Alex
3 dias depois.
— Tá ótimo, pai. Podes relaxar.
Acabámos de chegar do hospital e o meu pai não pára de me perguntar se está tudo e se eu preciso de alguma coisa. Eu sei que é amor de pai mas fogo, já não o posso ouvir.
Quando chegámos ele correu para o sofá para concertar as almofadas. Agora estou sentada nele e ele ao meu lado.
— Não estás com dores? — revirei os olhos e suspirei.
— Podes parar com as perguntas? Desculpa, mas eu já estou farta.
— Desculpa querida, mas eu estou muito preocupado contigo.
— Eu sei que sim, mas eu fico melhor se parares de fazer perguntas e deixar-me descansar, estou com um pouco de sono.
— Queres ir para o teu quarto?
— Quero, mas consigo sozinha. Até logo, acorda-me quando for para jantar.
— Claro, querida. Dorme bem.
Levantei-me do sofá com muito cuidado e devagar e logo me dirigi até ao meu quarto. Fechei a porta atrás de mim e sentei-me calmamente na cama, encostada à cabeceira da mesma. Respirei fundo e pela primeira vez em três dias comecei a pensar melhor naquilo que tem acontecido ultimamente.
Durante estes três dias não soube nada da Yura, o meu pai disse-me que eles expulsaram-na da escola e que também se queriam encarregar dos custos do hospital mas o meu pai não aceitou. Ele ficou chateado porque quem se deveria oferecer para isso eram os pais dela, não a escola. Eu já tenho uma opinião diferente, simplesmente queria fala com ela uma última vez que fosse, mas o meu pai nunca iria deixar... nem o Xiumin.
O Connor ligou-me ontem e contei-lhe tudo o que aconteceu. Quase que tive de implorar para não apanhar o primeiro avião para aqui. Ele é um bom amigo.
Ouvi o meu telemóvel tocar e vi que era a Zoe, o meu pai já lhe deve ter contado o que se passou.
Chamada
— Alex, sua estúpida. Porque é que não me contaste o que aconteceu?
— Olá para ti também, Zoe.
— Desculpa. Boa tarde, fofinha. Agora diz-me, como estás?
— Já estou um pouco melhor do que quando estava no hospital. Mas ainda tenho dores.
— E essa Yura? Já teve o que merece?
— O meu pai não te contou?
— Não, ele só me ligou ontem a contar o que aconteceu.
— É que o meu pai propôs a expulsão dela. E a escola expulsou-a.
— Fizeram eles muito bem! Essa gaja só tinha, no mínimo, de ser extraditada.
— Não sejas exagerada, Zoe.
— Não estou a exagerar. Já viste o que ela te fez? Tudo porque achou que tu eras igual a ela.
— Eu queria ter falado com ela antes de ela ter ido embora da escola...
— É que nem penses que eu vou deixar isso acontecer.
— E vais fazer o quê?- ri.
— Só não quero que ela te faça mais mal. Ainda bem que a expulsaram.
— Ela não vai, não te preocupes.
— Agora de certeza que não. Bom, liguei-te só para saber como estás, agora vou ter ir para a aula de condução. Até logo, babe.
— Até logo.
Desliguei a chamada e pousei o telemóvel sobre a mesa de cabeceira. Deitei-me então com cuidado na cama e tentei dormir um pouco até à hora de jantar.
4 horas depois.
Depois de jantar, fui tomar um banho e finalmente já não precisei de ajuda. Fui um pouco desconfortável e humilhante ter uma enfermeira para me ajudar a tomar banho, apesar de não ser algo da grave, eu não podia e ainda não posso curvar as costas e o gesso do meu braço não se pode molhar. Ainda me estou a habituar a não puder mexer o braço direito, mas o melhor é que vou ter de ficar em casa trás semanas no mínimo, sem ir à escola. Não consigo lá voltar e olhar da mesma maneira para aquelas escadas e ainda sou capaz de ter um ataque de pânico.
Fui até à minha cama e liguei o computador para ficar ver alguns vídeos antes de me dar o sono.
Mas cansei-me e, do nada, comecei a pensar no que aconteceu no hospital com o Xiumin. É estranho mas ele não voltou a tocar no assunto, nem que fosse para me dizer para me esquecer do que aconteceu. Nada, simplesmente nada e isso é o que me deixa mais triste. Eu gosto dele, muito.
Não aguento mais isto, tenho de falar com ele agora, nem que seja por causa do diário.
Fui até à sala onde pense que ele pudesse estar e lá estava ele, novamente sentado no sofá, a olhar pela janela. Para as estrelas...
Fui até ao sofá e sentei-me do lado dele. Quando ele deu pela minha presença, fez uma cara de surpresa.
— Alex, tu não devias estar de pé!
— Não conseguia dormir sem falar antes contigo.
— O que é que se passa? — olhei para ele nos olhos tentando ganhar a coragem para lhe dizer tudo na cara. Mas não consegui...
— Era sobre o diário... e sobre o ritual.
— Nós já falámos sobre isso, Alex.
— Pois falámos, e tu no hospital disseste que ias pensar.
— Pensar não significa dizer que sim.
— Eu sei- baixei a cabeça — Mas eu quero muito fazer isto, e tu não podes negar que também queres.
— Não sei...
— Porquê?!
— Porque eu não quero que te arrisques assim por mim, não sabemos o que pode acontecer depois ou durante.
— Por favor Xiumin, se isto é a última coisa que posso fazer por ti... deixa-me — ele suspirou e foi a sua vez de me encarar.
— Tudo bem, faremos.
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Ai gente, está quase a chegar ao fim :'-( não querooo
Mas acreditem, esta foi a fanfic que mais me deu gosto escrever até hoje.
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My Sweet Ghost | Xiumin
FanfictionO que farias se te mudasses para uma casa onde vive um espírito? Alex nunca pensou ficar tão ligada a um ser sobrenatural. ✅ CONCLUIDA ➼ copyright © xisweet 2018 | todos os direitos reservados