23.2 - PBS2

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Aviso: o capítulo contém temas que podem ser gatilho, sobretudo para quem já esteve em um relacionamento abusivo.


Resuminho para quem não quiser ler: Holly está muito afetada por tudo que aconteceu e por todas as mentiras em que acreditou. Ainda assim, sente-se dependente dele (Luke) por acreditar que não encontrará alguém melhor. Os acontecimentos da parte 1 e parte 2 são necessários para que haja uma reflexão nos últimos capítulos entre Fleur e Timothée.

Enrolando para postar mas o trailer de Dune me obrigou.

FLEUR

Harry pigarreou, parecendo estar dividido entre sair dali ou ajudar Holly. Ela parecia precisar de muita ajuda. Eu me perguntei se conseguiria reconhecê-la se passasse por ela na rua, sem prestar muita atenção. Não fazia sentido. Era impossível ser a mesma pessoa.

Então, como se um raio de entendimento me atingisse, eu soube: eu também não era mais a mesma pessoa. Ninguém envolvido em toda aquela confusão era. Holly foi uma das vítimas da crueldade de pessoas em quem confiava. Na verdade, fazia sentido, sim.

Ainda assim, foi difícil resistir ao impulso de desviar os olhos. Meu coração se apertava sempre que a encarava.

— Acho que eu vou preparar alguma coisa na cozinha — Harry murmurou. — Eu.. Ahn... Com licença. Fiquem à vontade.

Ele me lançou um olhar que ilustrava o seu desconforto. Até ele, que sempre fazia questão de ouvir as conversas para fofocar com Louise, sabia que o momento era sério e delicado.

Eu quis pedir para que ficasse. Ainda sentia algo em mim, como se fosse uma superfície quebradiça, e encarar Holly tornava tudo ainda mais frágil.

— Fleur — ela disse, assim que Harry saiu. Sua voz estava trêmula, fraca, quase inaudível. — Eu...

— Você pode se sentar, Holly.

Minha voz não estava muito melhor que a dela.

Ela assentiu, e eu quase ofereci meu braço para ajudá-la a chegar até o sofá. No entanto, Holly conseguiu chegar até ele, sentando-se em seguida e encarando as próprias mãos.

— Você pode se sentar, Fleur — imitou, e vi a tentativa de sorriso em seus lábios.

Obedeci, quase agindo de forma automática.

— Você está linda — seu sorriso foi mais nítido dessa vez. — Meu maior medo era chegar aqui e encontrar você... mal. Eu não queria. Por favor, me perdoa.

Eu a encarei, confusa. Por que me pedir perdão? Como se entendesse minha expressão, Holly continuou, quase sussurrando:

— Eu achei mesmo que ele fosse ruim. Timothée, quero dizer. Foi tudo tão convincente. Não, não foi convincente. Foi tudo muito cômodo. É tão mais fácil odiar o elo mais fraco, não é? Luke era meu... Ele era... Você sabe. E Jade era... Jade é... Timothée não era nada muito significativo. Apenas um cara que saía com as mesmas pessoas que eu. Foi tão fácil acreditar. É tão fácil ser...

Ela parou, mas as lágrimas começaram. Holly era silenciosa ao chorar, ou pelo menos estava naquele momento, enquanto as lágrimas desciam por seu rosto. Eu me perguntei se aquilo era uma consequência das mudanças. A Holly que eu conhecera era barulhenta, de modo que faria sentido se o seu choro também...

Céus, no que eu estava pensando? Havia uma garota aos prantos em minha frente. Eu precisava ajudar.

— Holly...

PERFECT BALANCE || Timothée Chalamet (EDITANDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora