✖️ Capítulo 6 ✖️

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Alex

Depois de acabar de comer ainda fiquei lá algum tempo e depois fui para o meu quarto enquanto o Xiumin foi fazer... não faço ideia o que ele foi fazer. Às vezes quando falo com ele (não é assim há tanto tempo), ele parece-me uma pessoa completamente normal. Talvez possamos ser bons amigos.

Dei uma olhada por toda a matéria que iria dar até ao fim do ano. Eu sempre fui boa aluna e as aulas não foram nada más hoje. Além de que entrei quase a meio do ano. A matéria é dada da mesma maneira por isso não vai ser complicado.

Depois fui um pouco para o computador e acabei por receber um pedido de chamada-vídeo da Zoe.

Chamada-vídeo

Parece que os ares da Coreia te fazem cada vez mais bonita.

Podes parar com o flirt e dizeres-me o que queres — ela riu-se.

Queria saber como estão a correr as coisas.

Estão a correr bem. As aulas começaram hoje e já tenho um amigo.

Um amigo? — ela fez uma cara de desconfiada.

Sim. Um amigo. A única pessoa que falou comigo até agora daqui.

Então aproveita. Não só como
amigo.

Tu não tens amigos rapazes também?

Tenho. Mas acho que já curti com todos eles.

Mas isso és tu. Ele é giro sim, mas não quero ser mais que amiga dele.

Mas ele trata-te bem? Não está a ser fingido nem nada?

Não. Eu já passei por isso. Eu sei quando as pessoas estão a ser falsas comigo.

Espero que sim. Não quero nada que te sintas sozinha.

É impossível sentir.

Quê? — acho que disse asneira.

Tenho sempre a tua companhia quando quiser, não é?

Claro. Sempre que quiseres. Mas agora tenho de desligar. Amanhã falamos. Beijinhos. Adoro-te.

Até amanhã. Também te adoro.

Fechei o computador e então decidi dormir um pouco. Não dormi quase nada esta noite.

5 horas depois.

Já tinha jantado com o meu pai e não voltei a ver o Xiumin. É estranho mas estou preocupada. Mas também não devia. Ele não ia ficar ali na visão do meu pai. Mesmo que ele não o consiga ver.

Tomei um banho, lavei os dentes e vesti um pijama curto pois estava muito calor. Já estava a deitar-me quando alguém bate à porta.

Entra, pai. Mas já estou para ir dormir.

Não é o teu pai — ele disse entrando e fechando a porta atrás dele.

Estás parvo? Porque é que bateste à porta? Queres que o meu pai ouça?

Desculpa. Mas queria ver o que dizias se entrasse aqui sem dizer nada.

Tens razão. Desculpa. Senta-te.

Bati no colchão da cama para que ele se sentasse ao meu lado. E assim fez.

Queres me dizer alguma coisa?

Queria te pedir desculpa.

Já pediste.

Não é por isso. É por aquilo de há bocado há hora de almoço.

Não tens de pedir desculpa. Não há nada que pedir desculpa.

Tenho sim. Fiz demasiadas perguntas e meti-me na tua vida.

Não faz mal. Só estás curioso. Eu também sou muito curiosa. E tu fazes-me suscitar muito essa curiosidade.

Eu não escondo nada. Talvez esconda, mas também esteja escondido de mim próprio.

O quê? — eu já não estava a perceber nada daquela conversa.

Esquece. Mas quero que saibas que apesar de ser como sou e nós conhecermos há uns dias, podes confiar em mim. Se precisares de alguém para falar ou desabafar.

Obrigada. Digo o mesmo de ti.

Até amanhã.

Até amanhã.

Ele então saiu do meu quarto passando através da porta. Por mais que seja estranho, não me faz diferença nenhuma ele ser diferente. Aliás, até é bastante divertido.

Dia seguinte.

Acordei com o despertador. Não tinha saudades nenhumas disto, mas tenho de me habituar.

Levantei-me e fui para a casa de banho tomar um banho e vestir-me.

Quando saí do quarto vi que o carro do meu pai já não estava à frente da casa, ou seja, já não estava em casa. O meu pai um dia apanha um esgotamento.

Fui para a cozinha e tomei o pequeno-almoço. Depois voltei para o quarto para ir buscar a mochila e passei um maquilhagem leve. Quando estava para sair de casa, sou surpreendida pelo Xiumin por trás de mim.

Vais para escola?

Bom dia para ti também. E sim, vou para a escola. Infelizmente — ele riu-se e aproximou-se de mim.

Bom dia. Então boa sorte. Eu não sei se é como era quando eu andava na escola mas era bem puxado. Tenho pena de ti — ri-me com o comentário dele.

Obrigada. Eu volto à hora de almoço.

Até logo.

Pus a mochila às costas e fui ter ao pé do táxi. Tinha-o chamado quando ainda estava a maquilhar-me.

30 minutos depois.

Quando cheguei à escola vi logo o Connor na entrada da escola. Devia estar à espera de alguém.

Bom dia — ele disse vindo ter comigo.

Bom dia.

Queres vir dar uma volta comigo?

Não estás à espera de ninguém?

Estava... estava à espera de ti. Anda.

Ele agarrou no meu braço e puxou-me para trás da escola.

Ainda não sabia mas a escola tinha o jardim por trás e ele levou-me para lá. Ele sentou-se num banco e eu sentei-me ao seu lado.

Acabei de perceber que ainda não nos conhecemos muito bem. O que tens a dizer-me sobre ti?

O meu nome é a Alexandra, mas ninguém me chama isso. Tenho dezassete anos. Sou filha única. Mudei-me para aqui há quase uma semana e não sou totalmente coreana.

És australiana?

Sou.

Temos uma coisa em comum, falamos inglês. Nasci nos Estados Unidos. Mas tenho dezoito anos mas vivo cá desde os meus dez anos.

Eu sorri para ele e ele também sorriu. Olhei para a frente e vi três raparigas a rirem e apontarem para nós. Para mim.

Não lhes ligues. Elas são daquelas raparigas que não tem cérebro — ele disse agarrando na minha mão, o que me fez levar um susto — desculpa — ele disse afastando a mão da minha.

Mas eu sorria por dentro.

My Sweet Ghost | XiuminOnde histórias criam vida. Descubra agora