Seria possível alguém odiar tanto outra pessoa? A resposta é sim, pois o que eu estava sentindo por Yongguk era puro ódio, antes eu tivesse deixado Jungkook descer a porrada nele, espero que ele caia e bata a cabeça no meio fio, pensei, mas logo me arrependi, sou tão trouxa que sou incapaz de desejar o mal a alguém. Então o que me restou foi chorar, chorar como um bebê chorão, não gostava de chorar na frente dos outros mas eu estava sozinho e nada me impedia.Comecei a relembrar o bullying que eu sofria no colégio e de quantas vezes eu já fiquei preso em lugares como esse. Eu já não devia ter me acostumado? Me perguntei mentalmente, mas acho que me acostumei com o campo de invisibilidade que me cercou após o ensino médio, era como se eu usasse a capa invisível do Harry Potter, ninguém me percebia, todo mundo cagava pra mim, pelo menos até agora.
Limpei os olhos e pensei em um jeito de sair dali, visto que gritar e chorar não seria uma solução, tentei passar minha mão pela brechinha do armário mas era muito apertada, procurei alguma coisa no armário que pudesse arrombar a porta e só achei um clip, entortei ele na intenção de abrir a fechadura e com muita dificuldade passei metade da mão na abertura, encaixando o clip no lugar da tranca, rodei algumas vezes e depois de uns cinco minutos tentando fazer algo que só vi nos filmes, a porta abriu.
Finalmente livre, saí esticando o corpo e fui em direção a saída, chegando lá, advinha? Estava trancada, como pode alguém ser tão azarado? Subi as escada e saí entrando nas salas a procura de chaves reserva.
Estava procurando na sala seis quando de repente ouvi um grito feminino no andar de baixo, corri para ver o que tinha acontecido mas sem deixar de sentir um certo receio, dobrei a esquina do segundo corredor e quase escorreguei no sangue espalhado pelo chão, me preocupei instantaneamente, então corri e me escondi no quartinho de limpeza tentando conter o medo, mas não podia ficar ali a noite toda, não com um assassino a solta, peguei um cabo de vassoura e tomei coragem para sair.
Andei cautelosamente pela universidade entrando na sala que provavelmente continha as chaves, vi que a porta estava arrombada e completamente destroçada, entrei e peguei o molho de chaves na gaveta e ao contornar a escrivaninha, seguindo o rastro de sangue, não pude acreditar, jogado no chão encima de uma poça de sangue tinha mais um corpo, mais um assassinato.
Arregalei os olhos e minha mente já estava enevoada, eu tinha que sair dali com urgência, enquanto esquematizava um plano de fuga, um som estridente me chamou a atenção, o alarme de invasão havia sido acionado, a única coisa que eu consegui pensar na hora foi: FODEU! O barulho atrairia a polícia, e eu estava todo sujo de sangue, segurando um cabo de vassoura, com uma garota morta na minha frente.
No mesmo instante pude sentir uma sombra atrás de mim, acabei me desesperando e me virando rápido pronto pra atacar.
- Jungkook!? - Indaguei surpreso, parece que esse menino gosta de me assustar.
- Precisamos sair daqui agora - Falou me puxando pelos corredores.
Saímos correndo ao som do alarme, quando fomos surpreendidos e parados pela polícia, puseram as lanternas direcionadas em nossos corpos e a primeira reação que tivemos foi levantar os braços em sinal de rendição. Agora imagine: Éramos dois caras dentro de uma universidade à noite, onde uma garota acabara de morrer, lambuzados de sangue, sem esquecer do cabo de vassoura, e nossa cara de quem foi pêgo em flagrante. Nessas condições a cena do crime já estava montada.
- Garotos? - O xerife se aproximou de nós sem querer acreditar no que via - O que estão fazendo aqui?
- É uma história meio complicada Sr - Tentei explicar.
- E eu exijo uma explicação plausível, a não ser que queiram ser presos por invasão e - Olhou para nossas roupas avermelhadas - Homicídio.
Explicamos tudo que aconteceu para o xerife e finalmente entendi essa aparição inesperada de Jungkook, ele havia ido me procurar mas não me achou em lugar nenhum, ficou preocupado achando que eu tinha desaparecido e o último lugar que procurou foi aqui. O homem escutou tudo atentamente parecendo não acreditar muito na nossa versão, por sorte Suga chegou convencendo o pai de que éramos inocentes.
Os polícias estavam espalhados pelo local analisando tudo, o corpo ficou isolado com faixas amarelas em volta, e a área se tornou restrita para investigações. Assim que o xerife se distanciou, Jungkook me virou para sí e me puxou contra seu corpo depositando um abraço.
- Você me deixou preocupado - Sussurrou em meu ouvido causando arrepios nos pelos de meu corpo.
- M-me desculpe.
- Idiota! - Concluiu me apertando ainda mais.
Nunca o vi dessa forma, e suas palavras me desconcertaram um pouco, ele realmente parecia preocupado, e quem não estava? Era muita coisa acontecendo ao mesmo tempo, muito informação para digerir, afaguei seus cabelos na tentativa de fazer um carinho ali e respirei fundo inalando seu cheiro que agora estava misturado com sangue.
- Livrei vocês das suspeitas, agora eu aconselho a irem pra casa e ficarem longe de confusão por um bom tempo - Yoongi falou nos interrompendo.
Agradecemos e seguimos pra casa, não trocamos nenhuma palavra durante o percurso, algo havia mudado, não era uma mudança aparente mas de certa forma mudado, ainda existiam tantas dúvidas em minha mente e boa parte delas estavam ligadas à Jungkook.
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Notas:
Oii gente! Não esqueçam de votar e se manifestar, obgd por continuarem lendo até aqui, Bjin♥♥
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Red Moon ☽ Jikook ABO
أدب الهواةUm grande mistério envolvia a vida do órfão Park Jimin. O que não se imaginava era que uma onda de assassinatos e acontecimentos estranhos ocorreriam durante sua investigação sobre seu passado. Jikook | Yaoi | ABO