✖️ Capítulo 18 ✖️

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Dia seguinte.

Ontem eu e o Xiumin não tivemos grande conversa, pelo menos não como deve ser.

Quando eu lhe perguntei se aquele diário poderia, de alguma maneira ser dele, ele começou a desconversar e a ficar nervoso e eu decidi que era melhor não insistir mais.

Ele disse-me que não se lembrava de nada mas, se calhar, aquele diário lhe pode ter trazido alguma memória.

Não sei... e talvez não tenha sido uma memória boa. Mas vamos esquecer isso, quando ele se sentir preparado, ele conta. Se alguma vez se sentir preparado.

Eu sei bem como é esconder com todas as nossas forças e tentar esquecer o nosso passado.

Fiz o que faço sempre de manhã para ir para as aulas. Tomei o pequeno-almoço com o meu pai e depois levou-me à escola.

Quando lá cheguei procurei pelo Connor para não o encontrei em lado algum da escola.

Desisti então de procura-lo. Deveria chegar mais tarde.

Fui então para o pátio, sentei-me encostada à parede do edifício e fiquei ali a ler o mesmo livro que ando a tentar acabar. Quando percebi, estava alguém de pé na minha frente.

Levantei o meu olhar do livro e olhei para a pessoa.

Sim? O que é que tu queres? — Yura sorriu. Falsa.

Quero falar contigo.

Agora?

Agora!

Assustei-me quando repentinamente ela agarrou no meu braço com força e me puxou para onde quer que ela fosse.

Larga-me! —  puxei o meu braço da sua mão — o que é que tu queres?

Estávamos as duas num sítio daquele colégio que eu desconhecia.

Ela foi-se aproximando de mim e eu fui recuando, acabando por ser encurralada pela parede.

Era isso mesmo que ela queria. Encurralar-me.

Tu sabes porque é que eu quero falar contigo, não sabes?

Não, não sei. Só sei que, quanto mais longe de ti, melhor. Não me metes medo.

Mas devias. E se não sabes devias saber. O Connor...

O Connor é meu namorado, e só não é teu porque tu o traíste!

Eu não o traí!

Não foi isso que ele me disse.

Aaahhhh... cabra!

De repente, senti os meus cabelos serem puxados com força, me levando ao chão e quase gritar de dor.

Pensei que ela já teria acabado até sentir uma dor insuportável na perna.

Ela tinha acabado de chutar duas vezes a minha canela e logo em seguida uma na coxa.

Iria lhe implorar que parasse mas voltei a sentir um chute mais forte, mas desta vez no estômago.

Com o impacto, acabei por bater com a cabeça com força na parede. Gritei de dor e senti a Yura afastar-se um pouco.

Agora já sabes. Afasta-te do Connor, se não não ficarás para contar a história.

Ouvi-a ir-se embora e comecei a chorar. Não só pelas dores... tentei me levantar mas não serviu de muito pois a minha perna cedeu e voltei a cair no chão.

Tinha que chamar por ajuda.

Antes que pudesse dizer alguma coisa, senti alguém tocar-me no ombro. Assustei-me quando relaxei quando ouvi a sua voz.

Anda, precisas de ajuda.

Vais-me levar para onde? Eu não quero continuar aqui... — disse chorando.

Calma, eu vou levar-te para casa e cuidar de ti.

Senti os seus braços rodearem o meu corpo e depois pôs-me no seu colo.

Como é que conseguiste... — não consegui acabar a frase pois tudo ficou preto.

Xiumin

Tinha a Alex nos meu braços desacordada. Não sabia o que fazer.

Quer dizer, eu até sabia, só não sabia como lá chegar sem que ninguém reparasse.

Porém, tive uma ideia.

Era arriscado e era uma coisa que eu tinha pouco hábito de fazer, mas se não fosse rápido, talvez pudesse acontecer algo pior à Alex.

Então, teletransportei-me até casa. Um dos poderes que está condição me dava.

Em questão de segundos, estávamos em casa. Andei o mais rápido que pude até ao seu quarto, fechei a porta e a deitei na cama. Espero que desta vez o pai dela chegue tarde.

Observei a sua respiração, os seus batimentos e a sua pulsação. Estava com batimentos normais, não muito rápidos, o que era sinal que em pouco tempo deveria acordar novamente.

Fui então até à casa de banho e tirei de lá alguns comprimidos para dores e ainda alguns curativos.

Voltei para o quarto e deu-me um aperto no coração. Não aguentava vê-la assim.

Mesmo conhecendo-a há tao pouco tempo, nos tornámos muito próximos e temos uma relação muito especial. Pelo menos para mim.

Sentei-me do seu lado e pus na sua testa. Estava a ferver. Passei a mão pelos seus cabelos e sorri. O quando ela era bonita. Não vou dizer que nunca tinha reparado porque foi a primeira coisa que pensei quando a vi.

Mas agora... Não sei, há qualquer coisa de diferente que eu não sei explicar. Talvez fosse...

Xiumin?

Olhei para a Alex que me encarava com os seus pequenos olhos verdes.

Levantei-me da cama e me pus de joelhos na sua frente. Ela então se sentou na cama.

O que é que aconteceu, Alex? Lembraste de alguma coisa?

Foi a Yura...

Quem é a Yura?

Ex-namorada do Connor. Ela pelo vistos ainda gosta dele e está a fazer de tudo para nos separar. E este foi apenas mais um dos seus métodos.

Cabra... — murmurei.

— O que é que disseste?

Nada. Estás com muitas dores?

No corpo inteiro.

Fui até à cozinha a correr, trouxe-lhe um copo de água e dei-lhe um comprimido para melhorar aquelas dores. Ela logo o tomou.

Agarrei em alguns curativos e comecei a desinfetar algumas feridas que ela tinha nas pernas e nos braços.

Todas as vezes que eu tocava em alguma parte do seu corpo, ela quase chorava. Eu tinha vontade de chorar com ela. Como é que aquela miúda foi capaz de fazer isto?

Quando acabei, a Alex olhou para mim durante algum tempo mas logo senti os seus braços rodearem os meus ombros.

Agarrou-me com força e eu retribuiu o abraço. Senti o meu ombro ficar molhada e a abracei com mais força.

Obrigada por tudo...

Eu farei tudo o que estiver ao meu alcance para te proteger. Prometo.

My Sweet Ghost | XiuminOnde histórias criam vida. Descubra agora