Dia seguinte.
Ontem eu e o Xiumin não tivemos grande conversa, pelo menos não como deve ser.
Quando eu lhe perguntei se aquele diário poderia, de alguma maneira ser dele, ele começou a desconversar e a ficar nervoso e eu decidi que era melhor não insistir mais.
Ele disse-me que não se lembrava de nada mas, se calhar, aquele diário lhe pode ter trazido alguma memória.
Não sei... e talvez não tenha sido uma memória boa. Mas vamos esquecer isso, quando ele se sentir preparado, ele conta. Se alguma vez se sentir preparado.
Eu sei bem como é esconder com todas as nossas forças e tentar esquecer o nosso passado.
Fiz o que faço sempre de manhã para ir para as aulas. Tomei o pequeno-almoço com o meu pai e depois levou-me à escola.
Quando lá cheguei procurei pelo Connor para não o encontrei em lado algum da escola.
Desisti então de procura-lo. Deveria chegar mais tarde.
Fui então para o pátio, sentei-me encostada à parede do edifício e fiquei ali a ler o mesmo livro que ando a tentar acabar. Quando percebi, estava alguém de pé na minha frente.
Levantei o meu olhar do livro e olhei para a pessoa.
— Sim? O que é que tu queres? — Yura sorriu. Falsa.
— Quero falar contigo.
— Agora?
— Agora!
Assustei-me quando repentinamente ela agarrou no meu braço com força e me puxou para onde quer que ela fosse.
— Larga-me! — puxei o meu braço da sua mão — o que é que tu queres?
Estávamos as duas num sítio daquele colégio que eu desconhecia.
Ela foi-se aproximando de mim e eu fui recuando, acabando por ser encurralada pela parede.
Era isso mesmo que ela queria. Encurralar-me.
— Tu sabes porque é que eu quero falar contigo, não sabes?
— Não, não sei. Só sei que, quanto mais longe de ti, melhor. Não me metes medo.
— Mas devias. E se não sabes devias saber. O Connor...
— O Connor é meu namorado, e só não é teu porque tu o traíste!
— Eu não o traí!
— Não foi isso que ele me disse.
— Aaahhhh... cabra!
De repente, senti os meus cabelos serem puxados com força, me levando ao chão e quase gritar de dor.
Pensei que ela já teria acabado até sentir uma dor insuportável na perna.
Ela tinha acabado de chutar duas vezes a minha canela e logo em seguida uma na coxa.
Iria lhe implorar que parasse mas voltei a sentir um chute mais forte, mas desta vez no estômago.
Com o impacto, acabei por bater com a cabeça com força na parede. Gritei de dor e senti a Yura afastar-se um pouco.
— Agora já sabes. Afasta-te do Connor, se não não ficarás para contar a história.
Ouvi-a ir-se embora e comecei a chorar. Não só pelas dores... tentei me levantar mas não serviu de muito pois a minha perna cedeu e voltei a cair no chão.
Tinha que chamar por ajuda.
Antes que pudesse dizer alguma coisa, senti alguém tocar-me no ombro. Assustei-me quando relaxei quando ouvi a sua voz.
— Anda, precisas de ajuda.
— Vais-me levar para onde? Eu não quero continuar aqui... — disse chorando.
— Calma, eu vou levar-te para casa e cuidar de ti.
Senti os seus braços rodearem o meu corpo e depois pôs-me no seu colo.
— Como é que conseguiste... — não consegui acabar a frase pois tudo ficou preto.
Xiumin
Tinha a Alex nos meu braços desacordada. Não sabia o que fazer.
Quer dizer, eu até sabia, só não sabia como lá chegar sem que ninguém reparasse.
Porém, tive uma ideia.
Era arriscado e era uma coisa que eu tinha pouco hábito de fazer, mas se não fosse rápido, talvez pudesse acontecer algo pior à Alex.
Então, teletransportei-me até casa. Um dos poderes que está condição me dava.
Em questão de segundos, estávamos em casa. Andei o mais rápido que pude até ao seu quarto, fechei a porta e a deitei na cama. Espero que desta vez o pai dela chegue tarde.
Observei a sua respiração, os seus batimentos e a sua pulsação. Estava com batimentos normais, não muito rápidos, o que era sinal que em pouco tempo deveria acordar novamente.
Fui então até à casa de banho e tirei de lá alguns comprimidos para dores e ainda alguns curativos.
Voltei para o quarto e deu-me um aperto no coração. Não aguentava vê-la assim.
Mesmo conhecendo-a há tao pouco tempo, nos tornámos muito próximos e temos uma relação muito especial. Pelo menos para mim.
Sentei-me do seu lado e pus na sua testa. Estava a ferver. Passei a mão pelos seus cabelos e sorri. O quando ela era bonita. Não vou dizer que nunca tinha reparado porque foi a primeira coisa que pensei quando a vi.
Mas agora... Não sei, há qualquer coisa de diferente que eu não sei explicar. Talvez fosse...
— Xiumin?
Olhei para a Alex que me encarava com os seus pequenos olhos verdes.
Levantei-me da cama e me pus de joelhos na sua frente. Ela então se sentou na cama.
— O que é que aconteceu, Alex? Lembraste de alguma coisa?
— Foi a Yura...
— Quem é a Yura?
— Ex-namorada do Connor. Ela pelo vistos ainda gosta dele e está a fazer de tudo para nos separar. E este foi apenas mais um dos seus métodos.
— Cabra... — murmurei.
— O que é que disseste?
— Nada. Estás com muitas dores?
— No corpo inteiro.
Fui até à cozinha a correr, trouxe-lhe um copo de água e dei-lhe um comprimido para melhorar aquelas dores. Ela logo o tomou.
Agarrei em alguns curativos e comecei a desinfetar algumas feridas que ela tinha nas pernas e nos braços.
Todas as vezes que eu tocava em alguma parte do seu corpo, ela quase chorava. Eu tinha vontade de chorar com ela. Como é que aquela miúda foi capaz de fazer isto?
Quando acabei, a Alex olhou para mim durante algum tempo mas logo senti os seus braços rodearem os meus ombros.
Agarrou-me com força e eu retribuiu o abraço. Senti o meu ombro ficar molhada e a abracei com mais força.
— Obrigada por tudo...
— Eu farei tudo o que estiver ao meu alcance para te proteger. Prometo.
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My Sweet Ghost | Xiumin
FanficO que farias se te mudasses para uma casa onde vive um espírito? Alex nunca pensou ficar tão ligada a um ser sobrenatural. ✅ CONCLUIDA ➼ copyright © xisweet 2018 | todos os direitos reservados