Aviso: o wattpad é a única plataforma onde publico minhas fics. Se você encontrá-las em qualquer outro lugar, não entre. Apenas denuncie.
Outro aviso: há um personagem importante chamado Ansel. Quando eu comecei essa fic, não sabia das acusações direcionadas a ele. Essa fic passará por uma revisão em breve e as alterações serão feitas, não se preocupem.
TIMOTHÉE
Em um momento Fleur estava em meus braços, no outro, o punho de Ansel atingia com força o meu rosto. E durante toda a nossa amizade, eu nunca me destaquei quando o assunto era força física.
- Seu idiota - ouvi Fleur gritar.
Eu quis rir ao vê-la vermelha e olhando com fúria para o irmão, mas a dor em meu rosto me avisava que era melhor eu ficar quieto.
- Cala a sua boca - ele vociferou. - A sua vez vai chegar.
Ela riu, mas não parecia achar graça.
- Você soa patético.
- Cala a boca - repetiu, mais alto, e até eu estremeci. - Ninguém vai explicar a merda que eu acabei de ver?
- Foi o que você viu - Fleur respondeu com uma coragem que eu admirei muito, embora também tenha achado um tanto inapropriada.
- Eu já disse para você calar a boca. E você - virou-se para Shawn. - Você sabia disso e não me contou nada? De todos os meus amigos, você é o único de quem eu não esperaria isso.
Apesar de ter levado um soco, doeu muito mais ouvir aquelas palavras. Porque era óbvio que Ansel jamais confiaria totalmente em mim, mas eu preferia quando todos estavam fingindo, em silêncio, que eu era tão aceito quanto os outros.
- O que eu poderia ter feito? Agir como um fofoqueiro para logo depois ver você agindo como um animal enraivecido?
- Seus esforços para manter a paz não foram suficientes - Ansel zombou, lançando a mim um olhar de desprezo.
Shawn estava assustadoramente calmo, o que era um forte contraste em relação à Fleur, que tremia.
- No final de tudo - rebateu, sorrindo - eu poderei dizer que estive o tempo todo do lado certo.
- Para o inferno com os seus discursos moderados. Eu tenho todo o direito de estar irritado quando chego em casa e vejo um filho da puta beijando a minha irmã enquanto o meu amigo assiste a tudo. O que você é? Um voyeur?
Shawn preferiu não responder, e o silêncio no cômodo reforçou a dor que revirava o meu estômago: eu ocupava a posição de "filho da puta", não de amigo.
Ansel começou a andar de um lado para o outro, evitando olhar para Fleur e lançando olhares de nojo para mim.
Tornara-se automático viver entre caras que ostentavam estereótipos de virilidade e fingir que eu era um deles. Era fácil disfarçar todas as inseguranças relacionadas à minha aparência, por exemplo, até porque, em um grupo tão grande, eu não era tão relevante. Mas naquele momento eu quis chorar. Ali, na frente de todos.
Na frente da garota que eu descobri ser a razão da minha falta de ar, mas também o que me fazia respirar calmamente, afinal, ela estava comigo. Apesar de todos os caras com características mais interessantes que as minhas - sobretudo as físicas -, ela escolheu ficar comigo.
Foi só ao ouvir a risada de Ansel que eu percebi que ele havia parado de andar.
- Rosas? - debochou. - Você é mesmo um idiota.
Eu também ri, mesmo não sabendo o porquê. Talvez porque ele estivesse certo. Eu era um idiota. Um idiota com um rosto molhado, o que significava que eu estava chorando.
- Ah, então ele é um idiota?
Era Fleur. Eu a encarei, mas ela não retribuiu o meu olhar - e eu fiquei feliz por isso, porque sua expressão era gelada e o alvo era o seu irmão.
- Já disse para você calar a boca, Fleur.
Shawn se aproximou e ficou ao meu lado. Éramos expectadores de um duelo entre duas pessoas furiosas. E, não, eu não era viril o bastante para defender Fleur. Nem idiota para pensar muito nessa possibilidade porque, bem, ela não parecia precisar que alguém a defendesse. O indefeso era eu.
- Eu não tenho que obedecer você - rebateu.
- E a sua maneira de provar isso é se agarrando com esse filho da puta enquanto eu estou no outro quarto? Porque isso não deve ter começado agora e... - parou, respirando com dificuldade. - Vocês dois... Ah, se vocês fizeram...
- Você vai fazer o quê? - ela interrompeu, gritando. - Vai provar que é muito homem batendo no Timothée por ele ter me visto sem roupa?
Ansel parecia tentando pela ideia, enquanto eu me encolhia, pensando em diversas outras maneiras que Fleur poderia escolher para confrontar o irmão sem que meu corpo fosse destruído.
- Não me provoque - ele ameaçou, avançando. - Não me provoque ou...
- Ou o quê? Vai bater em mim, também? É assim que você é agora, Ansel? Tudo isso por quê? Porque você foi traído e agora precisa provar a todos que é você quem manda?
Ele recuou. Seus olhos estavam arregalados.
- Cala a boca - murmurou.
Mas Fleur pareceu não tê-lo ouvido.
- Você também era "idiota". Também enchia o quarto dela de flores. Mas Louise acabou com você, não é mesmo? E agora você é apenas um ser traumatizado que implica com tudo e não consegue ficar um dia sem infernizar a atual namorada.
- Cala a boca. Cala a boca. Cala a boca!
Eu olhei para Shawn, confuso. Ele parecia tão perdido quanto eu, mas nós dois estávamos bem perto da expressão devastada de Ansel. Ele parecia quebrado.
- Você está sendo injusta - sussurrou.
- Injusta? Você entrou aqui, viu algo inesperado e já entrou agredindo alguém! Você não sabe mais como conversar com os outros.
- Você está sendo injusta - repetiu.
- Você não está sendo o irmão que eu sempre admirei.
Isso pareceu reacender sua fúria anterior. Eu me mexi, desconfortável, porque ele parecia prestes a atacar alguém, e eu não queria que Fleur fosse uma vítima.
- E que irmão você quer? Um que deixa você se envolver com ele?
- Um que respeita as escolhas do meu coração. E que desprezo é esse em sua voz? Ele é seu amigo!
Eu estava eufórico por ter ouvido a palavra "coração" e isso me impediu de perceber o perigo. Quando a mão tensa de Shawn apertou o meu braço, já era tarde.
- Eu amo você, Fleur. Muito. Eu sempre serei o seu irmão. Não por obrigação, mas por amor. E eu nunca permitirei que uma pessoa como você seja enganada por um filho da puta que engravidou uma garota e a obrigou a tirar a criança.
VOCÊ ESTÁ LENDO
PERFECT BALANCE || Timothée Chalamet (EDITANDO)
RandomATENÇÃO: contém cenas de sexo e gatilhos de violência, aborto e questões psicológicas Fleur acredita no equilíbrio das coisas: algo bom sempre acontece após algo ruim, e vice-versa, para que, assim, as pessoas aprendam a lidar com os altos e baixos...