EPÍLOGO

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FLEUR

Eu estava encarando a foto da minha mãe ao lado de um homem que aparentava ser, pelo menos, quinze anos mais velho. Bonito, sim, mas eu ainda estava em choque por saber que ela o conhecera enquanto estava na cidade. Claro, ela sumia do nada, mas me recusava a acreditar que minha mãe tinha se rendido aos aplicativos de encontro — a quem eu queria enganar? Minha mãe com certeza faria algo assim.

— Tem cara de rico — Timothée disse, espiando o meu celular. — E não é feio. Se for um cara legal, só vejo vantagens.

Ri, pensando em como meu irmão reagira à notícia. Não com muito entusiasmo, mas ele estava tentando manter o controle das coisas. Não voltara a ofender Louise — “que bom que ele está cumprindo aquilo que é sua obrigação”, foi o que Shawn comentou —, nem dissera o que pensava sobre o relacionamento da minha mãe. Pequenas evoluções, isso eu conseguia notar.

Pequenas evoluções para todos. Soube que Holly procurou ajuda especializada, e isso me deixou aliviada. O primeiro passo fora dado.

Louise e Harry também pareciam empenhados nas descobertas sobre si e na reconciliação com o passado. Ficava muito feliz por eles, sobretudo ao vê-los em suas interações com pessoas que também eram importantes para mim, como o Shawn. Eu amava aquele garoto, e seria eternamente grata por tudo que ele fizera por mim.

Prometi, antes de dormir, que faria uma nova festa para ele. Shawn merecia, depois de usar um momento que era sobre ele para ajudar um amigo. Ele era um ser humano lindo.

Viajar com Timothée ajudou muito, não apenas para desanuviar minha mente, mas para notar que amava aquelas pessoas à minha volta. Fazia pouco tempo que as conhecia, com exceção de Harry e Louise, mas conseguia encaixá-las em vários momentos alegres da minha vida, mesmo quando tudo parecia um horror.

Timmy estava certo: eu precisava acreditar na minha evolução para fazer o mesmo com os outros.

— Podemos voltar mais vezes — ele disse, batendo a porta do carro depois de guardar a minha mala, que já era pesada quando cheguei e ficou ainda mais cheia com os presentes que ganhei. — Todo mundo adorou você. Acho que minha mãe gosta mais de você do que de mim.

— Talvez seja porque eu não menti dizendo que ela seria avó.

Ele continuava achando aquilo engraçado, mesmo eu tendo dito várias vezes que a imagem de sua mãe, parecendo prestes a desmaiar, ainda me desesperava. Ela puxou uma das orelhas de Timothée quando soube a verdade, depois olhou para mim, sorriu e disse que o amor é mesmo esquisito. Eu a amei.

— Ela vai esperar um neto em todas as férias a partir de agora.

— Então diga para sua irmã engravidar — sorri e ele gargalhou.

Era uma família linda e que me acolheu com muito entusiasmo. Foi um bom momento.

— Você gostou, certo? — Perguntou, e pude notar a ansiedade em seu tom de voz.

Aquilo era importante para ele, eu sabia, mas também era para mim. Para nós. Eu me sentia construindo algo, novos laços, novas histórias para serem contadas no futuro. Parecia pouco, mas para quem se julgava destruída, construir qualquer coisa era uma vitória.

— Eu amei. Tenho a impressão de que vou amar tudo que fizer com você, mesmo que me irrite no processo.

Ele sorriu, ajeitando os fios compridos de cabelo. Cresciam rapidamente e eu amava aquilo. Amava tudo.

— Que bom, linda, porque eu quero fazer muitas coisas com você.

— Você está falando de sexo? Porque parece que está.

PERFECT BALANCE || Timothée Chalamet (EDITANDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora