24 - PBS1

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Aviso: o wattpad é a única plataforma onde publico minhas fics. Se você encontrá-las em qualquer outro lugar, não entre. Apenas denuncie.

FLEUR

Shawn ouvia atentamente enquanto Andrew praguejava contra a professora e as notas ridículas lançadas recentemente no portal.

- Perseguição - declarou, balançando um garfo no ar.

Queria ser uma boa amiga e me compadecer da sua revolta, mas parecia tudo muito cômico. Além disso, eu não era o Shawn, o que significava que a obrigação de fazer isso não era minha.

- Você a constrangeu no meio de todos - Shawn ponderou. - Alguns professores abusam do poder que têm.

Andrew gemeu de desgosto.

- E ela não passa provas - lamentou. - Não posso provar que é perseguição.

- É o preço que os revolucionários pagam - disse Shawn, com bastante animação. - Você já está famoso até na ala leste do campus.

Andrew parecia engolir a comida com dificuldade, mas se animou após Shawn apresentar as vantagens de ser um aluno ativo nas lutas estudantis.

- A Fleur bem que poderia se juntar a você, não é? - acrescentou em provocação.

Andrew me lançou um olhar carrancudo.

- Você fugiu - acusou. - Era para você estar sofrendo as consequências, também.

- Ela só queria uma água de coco - Shawn respondeu, rindo, antes que eu dissesse alguma coisa.

Reprimi o desejo de soltar um palavrão e apenas resmunguei algumas desculpas esfarrapadas - tentando não repetir que, sim, eu só queria uma água de coco.

Em algum momento a presença de Andrew foi solicitada - aparentemente a popularidade não era mais restrita aos atletas - e eu fiquei frente a frente com Shawn. Isso seria completamente normal em qualquer outro momento, mas, naquele, ele me encarava de um jeito estranho.

- O quê?

Minha rispidez não pareceu afetá-lo.

- Você está bem? - perguntou com suavidade.

Era difícil ouvir aquela pergunta e não sentir vontade de chorar. No entanto, eu a ouvia com certa frequência desde que confessei precisar de ajuda. Meu irmão, por exemplo, parecia fazê-la de cinco em cinco minutos. Eu sabia que ele era movido pela preocupação, mas tal comportamento fazia com que eu me sentisse estúpida e fraca.

- Sim - tentei sorrir. E, falhando, acrescentei: - Eu acho.

Eu não dormia havia dois dias. Ou três, talvez, considerando a minha incapacidade de contar qualquer coisa. Não era por opção e sim porque minha cabeça parecia pequena demais para tantos pensamentos.
E, quando a noite chegava, eu focava no pior deles: como, quando e por quê?

- Timothée falou com você? - perguntou de forma brusca, impedindo que eu me torturasse ainda mais com os meus pensamentos.

- Por que ele falaria?

- Porque vocês estão juntos.

Não havia nada em minha boca - além de saliva, é claro -, mas eu engasguei.

Eu precisava de cinco minutos para pensar em uma mentira e ponderar se ela colaria ou não. Mas antes que eu iniciasse o processo, Shawn voltou a falar:

- Ele confirmou.

Uma onda de raiva tomou conta de mim. Então Timothée ordenava que o nosso relacionamento não fosse exposto para ninguém, mas sentia-se no direito de abrir a boca sem nem me consultar?

PERFECT BALANCE || Timothée Chalamet (EDITANDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora