas pareceu um pouco envergonhado.

— Mesmo assim, eu quero dar-lhe uma lição, ela merece pagar por tudo aquilo que te fez.

— Xiumin... por favor, não faças nada. Eu agradeco-te que me tentes defender, mas o meu pai já fez queixa na direção da escola e propôs também a explosão dela.

— Isso é o mínimo que podiam fazer.

— E o máximo também.

— Espero que ela vergonha na cara e não volte mais àquela escola.

— Também não a quero voltar a ver.

— Estás com medo dela, não é?

Assenti. Ele agarrou na minha mão e o meu coração pareceu disparar. Queria ter passado despercebida mas a máquina ao meu lado começou a apitar um pouco mais rápido, mas para minha felicidade ele nem pareceu ter reparado.

— É normal sentires isso, afinal ela fez-me isto. Mas podes ter a certeza que a escola não vai deixar isto passar e vão te proteger dela, acredita.

— Eu espero que sim.

— E tu? Como te estás a sentir?

— Estou com algumas dores mas consigo aguentar.

— Tens a certeza que estás bem?

— Claro que não estou bem, um braço partido e costelas partidas... mas contigo aqui... bom, queria te falar novamente num assunto.

— O quê?

— É sobre aquele papel com um suposto ritual para voltares a ser humano.

— N-não Alex, nem penses. Tu não vais fazer aquilo.

— Por favor, Xiumin.

— Não, muito menos nesse estado.

— Ninguém disse agora, quando eu estiver melhor.

— Mas de qualquer maneira, se isso fosse realmente verdade, como é que eu não tinha descoberto isso ainda?

— Não sei... ele parecia estar bem escondido.

— Não, Alex, não. Não o vamos fazer.

— Xiumin, tu proteges-me a toda hora, é a minha vez de fazer alguma coisa por ti. Por favor — fiz biquinho mas ele não cedeu. Mais ou menos.

— Eu vou pensar, Alex. Mas não tenhas muitas esperanças.

— Boa!

Sorri e tentei abraca-lo mas decido ao gesso no braço direito foi quase impossível e acabei por ficar com a minha cara a milímetros da dele.

Ficámos a encarar-nos durante algum tempo sem saber o que fazer ou dizer. Até que ele inclina um pouco a cabeça e beija-me.

Senti as minhas pernas enfraquecerem do seu ato, de há tanto tempo que esperava que isto acontecesse. Os seus lábios encaixavam perfeitamente nos meus e estava tão carinhoso e doce, que não queria que aquilo acabasse.

Mas a maldita porta do quarto se abriu e o meu pai entrou.

Quebrámos o beijo antes que ele conseguisse percebesse algo de errado.

O Xiumin suspirou e voltou a sentar-se no sofá, não conseguindo voltar a olhar-me nos olhos. Achei aquilo exatamente adorável.

— Então, querida, já te sentes melhor? — o meu pai perguntou, aproximando-se do meu lado esquerdo.

— Mais ou menos.

— Não te preocupes, trago-te aqui antibióticos, vão ajudar com a dor e a recuperares mais depressa. A cabeça ainda te dói?

— Um pouco.

— É normal, foi uma pancada forte mas não o suficiente para uma lesão grave.

Ele pegou uma garrafa de água que estava ao meu lado, abriu-a e entregou-me os comprimidos e depois a garrafa. Tomei-os e depois ele voltou a pôr a garrafa no sítio.

— A escola telefonou para mim, eles decidiram expulsar a Yura.

— Ainda bem. Acho que a dor até passou.

— Eu até duvidei que eles fossem expulsar a miúda da escola, mas eles disseram que como havia testemunhas e eu ainda lhes entreguei o teu estado clínico, eles perceberam que não havia outra coisa a fazer.

— Estou feliz que não tenho de voltar a vê-la.

— Esperemos que sim. Bom, daqui a três dias podes voltar para casa e eu quero ver se tiro umas férias para ficar contigo. E depois de tirares o gesso vais ter de fazer fisioterapia.

— Tudo o que tu quiseres. Mas não precisas de tirar férias, já não sou uma criança.

— Não, mas continuas a ser minha filha. Vá, agora vai dormir porque já está a ficar tarde. Queres que fique aqui contigo de noite?

— Não, pai. Vai para casa, lá dormes melhor.

— Tens a certeza que não queres que fique aqui contigo?

— Tenho, vai lá. Até amanhã.

— Até amanhã, princesa. Dorme bem.

Beijou a minha bochecha e depois saiu. Olhei para o relógio que estava na parede e já apontava onze e meia da noite.

Olhei para o sofá novamente e vi que o Xiumin já dormia. Sorri da visão e depois pus-me um pouco mais confortável na cama para então dormir.

My Sweet Ghost | XiuminOnde histórias criam vida. Descubra agora