Capítulo 52

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Dia 3

April POV

"April! April!" Um Louis histérico adentra pelo meu quarto acordando-me do sono que tanto precisava. "April acorda! Tens de te levantar já!" Ele retira os cobertores de cima de mim e abana-me, resmungo. Tive poucas horas de sono nestes últimos três dias.

"Pronto, pronto!" Digo-lhe irritada. "Já estou acordada, vês?" Levanto-me da cama, colocando-me de pé. Rapidamente me arrependo quando percebo que apenas envergo um top mínimo que deixa transparecer os meus seios e umas cuecas.

"Veste alguma coisa e vem ter comigo à sala." Ele diz saindo do meu quarto e correndo até à sala, desviando o seu olhar do meu corpo, não era essa a sua intenção.

Estou confusa... Louis jamais me acordaria se o que me tivesse para dizer não fosse mesmo importante. Ele sabe que eu tenho dormido muito pouco, ele sabe como eu tenho andado cansada ultimamente. Para além disso, se ele soubesse que eu estava a dormir sentir-se-ia aliviado por estar a descansar. De repente a minha mente ensonada tem o seu momento de glória. Harry. Corro pelo quarto à procura de algo que possa vestir e coloco a primeira coisa que vejo, uma t-shirt velha e comprida terá de servir. Apresso-me a chegar à sala e estaco imediatamente com o que vejo. Pergunto-me o que Louis esteve a fazer durante estas horas. O chão da sala está repleto de documentos espalhados, demasiado desarrumados para mim. Passo os olhos devagar tentando perceber de que documentos se tratam e percebo ser uma variedade enorme de folhas alusivas ao caso Styles. Um Louis meio lunático e eufórico movimenta-se à minha frente. As suas mãos agora a percorrerem as folhas no chão tentando desesperadamente encontrar algo.

"Louis, acalma-te. Mas que raio? O que se passa?" Demasiado confusa para perceber algo. O meu subconsciente diz-me que ele descobriu algo, então, o facto de me não dizer nada deixa-me nervosa. "Podes, por favor, dizer-me o que se passa?"

"Senta-te, senta-te aí na mesa." O seu dedo nervoso aponta para a cadeira junto da mesa. Obedeço. Louis agarra nalguns papéis do chão e coloca-os à minha frente. "Estivemos sempre a olhar para o sítio errado." A sua voz trémula com a excitação.

"Como assim?" Arqueio a sobrancelha.

"Estávamos a tentar encontrar algo que ilibasse o Harry, mas a questão é, em vez disso temos de encontrar quem realmente matou as miúdas. Para isso, temos de esquecer tudo o que já sabemos e voltar a ver tudo do início. E finalmente, temos de parar e descobrir o que é que as raparigas têm em comum, o que as liga umas às outras. Porquê elas e não outras? Escolha aleatória? Sabes tão bem quanto eu que quase nunca é aleatório."

"Se me estás a tentar dizer que descobriste uma coisa em comum em todas as vítimas, acho que te enganaste, porque eu já tentei descobrir algo milhares de vezes e nada... Não há nada que as ligue para além da idade." Respondo a perder a paciência. Eu só quero salvar o Harry e o Louis está aqui com joguinhos.

"Pois, mas aí é que te enganas." Louis atira-me com um ar desafiador. "Olha, olha com atenção." Estica-me uma fotografia escolar, onde umas quarenta ou cinquenta raparigas sorriem envergando o seu uniforme caro. Uma saia cinzenta, camisa branca, e gravata e meias ate ao joelho vermelhas.

Os meus olhos percorrem a fotografia várias vezes, o meu cérebro parece não querer colaborar e não vejo mais nada para além de raparigas sorridentes. Começo a ficar irritada comigo mesmo. O que Louis está a ver que eu não estou? Como é que é possível?

"Louis, desculpa, mas eu não estou a ver o que tu estás..." Digo desapontada, pergunto-me se o jornalista não estará a delirar e ele próprio a precisar de dormir.

Louis corre a sala com o seu olhar e corre em busca de um marcador colorido. Retira a tampa e olha-me sério, o seu olhar vidrado e um pouco assustador. Ele respira fundo e começa a rodear a face de três raparigas na foto e naquele momento, olho com mais atenção, e a realidade atinge-me. Três círculos, tês vítimas, três raparigas de dezasseis anos. Levanto-me da cadeira rapidamente, o meu sistema nervoso a começar a descontrolar-se, o meu cérebro a tentar conectar todos os pontos. Por outro lado, vejo Louis a relaxar cada músculo do seu corpo, ele percebia pela minha expressão que eu já tinha percebido tudo. E o facto de eu já ter entendido o que ele me queria mostrar, significava que podia respirar e relaxar porque já não era apenas ele que carregava o fardo.

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