Alerta de gatilho: body shaming. A Holly faz um comentário de muito mau gosto sobre o corpo do Timothée. Eu o mantenho aqui porque, em um determinado ponto da narrativa (segunda temporada), ele se manifesta sobre suas inseguranças em relação ao corpo.
FLEUR
Lugares cheios de pessoas com culturas e pensamentos diferentes sempre são assustadores. Isso porque você pode se deparar com alguém muito legal que acredita em signos e come apenas alimentos fornecidos pela natureza, mas também pode ter o azar de esbarrar com algum maluco que acredita na superioridade de uma determinada raça e acha que estupros acontecem porque uma mulher estava com a roupa muito curta.Pensar sobre os diferentes tipos de seres humanos que eu poderia conhecer em meu primeiro dia de aula sempre foi uma tradição para mim. Claro que, morando em uma cidade pequena, não havia muita variedade, mas sempre deixava fluir a esperança de algum desafortunado cair de paraquedas na cidade e estudar no mesmo colégio que eu.
Mas agora as possibilidades são absurdamente incontáveis. Quero dizer, há garotas que tropeçam em lixeiras e bastardos que fazem trotes desumanos, todos eles em um só lugar. O que mais haveria ali? Ricos que gastam o tempo em festas porque não precisam de muito esforço, ricos que se esforçam, pobres que lutam por uma condição melhor, pobres que se deixam levar pelos ricos que não se esforçam... E eu.
Eu não me encaixava em nenhuma categoria, porque minha história naquela universidade estava prestes a começar.
Com atraso.
Onde raios eu enfiei meu celular?
- Ansel? - chamei.
- Não está - Timothée berrou de volta.
Desde quando eu fico sozinha com esse cara?
- Procurando por isso? - Ele apareceu na porta segurando meu celular.
- Onde estava?
- De nada.
- Obrigada. Mas onde estava?
- Dentro da geladeira - respondeu com um risinho.
- Você não consegue falar sério?
- Estou falando sério, gata. Você precisa relaxar.
- Você chama as suas namoradas de gata? Porque isso é muito cafona. Quer saber? Não era nem para eu estar aqui agora.
- Quer carona?
Desde quando ele me oferece carona?
- Eu estou vestida adequadamente para isso? - Perguntei. -Porque, até onde eu me lembro, você é alérgico ao meu senso de moda.
Ele me olhou de cima a baixo, algo que parecia ser uma mania. E eu já odiava aquilo.
- O vestido é fabuloso, mas a estampa não valoriza muito os seus seios - falou em uma voz técnica.
- O quê?
- Cinco minutos para você estar em meu carro, gata. Não vou avisar novamente.
E saiu.
Certo. O cara é completamente bipolar. Em um momento está me ignorando como se eu fosse um monte de merda que ninguém quer limpar, mas também não quer por perto, depois critica minhas vestimentas e, agora, paga de gentil e oferece carona - embora ainda reclamando das minhas roupas.
Mas eu não estou com a melhor das vantagens chegando atrasada no primeiro dia. Então enfiei tudo na minha bolsa e corri para o seu carro.
- Obrigada - agradeci ao entrar.
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PERFECT BALANCE || Timothée Chalamet (EDITANDO)
RandomATENÇÃO: contém cenas de sexo e gatilhos de violência, aborto e questões psicológicas Fleur acredita no equilíbrio das coisas: algo bom sempre acontece após algo ruim, e vice-versa, para que, assim, as pessoas aprendam a lidar com os altos e baixos...