X Justice X || h.s.

Capítulo 23 - Parte I

Viro-me para James, ele coloca o seu braço à minha volta, fazendo-me aproximar dele. Pouso as minhas mãos no seu peito, um lençol e a única coisa que nos tapa. Permanecemos em silêncio, desenho figuras insignificantes com a ponta dos meus dedos no seu peito, James beija o topo da minha cabeça.

“April, nos estamos bem?” O meu namorado pergunta com receio da resposta. As palavras não saem de imediato da minha boca.

“Sim, eu acho que sim.” Suspiro escondendo mais a minha cabeça.

“Amor, tu ainda me amas?” A sua pergunta apanha-me completamente desprevenida, um nó forma-se na minha garganta. Eu acho que o amo, mas depois há Harry… Na verdade, ainda estou a tentar descobrir o que ele é para mim.

“Sim eu amo, James.” A resposta sai trémula.

“Não há mais ninguém, pois não? Não há outro homem?” Questiona.

“Não, és só tu.” Afirmo dando-lhe um beijo, um sorriso forma-se na sua cara. Um sorriso formado por uma grande mentira.

Não trocamos mais palavras, apenas permanecemos em silêncio até adormecermos nos braços um do outro.

***

Acordo com o sol a reflectir sobre mim, abro os olhos lentamente e pego no meu telemóvel para ver que horas são. Desbloqueio o mesmo e vejo três chamadas perdidas de Louis. Suspiro, percebo que está na hora de voltar ao trabalho. Pouso o telemóvel na mesa de cabeceira, adiando a tarefa de retribuir a chamada a Louis para mais tarde e aconchego-me de novo em James. Eu só queria dormir mais um pouco, ficar aqui sem ter que me preocupar com nada. Dou um suave beijo nos lábios de James e levanto-me da cama, sabendo que se não chegar a tempo ao trabalho irei ser despedida.

Dirijo-me até à casa de banho e ligo a água esperando que ela aqueça. Olho para o espelho vendo o meu corpo totalmente nu, sorrio ao ver várias marcas negras no meu pescoço e nos meus seios, vou ter que tapar isto com base. Passo a mão pela minha clavícula, percebo que esta está mais saída, sinal de que perdi peso. São tantos problemas, tanto trabalho que por vezes esqueço-me de comer…

Entro no chuveiro e passo água quente pelo meu corpo, ligeiramente dorido de ontem à noite. Ensaboo o meu corpo, tirando logo desseguida a espuma que me cobria. Não posso demorar muito tempo a tomar banho, se não irei certamente chegar atrasada ao trabalho. Coloco o meu cabelo para um lado e espremo-o, retirando-lhe toda a água que este continha. Seco-me e visto-me, colocando depois uma maquilhagem simples. Entro no quarto e dou um beijo na testa de James, este não acorda. Vou até à cozinha, pego numa maçã e na minha mala, dirijo-me à porta de saída. Paro alguns passos antes da porta, um envelope branco no meio do chão faz-me parar. Fico algum tempo a olhar para o objecto estranho, que raio era aquilo? Se fosse correio, tinham deixado a carta na caixa de correio ao invés de a mandarem-me pela minha porta. Avanço com medo até ao envelope, receando o que este poderia conter. Pego nele com cuidado e rasgo-o com os dedos, pegando na folha que estava no seu interior. Desdobro-a e fico perplexa com o que leio:

‘Declara Harry Styles culpado de uma vez, não o ajudes. Se ele não morrer April, és tu quem morre.’

Ainda em estado choque, coloco desajeitadamente a carta na minha mala e saio de casa. Admito ter ficado um pouco assustada com o interior da carta, as minhas mãos tremem quando pressiono o botão que chama o elevador. Calma April, provavelmente deve ter sido só alguém que conhecesse as raparigas assassinadas, provavelmente e só alguém revoltado, o meu subconsciente acalma-me. Carrego no pequeno botão do meu chaveiro que faz com que o carro se abra, entro no mesmo. O toque do meu telemóvel impede-me de ligar o veículo, vasculho a minha mala procurando o telemóvel, quando o encontro verifico que é Louis quem me liga.