✖️ Capítulo 24 ✖️

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Narrador

Alex acabou por ligar para o número que estava escrito à máquina no papel, a imitar uma letra feita à mão.

Não foi uma decisão repentina, enquanto estudava não conseguia pensar em outra coisa se não em o que aquele homem que se apresentava no papel poderia dizer e ajudar na sua vida.

Nunca acreditara nessas coisas, era estranho ponderar uma coisa dessas, demonstrava o desespero que estava a sua vida amorosa. 

Depois do jantar então telefonou lá para o médium e o mesmo sugerira uma "consulta" no dia seguinte às 16h00. Era uma ótima hora para Alex pois o seu pai estava a trabalhar e Connor tinha que ir visitar uns primos nessa tarde.

Há noite, quando toda a gente já estava a dormir, Xiumin decidiu que era horas de descansar também, mesmo não tendo feito nada para ficar cansado nesse dia, assim como todos os outros.

Deitou-se no sofá da sala de estar e rapidamente adormecer.

*

Era um jardim lindo. Muito verde e cheio de flores, principalmente margaridas.

À volta estava um muro, por isso seria um jardim de uma casa.

Ao meu lado estava um cão de raça Golden Retriever. Bambi, esse era o nome que eu lhe dera quando a minha mãe chegou em casa com ele.Uma prenda de Natal.

O dia estava nublado e por isso ouvi a minha mãe a chamar-me para ir para dentro e limpar as patas do Bambi antes de o deixar entrar. Assim o fiz. 

Depois de ter fechado a porta, vi  a minha mãe a preparar-nos chá bem quentinho.

Que bom! Está mesmo frio.

Enquanto ela acabava de os fazer, aproximei-me da lareira e tentei aquecer-me um pouco.

Olhei para o meu lado esquerdo e o Bambi estava deitado no seu cobertor com o mesmo objetivo que eu.

Sorri e esfreguei as mãos uma na outra. Alguns minutos depois, achei estranho a minha mãe não se ter juntado a mim, então olhei para a cozinha e assutei-me.

Ela estava com as mãos a cobrir a cara e apoiada sobre o balcão.

— Mãe? — tentei chamar a sua atenção mas parecia que não me tinha ouvido — A mãe está a sentir-se bem?

Ela continuava a não responder então decidi levantar-me e ir para mais perto dela.

A mesma começou a tossir muito e eu comecei a entrar em pânico pois aquele tossir não era normal.

Estava em completo choque que não me mexia do lugar.

Até que a tosse parou e a minha mãe olhou para sua mão e então a minha expressão mudou de chocado para pânico.

A sua mão estava coberta de sangue! Antes que eu pudesse fazer alguma coisa, ela cai no chão inconsciente.

— Mãe? Mãe? Está a ouvir-me? Por favor, mãe. Pare com esta brincadeira.

*

Xiumin saltou do sofá e ficou de pé mal acordou.

Tocou com a mão na testa e percebeu que estava a suar. Coisa que nem sabia que era capaz de fazer.

Tentou acalmar-se e começou a pensar no que tinha acabado de ver no seu sonho.

Tudo aquilo parecia verdadeiro e recordações da sua infância, mas como isso era possível? Todos aqueles anos nunca tivera um sonho daquele com coisas tão nítidas... e todas aquelas coisas pareciam familiares, o cão, a senhora a quem chamara mãe no sonho.

No entanto, aquilo não tinha sido um sonho, mas um pesadelo. 

Foi até à cozinha beber um copo de água e acalmou-se um pouco.

Olhou novamente para o sofá e não viu outra opção se não voltar a dormir. Voltou para lá e deitou-se em seguida.

No entanto, durante longos minutos, Xiumin não fazia outra coisa se não virar-se de um lado para o outro, sem conseguir adormecer. Desistiu de dormir naquele sítio e foi até ao corredor da casa.

Deu por si a olhar fixamente para a porta do quarto de Alex.

Quando vivia sozinho naquela casa, estava habituado a dormir numa cama, numa determinada cama. Era estranho ir para o quarto da mesma, não era?

No entanto, o pensamento de Xiumin foi dormir na cama ao seu lado e acordar antes da mesma sequer perceber que ele lá esteve.

Ou talvez fosse só uma desculpa para o que o seu subconsciente queria mesmo fazer naquele momento, sem qualquer maldade naquilo. Só queria dormir um pouco.

Foi andando até ao quarto de Alex e tentou entrar o mais devagar e silencioso possível.

Aproximou-se da cama da mesma e viu que Alex estava enrolada em uma bola nos cobertores e com o cabelo a cobrir-lhe completamente a cara.

Sorriu e deitou-se do seu lado, com a devida distância. Deitou a cabeça na almofada que estava a mais e enfiou-se debaixo dos cobertores.

Não conseguiu resistir ao quão inocente e fofa Alex estava daquela maneira ali, mesmo ao seu lado.

A sua mão foi até aos seus cabelos e acariciou-os. Depois desceu para o seu braço e fez o mesmo. Depois voltou a sorrir e sentiu o sono a voltar.

O que Xiumin não sabia era que Alex também não estava a conseguir dormir e depois daquilo caiu rapidamente no sono, também com um sorriso no rosto.

Dia seguinte.

Alex acordou ainda com o sorriso da noite anterior. Antes de abrir os olhos espreguicou-se e por conta disso, os seus braços acabaram por acertar num corpo humano ao seu lado.

Por momentos, nem sequer ligou mas depois, a realidade bateu.

— Xiumin?!

Olhou surpresa para a pessoa que estava deitada a seu lado. Xiumin abriu os olhos e oljou de volta para Alex, que já estava sentada na cama e fez o mesmo.

Com o olhar de Xiumin, Alex virou a cara para o lado contrário com uma certa vergonha. Mas porque é que estava com vergonha? Pensou Alex.

— Desculpa, Alex. Eu ontem não estava a conseguir dormir e como... como eu antes dormia aqui pensei que fosse ajudar.

— E ajudou? — Alex perguntou, deixando Xiumin um pouco surpreso.

— Adormeci — Xiumin sorriu — Desculpa, não volta a acontecer.

Xiumin levantou-se da cama, olhou para Alex que ainda não conseguia olhar para si e deixou o quarto triste por ter deixado Alex daquela maneira.

Afinal aquilo que fizera na noite anterior era errado e invasão de privacidade.

No entanto, Alex não achava que aquilo tinha sido uma falta de respeito ou algo parecido.

Sabia que o mesmo tinha ficado ali de noite mas mesmo assim tinha ficado um pouco constrangida e tinha reagido daquela maneira apenas para não ficar mais confusa ainda.

Mas naquela tarde tudo iria se resolver. Pelo menos assim esperava.

My Sweet Ghost | XiuminOnde histórias criam vida. Descubra agora