Capítulo 17

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   Bernard buscou outra bebida para mim e aproveitou pra dançar junto comigo. As músicas eram mais calmas e dava para dançar em casal. Não era nada meloso, mas dava para repor a respiração depois de muita dança.

  Mesmo nesta conversa pé de ouvido fico sabendo sobre sua família, em como ele ama BH e mesmo morando longe do país ele ainda gosta muito do pagode e de todas as características de brasileiro. Surpreendo-me quando ele diz que não preferia morar da Ucrânia, está trabalhando muito para outro clube convoque-o.

   O sorriso dele me distrai enquanto ele fala. Não sei se é efeito do álcool, mas sinto que a qualquer momento podemos nos beijar, mas a conversa, ele segurando a minha cintura e afastando meu cabelo para o ombro enquanto fala está bom demais pra parar agora.

   Subimos para as mesas do primeiro andar e assim posso escuta-lo melhor. Depois de alguns minutos olho ao redor e percebo a falta da Letícia, cadê ela¿ Cadê o Harry¿

-Gente, cadê a Letícia¿ -pergunto.

- É verdade, cadê ela e o Harry¿ -perguntou Mariana, mas antes que alguém pudesse responder Harry aparece subindo as escadas.

- Cadê a Letícia¿ Ela não está lá embaixo.

- Como não¿ Ela estava dançando com você. –um frio corre a minha espinha, cadê a minha irmã¿!

- Calma galera, ela foi pra casa. Disse que não estava se sentindo bem e pegou um táxi de volta para o apartamento. –explica David. O que¿

- Não estava sentindo-se bem¿ Isso não faz sentido. –estou confusa no meu raciocínio lento devido as bebidas e a música alta.- Vou ligar pra ela.

- Não Clara, ela acho que ela vai direto para a cama quando chegar. –diz David parando a minha mão que já estava entrando na bolsa. –Pedi pra ela ligar caso aconteça alguma coisa.

- Tudo bem. –mesmo que eu queira ligar a minha irmã para perguntar o que aconteceu, não quero atrapalhar seu descanso. Ela às vezes fica com dor no estômago quando bebe e não come o suficiente. Deve ser isso.

   Harry sussurra alguma coisa no ouvido do David e ele afirma com a cabeça, depois ele vai embora e, como a minha irmã, não se despede. Esse garoto vive sussurrando coisas e isso está me deixando nervosa.

  Bernard dissolve a minha preocupação com sua conversa distraída, ele tem mesmo o jeito divertido que eu imaginava. Ria com as minhas histórias e ria das próprias histórias que contava, e isso era hilário. Às vezes não era tão engraçado, mas só o seu sorriso já deixava minha consciência no chão.

   Mesmo ficando do meu tamanho quando estou de salto, seu braço encaixava-se perfeitamente no meu corpo, e seus lábios estavam tão perto do lóbulo da minha orelha que algumas vezes ele encostava e me causava arrepio no pescoço. Eu adoro isso.

   No quinto drink já comecei a sentir o chão leve demais, minha vista não firmava em ponto algum e prometi que este seria o ultimo na noite. Não quero ficar bêbada no primeiro encontro com o Bernard. Controlei-me para não falar besteira e parar de rir tão sem motivo, mas quando Bernard ria do nada junto comigo eu não segurava a gargalhada. Porque estávamos rindo¿ talvez seja esse o motivo para ele rir junto comigo: estamos os dois bêbedos tentando controlar a nossa bebedeira.

   Ninguém queria ir embora, estava perfeito demais, divertido demais para alguém dizer “hora de ir”. Mas quando o relógio marcava três da manhã o sono já estava tomando conta de mim. Graças a Deus a essa altura eu já estava melhor do meu estágio de álcool e me mantive apenas com refrigerante.

- Foi perfeito, temos que vir em festas assim mais vezes. –eu disse quando passamos pela saída.

- Encontro você lá em casa amanhã. –disse David cumprimentando Bernard.

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