Capítulo 8

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“Venha ter comigo ao armazém onde as raparigas foram encontradas mortas.”

Desligo a chamada e inspiro fundo. Dirijo-me até ao meu carro fazendo uma viajem até ao tal armazém de papel.

***

Estou praticamente no meio do nada este sítio é completamente isolado, óptimo para cometer o crime perfeito sem ser visto. Olho em volto à procura de Louis, mas nada indica que ele já tenha chegado. Caminho mais um pouco por entre algumas árvores e fica imediatamente arrependida de ter trazido a minha típica saia preta porque as ervas secas que se encontram no chão arranham a minha pele.

Avisto o grande armazém mais a frente e uma grande porta de correr já empenada dificulta a entrada. Uma fita amarela do FBI delimita o espaço, ignoro essa fita e coloco as mãos no pesado portão de ferro. Tento empurrá-lo na esperança de o conseguir abrir mas ele não se move nem um milímetro, tento novamente aplicando mais força, sem sucesso.

“Vai uma ajudinha?!” O meu corpo dá um pequenino salto devido ao susto e eu rezo para que esta voz seja de Louis se não fui apanhada, o que pode dar fim à minha carreira. Viro-me e suspiro em alívio ao reparar em Louis.

“Louis! Quer dizer Mr. Tomlinson. Que susto!” Reclamo.

“Vamos deixar-nos de formalidades, trata-me por Louis.” Um sorriso caloroso aparece nos seus lábios e reparo que ele está mais descontraído do que das outras vezes em que nos encontramos ou falámos ao telemóvel.

Ele vai para o lado oposto em que me encontro e agarra no portão empurrando-o com força enquanto eu o puxo também, o portão abre e cede com um sonoro rangido. Os nossos olhares cruzam-se à espera que alguém tome o primeiro passo – entrar. Nenhum de nós o quer fazer pois temos a perfeita noção de que se formos apanhados ou tomarmos um passo em falso que vamos ficar em maus lençóis. Passado alguns minutos eu tomo a iniciativa e depois de um respirar fundo entro para o armazém.

O espaço é escuro mas não o suficiente para não conseguirmos ver. Cheira a mofo e eu espirro, vejo Louis a entrar também atrás de mim. Analiso o espaço à minha volta e ele está completamente vazio apenas se encontram algumas paletes com resmas de papel, o chão é de madeira mas uma espessa camada de pó formou-se por cima dele.

“Portanto segundo as fotografias tiradas no local as vítimas foram todas encontradas aqui mas em posições diferentes.” Relato para manter o Louis apar. “A Nola May foi a primeira a ser encontrada, foi no dia 13 de Fevereiro, um agricultor passou aqui perto e sentiu um cheiro estranho vindo daqui e ligou para as autoridades. Foi alvejada no peito e segundo as fotos tiradas ela estava deitada no chão em posição fetal, com as mãos juntas por baixo da sua cabeça, como se estivesse apenas a dormir.” Digo enquanto caminho e aponto para o local do chão em que ela se encontrava deitada.

“Megan Alexandra Kepner, segunda a ser encontrada no dia 20 de Fevereiro. Um morador de perto viu um rasto de sangue e depois de o seguir foi ter até aqui, contactou de imediato o 112. Estrangulamento foi a causa da morte, estava sentada, com as costas encostadas à parede e as suas pernas estavam esticadas. Ainda estava com o cinto apertado à volta do pescoço, dado mais tarde como a arma do crime.” Prossegui.

“E Olivia Hunt foi a última. Foi encontrada no dia 27 de Fevereiro por uns adolescentes que costumavam vir para aqui fumar charros. Foi esfaqueada até morrer, estava deitada de barriga para baixo com os braços ao lado da sua cabeça quando a encontraram.” Concluo olhando para Louis vejo um ar de surpresa devido ao meu relato.

“O que está a dizer-me é que para além de as raparigas serem todas mortas de morte diferente também foram encontradas em posições diferentes?” Questiona confuso.

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